sábado, janeiro 31, 2015

O Ginjal é Isto...


Esta fotografia está fresquinha, foi tirada ontem ao fim da tarde.
Uma tarde quase feia, cheia de cinzentos, com um vento capaz de fabricar ondas no Tejo. 

Mesmo assim apeteceu-me sair de casa e andar (preciso muito de andar, todos precisamos...). Andar este que se pode confundir com passear, ou até como busca pessoal, aquela procura de pequenos nadas que surgem entre o vazio e a solidão.

Vou quase sempre para o mesmo lugar, não tanto pelo Ginjal (mais que visto e revisto...), mas sim pelo Tejo, que é mesmo um rio imenso, um "mar" de mão cheia...

Os casebres abandonados que vou encontrando aqui e ali (como o dono desta janela), não são mais que uma metáfora deste país...

Muitas vezes penso que a única coisa que ainda não nos abandonou (apesar de tão maltratada) é a natureza.

Não tenho dúvidas que de Norte a Sul somos um país bonito...

quinta-feira, janeiro 29, 2015

Quase um Mês de Poesia no "Casario"...


Tem sido quase um mês de poesia, por aqui no "Casario".

Provavelmente a poesia ajuda a passar o tempo e a pensar em coisas bem mais felizes que a realidade que nos cerca.

E não me refiro apenas à nacional, porque infelizmente a local não difere muito. 

Quando descobrimos várias "ruas" onde mora a desigualdade, mesmo com a governação do partido que levanta mais alto a bandeira da igualdade e da justiça social, está tudo dito...

A única coisa que sei, é que Portugal e os Portugueses mereciam muito mais. E Almada e os Almadenses, também, claro.

segunda-feira, janeiro 26, 2015

A Minha Fotografia para um Poema de Clara Mestre



Cacilhas e o Tejo

Cacilhas tem muitas histórias famosas
Espalhadas pelas ondas murmurantes
E meigas confidências amorosas
Que ela ouve, em suspiros sussurrantes.
Mar lindo, de intensa aguarela.
A ponte sobressai sobre este mar
Cada onda tem pincelada singela
No céu rosado, o Sol o vem beijar…

Clara Mestre
  

sábado, janeiro 24, 2015

O Meu Poema para uma Fotografia de Clara Mestre


Participei com um poema na "1ª Exposição de Poesia Ilustrada", tentando ilustrar esta fotografia de Clara Mestre:

A Mãe Natureza
            
Quando ouvi o chamamento
Da encantatória mãe natureza
Não resisti e fui atrás da sua beleza,
Quase levado pelo vento

Daí a nada
Apeteceu-me gritar de felicidade
Mas fiquei ali em silêncio
Numa manobra de bom senso
A ver os peixes nadarem em liberdade

Pouco depois
O silêncio foi quebrado
Por um bando de pardais chilreantes
Com almas livres e errantes
Que voavam por todo o lado

Fizeram-me perder a vontade de nadar.
Afinal o que eu queria mesmo era voar
No meio da natureza
Onde é tão fácil descobrir a beleza.

quinta-feira, janeiro 22, 2015

Abraço Poético e Fotográfico


No próximo sábado, dia 24 de Janeiro, às 16 horas, realiza-se a 1ª Exposição de Poesia Ilustrada da SCALA, no Espaço Doces da Mimi (rua da Liberdade, 20 A, Almada).

Por se tratar de um trabalho conjunto entre fotógrafos e poetas, chama-se: "Abraço Fotográfico e Poético".

Eu participo com um poema e quatro fotografias.

segunda-feira, janeiro 19, 2015

Os (Desaparecidos) Restaurantes do Ginjal em Poema...


Continuando a "saga" dos poemas publicados no caderno, "Ginjal, 1940 (poemas dois)", publico "A Floresta Bem Acompanhada", em mais uma viagem no tempo:

a floresta bem acompanhada

A escadaria das mil conchas
deslumbra e torna especial
a caminhada de quem escolhe
comer na Floresta do Ginjal.
Mas a sua beleza
não se esgota aqui,
há ainda a bela paisagem
que só por si vale a viagem.

E depois temos os companheiros
a Fonte da Alegria, o Grande Elias,
o Abrantino e o Gonçalves,
que não ficam atrás na qualidade
dos seus peixes e mariscos do dia
e apostam sempre no bom gosto
e na simplicidade.

quinta-feira, janeiro 15, 2015

Mais um Poema do "Ginjal 1940"


Uma das profissões mais curiosas é a de barbeiro (embora hoje sejam apenas cabeleireiros...).

Cacilhas sempre teve várias barbearias. Nos anos 1940 tinha pelo menos quatro. E todos se governavam.

Pelo que me têm contado, havia uma diferença de preços significativos (assim como na restauração...), o que fazia que muitos lisboetas viessem à Outra Banda cortar o cabelo e a barba. Foi inspirado nas quatro personagens da época que escrevi este poema:

os barbeiros de cacilhas

Não falta freguesia
aos Barbeiros de Cacilhas,
para o corte da barba e cabelo,
é raro ver-se nas suas casas
uma cadeira vazia.
Desde o velho Quaresma,
ao filho, “Pató”, sem esquecer o Arriaga,
o Domingos “Espanhol”
e o finório do Jaime Soares,
são “baetas” de tal maneira famosos,
que até recebem clientela da Capital,
que adora os seus bons preços
e fica para almoçar no Ginjal.


sexta-feira, janeiro 09, 2015

"Ginjal 1940, Poemas Dois"


Amanhã será apresentado, às 17 horas, no "Espaço Doces da Mimi", o caderno de poemas, "Ginjal 1940, Poemas Dois", da minha autoria.

Desta vez escrevi sobre os lugares e deixo aqui o poema, "A Praia das Lavadeiras":

a praia das lavadeiras
  
A água nasce ali mesmo
Naquele bonito areal.
As mulheres descem as escadas
vindas de Almada
com alguidares à cabeça
numa manobra ousada.

Assentam arraiais na praia
e depois falam e esfregam a vida
juntamente com a fronha e o lençol
para depois esticarem a roupa
que por ali fica a secar ao sol.

Os homens que por ali cirandam
são corridos com um palavreado
digno de estivadores e fragateiros.
A praia é o seu único reinado
e não precisam de olheiros.

quinta-feira, janeiro 08, 2015

As "Actas 2 º Encontro Sobre Património de Almada e Seixal"


No próximo sábado, dia 10 de janeiro, às 15 horas, vão ser apresentadas as "Actas 2º Encontro Sobre Património de Almada e Seixal", uma edição do Centro de Arqueologia de Almada, promotor da iniciativa, no auditório do Museu da Cidade de Almada, na Cova da Piedade.

Participei nesta iniciativa com uma comunicação sobre "As Bibliotecas Populares e o Desenvolvimento Cultural em Almada", transformada em ensaio para esta obra.

sábado, janeiro 03, 2015

Uma Janela com Vida


Apesar desta "minha janela" ficar num lugar abandonado (Quinta da Arealva...), mostra o Tejo, o Olho de Boi e parte do Ginjal.

E nela não se sente a paragem do tempo, sente-se que por ali fora existe vida. Aparências...

É uma boa maneira de espreitar para o 2015 aqui no "Casario", que tem sido quase um espaço de contemplação, nos últimos tempos.

Provavelmente vai voltar a ser mais pertinente, incomodativo e também informativo, pelo menos para quem pensa estar acima de qualquer crítica...