quarta-feira, janeiro 28, 2009

Jornais Cada Vez Com Menos Leitores

Almocei um dia destes com um amigo que continua a escrever no seu jornal de sempre. Nunca o tinha visto tão desencantado com o panorama actual do jornalismo.

Nada do que me disse era surpresa. Há muito tempo que noto que os jornais (e as televisões) são quase todos iguais. Nunca como agora se fizeram tantas capas iguais (e não acredito que existam espiões nas redacções ou que acha qualquer interesse que isso aconteça) no mesmo dia, porque as pessoas pensam o jornalismo da mesma maneira, a mais fácil.
Eles ainda não perceberam que a frase de "cassete", «é isto que as pessoas querem», está tão gasta, especialmente na televisão, que o "lixo" normalizado começa a ser devolvido à procedência...
Pensava que os jornais de papel iam durar mais, mas agora já não sei. Se não se inverter o caminho, penso que serão cada vez mais insignificantes...
Culpados? Na primeira analise (demasiado simplista), os directores. Claro que eles não estão só nesta caminhada. Os donos e accionistas que acham que vender jornais é a mesma coisa que vender sabonetes ou frigoríficos, são os grandes responsáveis por mais esta crise...

sábado, janeiro 24, 2009

A Estética e a Discriminação

As novas estações do metro são muito bonitas, mas não nos protegem da chuva nem do vento. E do sol, quando ele apertar logo se vê...

São de tal maneira abertas, que entra água e vento por baixo e pelos lados, só se salva a protecção superior. Nos dias de chuva quem se quiser sentar nos bancos, fica com as calças ou saia molhadas...
Mas o mais triste, é que com as novas estações de metro e toda a modernidade nesta nova Almada, desapareceram as antigas paragens de autocarro da TST (com abrigo...), deixando os seus passageiros, completamente desprotegidos, porque não têm qualquer tipo de protecção...
Apesar de não ser cliente assíduo destes transportes públicos (em Almada ando praticamente sempre a pé), não consigo perceber porque razão existe tratamento diferenciado para os utentes destes dois tipos de transporte.
Será que quem utiliza os autocarros da TST passou a ser um cidadão de segunda no concelho, em detrimento do metro, que apenas abrange as principais vias de Almada?


sexta-feira, janeiro 23, 2009

O Poder da Blogosfera

Não estava à espera que tapassem os "buracos" próximo da minha casa, tão rapidamente. Coloquei aquela fotografia a poucos metros da minha casa, apenas pelo seu simbolismo.

Quando falava de buracos, falava de todos aqueles que andam por aí, espalhados pela cidade, e que são mais notórios e perigosos quando chove (foi num deles que cortei um pneu, do qual tive o cuidado de tirar fotografias, e enviar, juntamente com o recibo, de um pneu novo, que comprei há mais de dois anos e que nunca mereceu qualquer resposta do respectivo pelouro Municipal, apesar de serem eles os responsáveis pelas vias rodoviárias urbanas...)
Não sei se os remendos foram simples coincidência, ou se há de facto uma atenção especial aos "blogues" locais por parte da Autarquia Almadense.
Talvez a blogosfera comece a ser realmente importante, no dia a dia de todos nós...

quarta-feira, janeiro 21, 2009

Homem Novo?

Não me parece que exista o homem novo, que a "Visão" publicita.

Há sim um país que se transformou há trinta e quatro anos, com uma revolução que mudou tudo (e ainda bem), abriu mentalidades, aproximou mais a mulher do homem. Quem nasceu em liberdade é de facto um homem novo.
Mas não tem necessariamente que se depilar ou tratar das rugas. Quanto aos perfumes, sempre existiram. Nem sequer conheço pessoas que tenham prazer em cheirar mal. Lembro-me de o meu pai trazer perfumes de Espanha, antes de Abril, além dos caramelos, da laranjada e da bonbazine...
Há sim um negócio crescente de beleza, incentivado por uns gajos amaricados que têm alergia a pelos e que não gostam de rugas, que já foram "metrossexuais" e não sei o que serão amanhã...
Eu? Gosto dos meus pelos e das minhas rugas, tal como começo a gostar dos cabelos brancos que vão aparecendo. Claro que tenho a vantagem de não trabalhar num lugar onde é obrigatório usar terno e gravata, em que o cartão de crédito também tem umas despesas no "spa"...
Que bom que é sentir-me um homem "velho".

domingo, janeiro 18, 2009

A Propósito de Arte...

Por razões editoriais, exteriores à blogosfera, pedi a uma amiga um poema sobre Arte. Ela preferiu brindar-me com uma prosa, que escreveu em 1992, para um catálogo de arte, para a exposição anual da Artes do Seixal. Para este bonito texto da poetisa almadense, Maria Gertrudes Novais, escolhi um lindo acrílico da Menez...

«Todo o acto de criar é amor e, porque o homem é um ser criador, com a sua imaginação, sensibilidade e amor vai transpondo para a tela, para o papel e para os mais diversos materiais o seu modo de sentir e de estar no mundo que o rodeia. Através da arte, consegue transmitir os seus anseios, a paixão, a dor, o sofrimento e o amor ao próximo. Assim, comunica a sua própria realidade.
O artista não é um ser diferente, apenas vê a realidade de uma outra forma e dá-lhe uma alma mais forte e viva, com o seu cunho pessoal.
A arte é algo de belo e de místico que nos alimenta o espírito, que se sente, que nos invade e nos dá mais força para viver.»

quinta-feira, janeiro 15, 2009

A Chuva é Terrível...

A chuva é terrível, mostra as fragilidades das cidades, que não são apenas feitas de avenidas novas, onde passa o eléctrico...
Felizmente é ano de eleições, pelo que o mais provável é que os buracos que se transformam em poças de água e são a alegria da criançada, sejam remendados, lá mais para o Verão...

segunda-feira, janeiro 12, 2009

As Modas Ainda Vêm de Paris...

Hoje lembrei-me de escrever sobre duas coisas: a forma como o árbitro do jogo Benfica-Braga, executou mais um daqueles "roubos de igreja", que o mestre Pedroto costumava denunciar (senti-me envergonhado como benfiquista...); a promoção do Armando Vara, já depois de ter transitado da CGD para o BCP (só mesmo no nosso país...).

Mas isso era falar de coisas tristes. Apetece-me mais falar de coisas alegres, como a saída de um dos meus vizinhos, o Manecas, para um conhecido que passeava o cachorrinho, protegido com uma camisola de lã.
Enquanto passava em direcção a casa, o Manecas depois de me cumprimentar piscou-me o olho e virou-se para o senhor sexagenário que cirandava por ali, agarrado à trela, dizendo-lhe com um ar sério, que ele estava muito desactualizado. O homem abriu a boca meio espantado e ficou à espera da "actualização". O Manecas não vai de modas e atira-lhe: «Então não sabes que os "fifis" em Paris, além da camisolinha de lã, também se passeiam de pantufas pelas ruas, no inverno?»
O homem ficou de tal maneira furibundo que perdeu a compostura e respondeu-lhe de uma forma ordinária.
Eu, graças ao humor do Manecas, não perdi o sorriso até chegar a casa...

A gravura é da extraordinária Paula Rego.

domingo, janeiro 11, 2009

Eléctricos a Mais e Carros a Menos

A lógica do Município de colocar mais eléctricos que carros no centro da cidade, tem mais aspectos negativos que positivos no dia a dia de Almada.

O corte do trânsito entre parte das avenidas Afonso Henriques e D. Nuno Álvares Pereira, criou filas intermináveis de carros, em ruas aparentemente calmas, causando um grande transtorno a todos aqueles que se têm de deslocar diariamente a Almada, entre outras coisas, para levar e trazer os filhos às escolas, jardins de infância ou casa de familiares.
A mudança dos sinais de trânsito, em alguns casos é de uma aberração, que não obedece a qualquer lógica. De todas as mudanças, a que me parece mais surrealista é a da rua Capitão Leitão (agora mudaram as coisas, ainda para pior...).
Por outro lado, as composições de eléctricos (vulgo Metro de superfície) chegam a circular de minuto a minuto, quase sem passageiros, accionando os sinais luminosos e criando confusão e filas nas principais rotundas onde passam linhas. Pergunto, porque razão se mantêm estes horários, que criam dificuldades aos próprios maquinistas das composições e até podem ser perigosos pela sucessão de passagens nas principais artérias da cidade? Nem parece que estamos em tempo de crise, ou então estes eléctricos são de tal maneira evoluídos que trabalham a "ar"...
Moral da história, o centro da cidade está mais deserto, mas ruas que eram calmas, como as Bernardo Francisco da Costa, Francisco Andrade ou Lourenço Pires de Távora (especialmente esta...), chegam a estar atoladas de carros, durante várias horas. Além das já movimentadas, praça Gil Vicente, rua D. Sancho e avenida Rainha D. Leonor, onde o trânsito agora chega a ficar paralisado. Não tenho dúvidas de que há mais poluição na cidade, porque este novo "pára-arranca", não só tem aumentado o desperdício de gasolina e de gases (é uma boa altura para se estudar a poluição do ar...), como provoca múltiplas apitadelas, causadas pela irritação de quem já está cansado de um dia de trabalho e quer chegar a casa, mas tem de ficar retido em mais uma fila de trânsito...

quinta-feira, janeiro 08, 2009

A Gaivota do Barão


Gaivota


A horizontalidade do teu voo
A serenidade das tuas asas
Refletem a simplicidade
E aquilo que os homens mais ambicionam:
A LIBERDADE.
E quando te observo
Cortando no ar esse leve azul
Ou poisando nesse azul profundo
Apetece-me meditar, cantar, dançar,
Embrulhado numa veste de tule
E desencontrar-me com o resto do mundo.

Este bonito poema de Fernando Barão, escrito inicialmente no seu livro "Escapes de Uma Vida", é agora republicado no caderno, "Olhares da Outra Banda". Isto não acontece por acaso. Fernando Barão continua a ser uma das grandes figuras da cultura almadense, com uma lucidez invejável e um humor único, ele que acabou de completar oitenta e cinco anos há seis dias...

domingo, janeiro 04, 2009

As Pinturas de Guerra Urbanas

Passava rente ao muro de pedra da Praça da Liberdade, decorado com uma mão cheia de inscrições manhosas, que nem sequer sei se pertencem ao universo dos "grafittis", como objecto de identificação, quando comecei a questionar tudo aquilo...

Gostava bastante de saber, o que seria que aquela gente, que tinha sujado aquela parede, pensava das suas "obras de arte".
Provavelmente eram capazes de sentir orgulho do seu mau gosto... e se fossem questionados, mesmo de verdade, talvez me mandassem para sítios piores que aquela coisa d' "a tua prima"...

sábado, janeiro 03, 2009

Quase, Em Câmara Lenta...

Neste momento sinto-me quase com um pé de fora da blogosfera. O excesso de trabalho do final de ano, que se irá manter, pelo menos, durante todo o primeiro semestre (tenho dois livros para acabar, já com previsão de lançamento - uma grande "armadilha"...), são a principal causa.

Irei aparecer em menos lugares e também irei postar menos.
Pensei mesmo em tornar o "Casario" e o "Largo" num só blogue, mas eles não aceitaram a proposta, dizem que são muito diferentes e que prezam muito a sua liberdade.
Disse-lhes que sim e ficaram satisfeitos.
Mas, avisei-os que as coisas vão ser quase em câmara lenta, como na tevê (gosto muito destes slows dos GNR)...

quinta-feira, janeiro 01, 2009

Caus no Trânsito em Cacilhas

O ano não começou da melhor forma para os milhares de pessoas que se deslocaram de automóvel até Cacilhas, para assistirem ao espectáculo musical e ao fogo de artificio.

Depois do espectáculo pirotécnico, com a debandada quase geral, o trânsito ficou praticamente parado em todas as direcções, devido às várias alterações que foram efectuadas com o Metro de Superfície, que retirou os veículos do coração da cidade.
Como me desloquei a pé, fui um espectador privilegiado de toda aquela confusão surpreeendente (até vi pela primeira vez as composições do metro completamente cheias de pessoas em direcção a Cacilhas...).
Mas o melhor estava guardado para junto à minha casa (antiga Quinta da Alegria, uma das zonas mais pacatas de Cacilhas...), onde os carros se amontoavam, sem conseguirem avançar em qualquer direcção, como podem ver na foto...
Isto durou mais de uma hora, para desespero de todos os automobilistas e acompanhantes, que viram o "programa das festas" do ano novo, sofrer atrasos inesperados...