domingo, junho 24, 2007

O Princípio do Fim do Cavaquismo...

O princípio do fim do cavaquismo começou a desenhar-se numa sexta-feira, dia 24 de Junho de 1994, quando os utentes da Ponte 25 de Abril, liderados pelos camionistas, bloquearam os acessos a Lisboa e à Margem Sul, numa das maiores - senão a maior - manifestações de descontentamento popular, contra o aumento das portagens.
Só conseguiram dispersar a multidão com duas grandes cargas policiais do corpo de intervenção, que indignaram e envergonharam milhões de portugueses...

Treze anos depois, é importante não esquecermos a vitima que ficou para a história, Luís Miguel, um jovem almadense que estava a assistir aquele espectáculo degradante e acabou por ficar tetraplégico, devido a uma bala perdida, disparada cobardemente contra a multidão...

16 comentários:

Anónimo disse...

Uma manifestação que marcaria uma transição política.
O aumento das portagens deu o que deu. Por vontade popular.
O que provou que a verdadeira força está na razão. E no povo.
Agora, a malta acata os aumentos sucessivos das ditas sem piar. Passa, olha e paga. Alguns metros adiante, comenta: "olha, esta m.... aumentou outra vez". Encolhe os ombros e segue.

Luís Miguel, apanhado pela tal bala "perdida", foi uma vítima. Foi e é. Mas, a sua força, a sua indescritível força, permitiu-lhe ultrapassar, no possível, o estado de desgraça a que foi sentenciado.
Hoje é um artista plástico. Com muito valor. Com muita honra pelo que faz.
Mas ... sem nunca se esquecer do passado.

EMALMADA disse...

Parabéns por nos relembrar este dia.
Foi muito oportuno.
Houve pessoas que se aproveitaram politicamente desta resistência da população à prepotência governamental para daí tirar dividendos pessoais que vieram a marcar o futuro de Almada.
Lembram-se da conferência de Imprensa da D. Emília junto à Igreja do Pragal logo pela manhã cedinho, contra as portagens e dos posteriores abraços, com beijinho e oferta da chave da cidade a um ministro então contestado nas cenas da ponte, que teve papel decisivo no metro para Almada.
A senhora acabou também por impor portagens dentro da cidade aos residentes como estamos agora a verificar.
Fraca memória...e tristes exemplos
Tenho bons metros de filme dos acontecimentos de então relacionados com esta contestação na ponte.
Lamentável a triste ocorrência que marcou a vida de um jovem.
Responsabilidades?

vague disse...

As balas perdidas são inimputáveis e atingem sempre os inocentes da guerra.

Qto a Cavaco, gosto dele, sempre gostei e vou continuar a gostar :)

Papoila disse...

O tempo passa depressa. Nessa altura nem eu pensaria algum dia viver do Lado Certo...estava mais longe, mas também mais nova.

Maria P. disse...

Como é evidente não estou a falar do Cavaquismo. Escolho um malmequer...branco.

Beijos*

Galleno disse...

Realmente não nos podemos esquecer da vergonha que aquilo foi.
Creio que já estava na altura de fazer uma coisa destas contra as gasolineiras, por exemplo, que aumentam os preços dos combustíveis de forma abusiva.

Luis Eme disse...

Tens razão Repórter. A verdadeira força está na razão e no povo.

Infelizmente a malta está esquecida do poder da razão e da união.

Luis Eme disse...

É mesmo uma pena, "Em Almada", toda esta falta de memória e todos estes tristes exemplos...

Luis Eme disse...

É verdade Vague...

Quanto ao facto de gostares de Cavaco, é um direito que te assiste.

Até porque todos nós sabemos que os gostos não se devem discutir.

Luis Eme disse...

O tempo é isso Papoila...

Luis Eme disse...

Boa escolha Maria...

Luis Eme disse...

Concordo contigo Vili.

Deviamos deixar os carros em casa, por um só dia, sem consumirmos uma gota de gasolina ou gasóleo... para ver se esses "chulos" que vão aumentando a gasolina, quase todos os dias, percebem, que a vidinha deles depende de nós.

Claro que o Estado tem culpa, ao fechar os olhos a este liberalismo, do mais selvagem que existe.

CAP CRÉUS disse...

De facto a bala não deveria andar por ali, foi um tremendo erro da parte de quem disparou e de quem autorizou balas verdadeiras!
De qualquer modo, e apesar de lamentar o sucedido, o facto é que os Portugueses continuam com a mania de estar onde não devem. é nos acidentes, nas manifs. Porque não ficam em casa?
Quanto ao Cavaquismo...sempre gostei do CS e ainda hoje estou com ele!
Tudo isto foi muito mal explicado!

Luis Eme disse...

Percebo o teu ponto de vista, por vezes temos a mania de nos colocar em locais perigosos (não foi o caso...), mas não existem manifestações sem pessoas, "Cap".

Em relação ao Cavaquismo, foi um período que não me deixou saudades, já que foi nesta altura que houve uma inversão de valores na sociedade e se abriram as portas aos caçadores de subsídios europeus, de uma forma completamente irresponsável.

Hoje estamos a pagar a factura deste "falso tempo dourado", que se prolongou com o "guterrismo".

Tens razão, há coisas muito mal explicadas. Só assim se percebe que nunca tenha sido encontrado o autor dos disparos.

CAP CRÉUS disse...

Tenho de concordar contigo nessa matéria dos subsidios Europeus. A tal história dos jipes para os montes do alentejo, no lugar dos tractores...
Quanto ao mal explicado..estava-me a referir não só ao tiro, mas também à organização da manifestação.
Abraço

Luis Eme disse...

O dinheiro "caído do céu" provoca destas coisas, Cap...