quinta-feira, julho 31, 2008

Voltar...


Não me apetece muito escrever. Acho que ainda não me apetecia voltar, mas...
Ainda ontem dissemos adeus ao mar de águas temperadas e ondas curtas, caminhámos uma última vez pela ponte de madeira, para voltarmos, talvez para o ano...

quarta-feira, julho 23, 2008

Olhar o Tejo...


Hoje apetecia-me olhar o Tejo, mesmo que fosse de uma janela velha, como esta, da Quinta da Arealva...
Como as férias são das coisas mais efémeras que nos acontecem, daqui a uns dias, volta tudo ao circuito normal...
E Lisboa sabe sempre bem em Agosto, se não fossem os muitos estrangeiros, quase que se podia dizer, que tinha "fechado" para balanço...

terça-feira, julho 15, 2008

Madrugada


Um leve tremor precede à madrugada
Quando mar e céu na mesma cor se azulam
E são mais claras as luzes dos barcos pescadores
E para além de insânias e rumores
A nossa vida se vê extasiada

O poema é de Sophia de Mello Breyner Andresen, a foto de Ana Margarida Santos. A gente vê-se por aí...

segunda-feira, julho 14, 2008

Quinta da Arealva I

Só aqui,

se juntam os pássaros
para cantar.

Só aqui
as árvores
se precipitam no vazio
e se curvam ao meu passar

Só aqui,
o silêncio
é mais verde
do que a terra,
e tão verde
quanto o mar.


Verde...
só este recôndido lugar!

O poema, "Quinta da Arealva I", é da autoria do poeta almadense Alberto Afonso, do livro "Recantos de Minha Terra".

domingo, julho 13, 2008

As Quadras Populares Sãojoaninas

Almada é um concelho extremamente rico e multifacetado no campo da Cultura.
Tanto organiza um Festival de Teatro, que é do melhor que se faz no nosso país e até na Europa, como dá luz ao Concurso de Quadras Populares, alusivas às festividades do S. João, que tem um cunho muito próprio, enraizado na verdadeira cultura popular.
Só para perceberem o que digo, ofereço-vos a quadra que conquistou o primeiro prémio (a cerimónia de entrega de prémios decorreu ontem à tarde, no Solar dos Zagalos), que é de uma beleza e de uma originalidade, pouco comuns. É da autoria de Maria Clara Cordeiro Mestre de Carvalho, que merece, sem qualquer dúvida, um aplauso especial.

Almada é uma aguarela
Tem a cor que nos seduz
São João pintou-a em tela
Pôs-lhe festas vida e luz
.

sexta-feira, julho 11, 2008

Che no Fórum Romeu Correia

Vale a pena passar pelo Fórum Romeu Correia, em Almada, e visitar a exposição itinerante, "Che! Mito e Revolução", que tem viajado pelo mundo inteiro.


Está organizada de uma forma agradável, com fotografias, cartazes, livros e outros objectos de colecção.
Gostei bastante do que vi, apesar da simplicidade, está recheada de significados.
A exposição está patente ao público até 7 de Setembro, e claro, merece uma visita dos almadenses e turistas, de passagem pela Margem Sul.

quinta-feira, julho 10, 2008

Joaquim Benite é Teatro

Não sei se Joaquim Benite foi um jornalista que se transformou em encenador, ou se foi um homem de teatro que andou escondido, demasiado tempo, no lado quase invisível das notícias que escreveu para os jornais e revistas onde trabalhou.
Mas isso não é o mais importante, pelo menos se pensarmos que Almada conhece muito melhor o homem do teatro - cujo contributo artístico, como encenador e director da Companhia de Teatro de Almada, tem sido fundamental para o desenvolvimento da Arte de Talma na nossa cidade -, que o homem dos jornais.
Esta aventura começou há quase trinta anos, quando o Grupo de Teatro de Campolide se mudou do bairro lisboeta para a Margem Sul. Não sei se estarei a exagerar, mas é bem provável que neste largo período de tempo tenham sido encenadas e produzidas mais de uma centena de peças de teatro pelo grupo que algum tempo depois acabou por ser baptizado como Companhia de Teatro de Almada, numa prova evidente de agradecimento, à Cidade e ao Município, pela forma como têm sido recebidos.
Não foi um percurso só com “Dias Felizes”. Houve um pouco de tudo, como é costume acontecer em todos os lugares onde existem seres humanos: alguns desaparecimentos importantes como os de António Assunção e Virgílio Martinho; algumas saídas de actores influentes, que queriam experimentar outras dramatúrgias; etc.
A Companhia não só resistiu, como se fortaleceu, tornando-se cada vez mais consistente.É por isso que Joaquim Benite merece todo o respeito, admiração e aplauso dos almadenses pelo excelente trabalho que tem desenvolvido em benefício do teatro da nossa terra, quer como director e encenador da Companhia de Teatro de Almada, quer como principal responsável pelo Festival de Teatro de Almada, que anima a cidade durante a primeira quinzena de Julho, há mais de vinte anos.
Festival que se assume, cada vez mais, como o principal acontecimento teatral do nosso país. Isso deve-se à qualidade das companhias internacionais que nos visitam, mas também à planificação que se faz ano após ano. Não é por acaso que esta Festa do Teatro consegue oferecer sempre qualquer coisa de novo aos espectadores que visitam, deliciados, os vários palcos espalhados pela cidade. [...]
[..] Apesar destas palavras elogiosas, devo acrescentar que conheço o Joaquim Benite quase apenas de vista. Trocámos algumas palavras pouco mais de meia dúzia de vezes e também já o entrevistei. Sempre me pareceu uma pessoa acessível, no entanto dizem que tem mau feitio. É normal que isso aconteça. No nosso país quem faz um trabalho rigoroso, que ultrapasse a mediania, sem se alimentar do facilitismo e desenrascanço, tão portugueses, dificilmente escapa ao epíteto de “mau de qualquer fita”.

Este artigo foi publicado, integralmente, no "Jornal de Almada", numa das rubricas que assinei, nas suas páginas ("Almada no Centro do Mundo"), que era uma espécie de perfil, a 22 de Julho de 2005. Tentei encurtá-lo um pouco mais, mas não deu, deixava de fazer sentido. A fotografia é de Anabela Luís.

terça-feira, julho 08, 2008

O Ginjal e a Arte Almadense (IV)

Mais um quadro da Júlia Capêlo, pintora almadense, residente no casario do Ginjal.
Basta abrir as janelas da sua casa, viradas para o rio, para a perfumar com o cheiro do Tejo...

domingo, julho 06, 2008

A Juventude das Marchas

Na sexta-feira e no sábado à noite, voltei a assistir à apresentação das Marchas Populares de Almada, no pavilhão do Feijó.

O espectáculo do pavilhão é sempre de melhor qualidade, que na avenida, por razões óbvias. O apoio do público é mais sentido e isso aumenta, e de que maneira, a motivação dos marchantes.
É gratificante ver que a qualidade de todos os grupos participantes, tem melhorado a olhos vistos. Se há menos apoio monetário da Autarquia, valoriza ainda mais o trabalho de todas estas pessoas, que se entregam de alma e coração às Marchas.
Mas o aspecto que me parece mais relevante e pertinente, é o facto de a maior parte dos elementos das marchas, serem bastante jovens, cujas idades devem variar entre os 15 e os 22 anos.
Apeteceu-me perguntar a todos aqueles rapazes e raparigas, porque razão estavam ali, qual era o principal factor de motivação para participarem nas Marchas Populares...

sábado, julho 05, 2008

Conversas de Café (13)

- A praia é cada vez mais um pólo cultural, importante.
- Depende da "cultura" que falas...

- Falo de todas e sem ironia.
- E esta?
- Duvidas que o mar ajuda a exercitar o corpo e o espírito?
- Não, especialmente o corpo...

- A parte do corpo é mais visível, até porque há pessoas que só correm, nadam e dão uns toques numa bola, à beira-mar.
- És capaz de ter razão, a chamada "alma" talvez ande mais leve nas férias, talvez esteja mais receptiva a novidades...
- Vês como foste lá? Há quem leia livros apenas de férias, vá ao teatro, ao cinema ou a um concerto, também no Verão. E ainda temos os Zézés, que desenferrujam a língua com o tradicional inglês de praia, com as famosas "bifas", que não têm necessariamente que ser inglesas...
- Assim fico convencido, com estes teus exemplos, praia é mesmo igual a mais cultura, do corpo e da alma...

terça-feira, julho 01, 2008

Fim de Tarde no Ginjal

Sabe sempre bem, acabar a tarde no Ginjal,
em qualquer estação do ano.
O Verão oferece-nos outros atractivos. Além de esticar o dia por mais duas, três horas, deixa-nos presos com o olhar, a
os raios do Sol que se deitam nas águas do Tejo, dando-lhe um brilho mágico que se prolonga até ao Oceano.
E se o fizermos, sentados numa das cadeiras da esplanada, com uma boa companhia (que até pode ser um livro...),
à procura do fundo de um copo de imperial...