sábado, fevereiro 27, 2016

Uma Exposição e uma Estranha Ambição

Ontem à tarde passei pela sede do SMAS de Almada para ver a exposição "A Água e o Saneamento em Almada" e verifiquei que esta se encontrava encerrada.

Ao ler o horário fiquei a saber que só abre uma vez por semana, às quintas, e apenas durante hora e meia (entre as 15.30 e as 17 horas). E que também se aceitam marcações de visitas de grupos.

Entretanto como tinha lido que o vereador com o pelouro do SMAS, José Gonçalves, dissera na inauguração, que esperava que pelo menos 10% dos almadenses visitassem a esta exposição, achei tudo aquilo no mínimo estranho.

Embora esta mostra possa ver visitada até Dezembro, com um horário de funcionamento tão curto, parece-me difícil de concretizar tal ambição,  mas...

(Fotografia de Luís Eme)

quarta-feira, fevereiro 24, 2016

A Beleza Indestrutível do Ginjal

O Ginjal vai caindo um pouco todos os dias.

Mas esta "erosão" natural (se esquecermos que tudo aquilo tem dono...), não se intromete na beleza natural deste lugar marginal do Tejo.

O Rio é o grande responsável pelo encanto que se descobre na parede pintada, por artistas à procura de espaço e de mais qualquer coisa (porque a arte não são apenas rabiscos...) ou no muro cheio de castanhos da areia que se misturava com o cimento, a que se junta a tonalidade quase encarnada do tijolo  ou o branco sujo da tinta que resta...

É por isso que muita gente atravessa o rio e transforma este lugar num "estúdio" fotográfico, como esta dupla que apanhei na Praia das Lavadeiras, numa paragem a discutir planos.

(Fotografia de Luís Eme)

sexta-feira, fevereiro 19, 2016

"Cruzeiro Fluvial"

Esta é outra das fotografias com que participo na "Festa das Artes da SCALA", que será inaugurada amanhã às 16 horas, na Oficina de Cultura de Almada.

Ofereci-lhe como título "Cruzeiro Fluvial".

quinta-feira, fevereiro 18, 2016

A Festa das Artes da SCALA

























Participo mais uma vez na "Festa das Artes da SCALA", com quatro fotografias...

quarta-feira, fevereiro 17, 2016

A Amizade e a Generosidade

Hoje fui surpreendido de uma forma feliz pelo professor Alexandre Castanheira, que quase no final da sua intervenção do Ciclo "Escritores - Memórias Vivas de Almada", brindou a assistência com a declamação de dois poemas da autoria dos seus amigos Fernando Barão e Luís Milheiro, o mais velho e o mais novo dos Escritores Memórias Vivas de Almada (as palavras foram dele...). 

Além de me ter soado muito bem (Alexandre Castanheira é um excelente declamador de poesia), já não me recordava deste poema que foi publicado no poezine "Debaixo do Bulcão" dirigido por António Vitorino:

Excelentíssimos Estupores

A sanha do poder torna-os sedutores
Além das gravatas de todas as cores,
Distribuem rebuçados de vários sabores
Canetas beijos e sorrisos encantadores,
Porque no final querem sair vencedores.

A vitória floresce a troca de favores
Quase que parecem mercadores
Nos muitos jogos de bastidores
Em que são autênticos doutores
No seu notável papel de impostores.

Denunciados pelos comentadores
Fixam o sorriso amarelo nos televisores
Agarram a cartilha dos ditadores
E deixam cair a máscara de fingidores
Os excelentíssimos estupores.

Luís Milheiro

(Fotografia de Luís Eme)

terça-feira, fevereiro 16, 2016

Mais uma Sessão que Promete do Ciclo "Escritores - Memórias Vivas de Almada"

Amanhã, as 18 horas, realiza-se a terceira sessão do Ciclo "Escritores - Memórias Vivas de Almada", na sala Pablo Neruda do Forum Romeu Correia, em Almada, em que o convidado principal é o professor Alexandre Castanheira.
Que é nada mais nada menos que o jovem "Edgar", que começou a dar nas vistas ainda nos anos 1940 como bibliotecário da Incrível e que diziam que "tinha ideias avançadas". Era esta a forma de catalogar na época quem defendia uma sociedade mais justa e lutava contra a ignorância do povo...
Ora isto passou-se há praticamente setenta anos.
Mas nesta sessão irá falar-se sobretudo do escritor, que ama a poesia acima de quase todas as coisas, mas que também escreve teatro, ensaio histórico e ficção.
È uma boa oportunidade de conhecer melhor este grande vulto da Cultura de Almada.

(Fotografia de Luís Eme)

sexta-feira, fevereiro 12, 2016

As Gentes da Minha Terra (5)

Às vezes penso que o Orlando exagera um pouco na modéstia, na sua mania quase doentia de que não é escritor nem é poeta. Mas vá lá, nesta última parte, ainda nos concede que lhe chamemos "poeta popular" (para ele deve ser um poeta mais pequenino...). Outras penso que ele exagera muito.
Falo de Orlando Laranjeiro, uma das grandes figuras do Movimento Associativo Almadense, que me podia fazer escrever sobre tanta coisa. Mas até eu fico com algum receio de escrever sobre este Homem que é tanta coisa e não quer ser nada...
No campo social o Orlando é um homem de afectos, que nunca teve o pudor em utilizar a palavra amor no seio da família e dos amigos. Mas é também um homem solidário, cujo ideário político faz com que seja ainda mais exigente consigo próprio, e com os outros, na defesa intransigente que faz da justiça social e da dignidade humana.
No campo associativo é o "pai e a mãe" de muitos projectos (desenvolvidos sobretudo na Incrível Almadense, embora tenha feito um trabalho notável no seu Almada...), que ainda são recordados por tanta gente de boa memória, dos quais o espectáculo "Almada Antes e Depois de Abril", acaba por merecer um destaque especial, pelo seu conteúdo histórico-cultural.
Mas o que eu quero falar é do escritor (e logo aquilo que ele não quer ser, escritor...),  que conseguiu meter pelo menos três livros num só no seu desabafo literário, "Deixem-se Ser Quem Sou!" (são 376 páginas em letra pequena para não se aproximar muito das quinhentas...) donde se poderia extrair com facilidade um livro de memórias do Associativismo (o mais importante...), um livro de poemas e também um livro com biografias...
Mesmo que o Orlando não queira, o escritor e o poeta (cuja musicalidade dos seus poemas faz com que quase todos possam ser cantados...) vão sobreviver-lhe. Porque ninguém pode fugir do seu destino. E ele como amante do fado, sabe que é verdade...

(Fotografia de Luís Eme)

quinta-feira, fevereiro 04, 2016

Escritores de Almada - Memórias Vivas

Embora estivesse num lugar demasiado visível, sem espaço suficiente para a análise crítica, penso que correu tudo muito bem.

Foi bom ver a sala cheia de amigos, foi bom escutar algumas coisas que estão dentro dos meus livros. E claro, foi muito bom falar deles.

E de certeza que saímos todos mais ricos da sala Pablo Neruda, graças a esta excelente equipa de trabalho (USALMA e CMA), que surge na fotografia com os escritores convidados da sessão de ontem, a segunda, do Ciclo "Escritores - Memórias Vivas de Almada".

(Fotografia de Gena Souza)

quarta-feira, fevereiro 03, 2016

Os Meus Livros de Cacilhas





















Quando somos convidados para falar sobre os nossos livros, não só viajamos no tempo como  chegamos por vezes a conclusões, inesperadas... 

«Isto de escrever livros sobre história local, não é uma coisa linear. No meu caso pessoal aconteceram uma série de acasos que me levaram a escrever sobre o Concelho. E a existência de um protocolo literário entre a SCALA e a Junta de Freguesia de Cacilhas, presidida por Carlos Leal, foi fundamental para que eu me envolvesse tanto neste género literário.






















Fui autor e co-autor de cinco obras sobre Cacilhas.”Elias Garcia, Esboço Biográfico”, com Abrantes Raposo; “Eduardo Alves, Vida e Obra de um Bombeiro Exemplar”, com Alberto Afonso, “Cacilhas, a Gastronomia, a Pesca e as Tradições Locais”, com Fernando Barão, “Cacilhas, o Comércio, a Indústria, o Turismo e o Desenvolvimento Sociocultural e Político da Localidade Ribeirinha”, “Lisnave uma Viagem no Tempo”, com o João Soeiro.



E sei que sem a existência deste protocolo, provavelmente não teria escrito nenhum destes livros.»

Digo isto sem qualquer demagogia. Como no nosso país a parte mais complicada dos livros é a sua publicação, através deste protocolo - que terminou com a extinção da Junta de Freguesia de Cacilhas -, pelo menos a edição do livro estava à partida assegurada...