quinta-feira, janeiro 28, 2016

Bela Viagem pelo Ginjal, Porta a Porta

Todos aqueles que assistiram ontem à viagem proporcionada pelo Luís Bayó Veiga, "Ginjal de porta em porta", com o apoio de João Valente e Henrique Carvalho, em Cacilhas (sede da ARPIFC) ficaram deliciados pelo estudo pormenorizado feito, número a número, desde o um ao setenta e três, ou seja, do "Farol" ao "Ponto Final", dois bons restaurantes que não só resistem a  o tempo no Ginjal, como são um dos seus melhores cartões de visita no campo da gastronomia.

Eu que sei bastante sobre o Ginjal, fiquei a saber ainda mais coisas sobre este lugar único no nosso Concelho, graças ao Luís.

Foi uma bela viagem povoada de pessoas, de profissões e de empresas, que durante muitos anos deram vida a esta "rua marginal" do Tejo e de Cacilhas...

(Fotografia de Luís Eme)

terça-feira, janeiro 26, 2016

O Ginjal de Porta a Porta

Luís Bayó Veiga irá apresentar amanhã um dos trabalhos de investigação que tem realizado sobre o Ginjal, "O Giinjal de porta a porta - Histórias, escritos e memórias", na sede da ARPIFC (Associação de Reformados de Cacilhas), próximo do Centro de Turismo (antigo Quartel dos Bombeiros de Cacilhas), às 16 horas.

O Luís contará ainda com o apoio de Henrique Carvalho e João Valente que viveram quase a vida toda no Ginjal.

sábado, janeiro 23, 2016

As Gentes da Minha Terra (4)


Abrantes Raposo sempre gostou de livros. O facto de ter nascido num lar humilde e ver-se obrigado a trabalhar logo que fez o exame da quarta classe, fez com que abraçasse, assim que lhe foi possível, uma profissão que lhe oferecesse a proximidade com os livros e a possibilidade de os afagar e tornar ainda mais bonitos.

Mas ser encadernador não lhe chegava.

Foi por isso que se deixou levar pelo gosto da leitura e das palavras e escreveu primeiros versos, que ficaram na gaveta algum tempo. Até ser descoberto por alguns amigos, que não só o incentivaram, como lhe deram a ajuda necessária para publicar a sua poesia.

A sua profissão e a "alma de coleccionador" proporcionaram-lhe a passagem de muitos documentos importantes pelas mãos. Foi tirando apontamentos e aos poucos foi-se interessando pela história local, tornando-se também historiador, quase sem dar por isso. E hoje tem uma obra importante sobre, Cacilhas, a Freguesia onde reside há mais de 50 anos.

Abrantes Raposo  que fez hoje 82 anos, surge nesta fotografia, em primeiro plano, com um dos seus livros na mão, com os seus três amigos que continuam a fazer parte da "Tertúlia do Repuxo", onde reinam os livros e a amizade, que já tem mais de duas décadas.

quinta-feira, janeiro 21, 2016

As Gentes da Minha Terra (3)

Todos aqueles que estão ligados à Arte de Talma em Almada conhecem de certeza, pelo menos de nome, Francisco Gonçalves, um dos grande actores  da Incrível Almadense e do teatro amador português. 

O Chico, como é conhecido pelos amigos, fez hoje a bonita idade de 86 anos. Para trás ficam mais de setenta anos dedicados aos palcos. Estreou-se na sua Incrível com apenas 15 anos, na peça, "O Gaiato de Lisboa", em Dezembro de 1945, e nunca mais parou. Fez  um pouco de tudo, entre dramas, comédias, revistas, cégadas e operetas, muitas vezes como protagonista, devido ao seu enorme talento,  outras com pequenos papéis, mas sempre com brilho. Eu sou daqueles que sentem que a sua simples aparição enche o palco. Nem precisa sequer de falar, para percebermos que estamos na presença de alguém que nasceu para ser Actor.

Mas ainda mais importante que todo este seu talento, são as suas qualidades humanas, que fazem com que o Chico seja uma das pessoas mais integras e tolerantes que conheço. 

(Fotografia de Luís Eme)

terça-feira, janeiro 19, 2016

Ciclo "Escritores - Memórias Vivas de Almada"

O Ciclo "Escritores - Memórias Vivas de Almada" começa amanhã às 18 horas na Sala Pablo Neruda do Fórum Romeu Correia e terá como principal convidado Fernando Barão (na foto).

Estas sessões serão divididas em três partes. A primeira será dedicada a Fernando Barão, com a divulgação da sua biografia e obra (com relevo para a obra escolhida). A segunda parte contará com a presença de mais três escritores almadenses, Fernando Fitas, Miguel Almeida e Vitor Fernandes, que farão a leitura de excertos das suas obras. Na terceira parte haverá diálogo entre o público e os quatro escritores convidados.

Será também inaugurada uma exposição alusiva à obra literária dos quatro principais convidados deste ciclo (Fernando Barão, Luís Alves Milheiro, Alexandre Castanheira e Alexandre M. Flores).

Este ciclo é promovido pelas professoras Ângela Mota, Edite Condeixa e Edite Prada, do Grupo de Leitores "Livros das Nossas Vidas", da Biblioteca Municipal de Almada.

(Fotografia de Vitor Soeiro)

sábado, janeiro 16, 2016

As Gentes da Minha Terra (2)


O cacilhense Carlos Durão, além de ser um bom amigo, tem tido um papel bastante importante na pesquisa histórica que tenho feito sobre Cacilhas.

O facto do Carlos estar desde sempre ligado a Cacilhas e ser descendente de duas famílias importantes da Localidade Ribeirinha - a família Pinto Gonçalves ligada ao comércio (possuíram um dos mais importantes armazéns do distrito de Setúbal) e a família Durão (donos de uma das empresas que faziam a ligação entre Cacilhas e a Capital. com embarcações de carga e de passageiros) -, faz com que seja uma das pessoas que possui um conhecimento mais profundo e credível sobre os lugares  e as pessoas do nosso Concelho. Quando tenho alguma dúvida sobre algum trabalho que estou a realizar recorro à sua "memória de elefante" e normalmente fico sempre a saber mais qualquer coisa, para além daquilo que queria saber.

Felizmente também tive o grato prazer de ser seu companheiro no importante Movimento Associativo Almadense, que além de nos enriquecer culturalmente também tem a virtude de estreitar as relações humanas e esbater as diferenças sociais que existem entre nós. E se aprendi com a sua já longa experiência de vida, especialmente nos momentos mais conturbados, onde se revelou um autêntico "farol"...

(Fotografia de Luís Eme)

sexta-feira, janeiro 15, 2016

A Tragédia Optimista


Ontem fui ao teatro ver a "Tragédia Optimista", representada pela Companhia de Teatro de Almada.

Gostei da cenografia e de ver tanta gente em palco, numa boa encenação de Rodrigo Francisco.

Ainda dentro da sala comecei a questionar a escolha da peça, que aborda os tempos conturbados que se passaram na União Soviética, após a revolução bolchevique de Outubro de 1917.

Lembrei-me da nossa Primeira República e de como se poderia ter montado um belo espectáculo do mesmo género e grandeza, com tantos motivos de interesse cénicos, desde os monárquicos, aos religiosos, sem esquecer os anarquistas - que têm um destaque especial nesta peça -, todos eles contra os republicanos...

De certeza que diria muito mais aos portugueses.

E também continuo a não perceber porque razão se escolhem quase sempre autores estrangeiros nos nossos palcos, em detrimento dos dramaturgos portugueses. Será apenas por causa dos direitos de autor?

domingo, janeiro 10, 2016

Os Amigos de Almada na Oficina de Cultura

Foi inaugurada ontem a Exposição Comemorativa do 21.º aniversário da Associação Amigos da Cidade de Almada, na Oficina de Cultura.

Esta exposição é sempre uma boa oportunidade para encontrarmos gente amiga e confraternizarmos.

Olhando para a exposição, a AACA este ano convidou o Centro de Arqueologia de Almada, divulgando o seu papel na defesa do património e história local, numa boa prova de companheirismo e de reconhecimento. Em termos artísticos mostra as bonitas embarcações criadas pelo Luís Serra, a pintura de Carlos Teixeira e também divulga biografias (algumas extraídas no meu livro, "Almada e a Resistência Antifascista") e factos históricos sobre a nossa Cidade.

A exposição poderá ser visitada até ao dia 24 de Janeiro, no horário normal de funcionamento da Oficina.

(Fotografia de Luís Eme)

quinta-feira, janeiro 07, 2016

Quando o Tejo se Transforma em Mar

Nestes dias de chuva e vento o Tejo fica com ondas e quase que se transforma num Mar.

Embora possa ser agradável para os olhos, quem não morre de amores por esta agitação das águas do rio, não esconde o receio durante a travessia, mesmo que os cacilheiros  demonstrem diariamente que são embarcações seguras e estáveis.

O que leva esta gente menos afoita com as águas mexidas de Janeiro a aventurar-se, é saber que a travessia faz-se em apenas dez minutos...

(Fotografia de Luís Eme)

segunda-feira, janeiro 04, 2016

A Descoberta do Ginjal no Porto


Hoje quando fazia uma "limpeza" de jornais e revistas descobri uma notícia no mínimo curiosa para o "Casario" sobre um restaurante portuense que se chama "Ginjal" e foi fundado em 1948 (que fechou um ano para reabrir em 2014 com nova gerência). Mas vamos lá transcrever parte da notícia assinada por Manuel Gonçalves da Silva no suplemento "Sete", da revista "Visão" (de 17 de Dezembro):

«As tripas à moda do Porto continuam a ser o seu ex-libris, tendo a qualidade e os ingredientes tradicionais, a que se juntam duas notas peculiares: o toque do vinho do Porto no tempero e a apresentação numa púcara com massa de trigo pincelada com azeite e ervas aromáticas na cobertura. Outro prato emblemático é o bacalhau à Ginjal, que vai ao forno com cebolada e é servido com batata pérola e jardineira de legumes. Também o polvo no forno ou à lagareiro, um e outro com batata a murro e legumes, a posta à moda do Ginjal, excelente naco de coração de alcatra de vitela mirandesa, e o bife da vazia três pimentas, com batata gratin e legumes figuram entre os pratos mais solicitados, por serem bons e bem servidos.»

(Foto de Luís Eme, tirada do interior do restaurante "Atira-te ao Rio" para o Tejo)

sábado, janeiro 02, 2016

As Gentes da Minha Terra (1)

Vou estrear hoje uma nova série aqui no "Casario", que tem como principal objectivo homenagear a boa gente de Almada, a minha terra de adopção.

E não poderia escolher melhor para este começo, que um grande amigo que faz hoje a bonita idade de noventa e dois anos, com uma lucidez e alegria de viver, invejáveis.

Falo de Fernando Barão, um verdadeiro Renascentista da Cultura Almadense. 

É reconhecido com todo o mérito como um dos grandes associativistas de Almada (ajudou a fundar três colectividades, Clube de Campismo do Concelho de Almada, SCALA - Sociedade Cultural de Artes e Letras de Almada e O Farol, Associação de Cidadania de Cacilhas e presidiu aos destinos da Sociedade Filarmónica  Incrível Almadense e do Ginásio Clube do Sul, foi provedor da Santa Casa da Misericórdia de Almada e também dirigente dos Bombeiros Voluntários da sua Terra, Cacilhas), Mas é muito mais que isso. Além de ser um excelente contador de histórias, tem uma obra literária notável nos campos da história local, da poesia e da ficção. E foi também um apaixonado pela fotografia, tendo sido premíado em vários salões, nos anos cinquenta e sessenta do século passado.

Além destas vertentes, adora música (foi coralista), cinema (que pena teve de não ter conseguido criar um cine-clube em Almada) e todas as Artes.

A par deste currículo impressionante, não podemos deixar de destacar a sua qualidade humana, que suplanta todos estes talentos, pois Fernando Barão sempre fez (e faz) do seu dia a dia um hino à amizade e à fraternidade.

(Fotografia de Luís Eme)