sábado, junho 30, 2007

A Nossa Opereta Bufa


Onde há um chefe há um potencial angariador de bufos...
Sei do que falo, e ao contrário do que dizem, é uma realidade miserável, que não acabou com o fim da PIDE, após a Revolução de Abril.
Ao longo da minha vida profissional, em aparente liberdade, fui descobrindo gente capaz de tudo, desde que conseguissem ficar melhor na fotografia, que os restantes colegas. Isto só acontecia porque havia um chefe, com a porta aberta, para receber o relatório diário ou semanal das actividades menos visíveis dos seus subordinados.
Claro que mais tarde ou mais cedo estes bufos de quarta categoria eram descobertos e acabavam por cair em desgraça, vitimas do seu jogo duplo. Outros assumiam esta faceta estranha, com vaidade. Estou a lembrar-me de alguém, a quem tratávamos por "varina", e que lhe conseguimos trocar de tal forma as voltas, que o chefe começou a pensar que ele era mais mentiroso que bufo...

Tenho pena que os muitos ministros medíocres deste governo, que gostam de se servir do poder que têm, para demonstrar quem manda, em vez de se preocuparem em corrigir os seus erros, adorem inventar "bodes espiatórios", mesmo que seja em Vieira do Minho.
E são de tal maneira superiores, que nem sequer se esforçam por pedir desculpa ao povo pelas suas alarvidades, nem tão pouco são demitidos...
O curioso é que, com gente desta no governo, Alberto Costa e Augusto Santos Silva, por exemplo, até parecem ministros modelo...

Dali e os seus "Primeiros Dias de Primavera" animam esta prosa quase farta...

quinta-feira, junho 28, 2007

A Arte é de Todos

No meu último "post" não deixei isso bem vincado, mas sou completamente à favor da massificação da cultura. Acho óptimo que o mundo das Artes e Letras seja acessível ao maior número de pessoas, porque se tratam de áreas determinantes para a evolução e compreensão da nossa própria história.
Se as pessoas começarem a visitar muitos dos nossos museus, vão descobrir pequenas grandes maravilhas. E vão perceber, que ser-se português, não é uma coisa tão má, como por vezes pintam por aí alguns "artistas", desapegados da nossa verdadeira essência...
É preciso cultivarmos o gosto. Claro que isso só é possível através do contacto com obras de inegável qualidade (estou a falar de livros, música, artes plásticas, cinema, teatro, arquitectura, etc).
Tudo isto para dizer que o facto de a exposição da colecção Berardo, estar aberta ao povo, gratuitamente, durante estes dias, é um bálsamo para a cultura portuguesa.

O óleo que escolhi para dar cor a estas palavras, é da autoria de Marques Pereira e tem com título "Cenas de Aldeia".

quarta-feira, junho 27, 2007

Centro Cultural de Belém: Entre a Curiosidade e o Espanto

O melhor da grande exposição da colecção de arte Berardo, nestes dois primeiros dias, em que as portas do Centro Cultural de Belém estão abertas de par em par, não são os quadros, as peças e as instalações - até porque muitas delas exigem ser olhadas em silêncio e com pouco movimento à sua volta -, são sim os comentários da grande massa de visitantes.
Estas observações, além de curiosas e risíveis, são a visão simplista de quem está menos habituado a visualizar arte contemporânea...
Claro que há alguns comentários que merecem mais atenção, pela sua crueza e também por revelarem um sentido crítico mais profundo.
Outro aspecto importante é o espanto pela descoberta desta nova visão artística, em que aparentemente, parece mais fácil fazer arte, já que se utilizam materiais vulgares como simples garrafas, sapatos, cordas ou pedaços de madeira.
Descobrimos tanta boa gente nos corredores a dizer: «Isto é arte? Mas isto até eu faço!»

terça-feira, junho 26, 2007

Não te Esqueças de Comprar o Trevinho


Não te esqueças de comprar este bonito Trevinho, através do site da Rarissimas ou pelo telemóvel nº 969657444.

Ao fazê-lo estás a apoiar a construção da "Casa dos Marcos", que depois de inaugurada, estará aberta a toda a população portadora de doenças mentais e raras, com carências de apoio e também de actividades lúdicas e intelectuais.

segunda-feira, junho 25, 2007

Um Guache de Luís Miguel


Por vezes é difícil recordarmos todos os episódios que envolveram a grande e longa manifestação contra o aumento das portagens da Ponte 25 de Abril.
Como houve várias manifestações (o buzinão colectivo decorreu durante umas duas semanas...) colectivas, até às datas chegam a fazer alguma confusão.
É que entretanto já passaram treze anos e cinco primeiro-ministros...
Só hoje é que me recordaram, através do telefone, que o Luís Miguel foi baleado na madrugada de 25 de Junho. Depois lembrei-me que muitos manifestantes, espectadores, e claro, as forças da autoridade, mantiveram-se no local durante largas horas.
O Luís Miguel como morava perto, também ficou por ali a assistir ao desenrolar dos acontecimentos, até ser vitima de um disparo cobarde, de alguém sem consistência psicológica para exercer funções de autoridade, e muito menos para usar uma arma...

domingo, junho 24, 2007

O Princípio do Fim do Cavaquismo...

O princípio do fim do cavaquismo começou a desenhar-se numa sexta-feira, dia 24 de Junho de 1994, quando os utentes da Ponte 25 de Abril, liderados pelos camionistas, bloquearam os acessos a Lisboa e à Margem Sul, numa das maiores - senão a maior - manifestações de descontentamento popular, contra o aumento das portagens.
Só conseguiram dispersar a multidão com duas grandes cargas policiais do corpo de intervenção, que indignaram e envergonharam milhões de portugueses...

Treze anos depois, é importante não esquecermos a vitima que ficou para a história, Luís Miguel, um jovem almadense que estava a assistir aquele espectáculo degradante e acabou por ficar tetraplégico, devido a uma bala perdida, disparada cobardemente contra a multidão...

O São João de Almada

Hoje é feriado em Almada - parece que este ano é comum termos feriados ao domingo... -, comemora-se o dia de São João, o santo padroeiro da Cidade...
Claro que o verdadeiro S. João do nosso país é festejado no Porto, onde o bairrismo e as tradições populares ainda prevalecem...

Em Almada, além de alguns bailaricos espalhados pela cidade, existe ainda o desfile das marchas - copiadas da tradição lisboeta, sem o brilho e a qualidade destas, como é natural, embora ano após ano, se registem melhorias significativas na apresentação das marchas a concurso - e o fogo preso.

Devido às obras do Metro o desfile teve de mudar de sitio e escolheram a Avenida da Lisnave. Com a mudança conseguiram roubar a tranquilidade à minha rua, apenas por algumas horas, felizmente...

quinta-feira, junho 21, 2007

Quando Almada Foi Elevada a Cidade...


Almada foi elevada a cidade há exactamente 34 anos...
Escolhi a caixa de entrada do suplemento especial do jornal "O Setubalense", de 22 de Junho de 1973, para ilustrar esta pequena efeméride.
Segundo a crónica, assinada por Vitor Cláudio, foi um acontecimento histórico...
Nesta altura Almada era uma terra a caminho da modernidade.
Ainda colhia os frutos da construção da Ponte sobre o Tejo, entre Alcântara e Almada, e também da instalação dos Estaleiros da Lisnave na Margueira, em Cacilhas. Estaleiros que chegaram a dar emprego, nos seus tempos áureos, a perto de cinco mil trabalhadores...
Bons tempos para a economia local...

quarta-feira, junho 20, 2007

Retrato de Uma Cidade que Finge Estar em Mudança


Moro há vinte anos em Cacilhas.
Não vim morar para a Margem Sul por acidente. Foi uma escolha pensada.
Além de ter gostado da possibilidade de olhar o Tejo da minha janela da sala, a proximidade de Lisboa acabou por ser decisiva nesta escolha. Ficava apenas a vinte minutos de distância, contabilizados o passeio a pé pelas ruas da freguesia e a viagem de cacilheiro...
É por isso que não aceito que a qualidade de vida na Freguesia onde moro, em vez de ter melhorado, tenha regredido (especialmente na última década).
Cada vez há mais casas em ruínas (do Ginjal nem é bom falar... por isso vou tentar esquecê-lo neste pequeno texto), mais carros em cima dos passeios, mais lixo rente aos contentores... e até as pessoas, estão mais velhas e não houve qualquer tentativa de revitalizar a população, criando condições especiais para que os jovens viessem ou continuassem a viver para Cacilhas.
A Lisnave, por exemplo, fechou há mais de seis anos e continua tudo na mesma. A única coisa que mudou, foi a diminuição de poluição sonora e atmosférica.

Não aceito que o Município só se preocupe com as obras faraónicas projectadas para a Quinta do Almaraz e para o espaço dos antigos estaleiros da Lisnave, que não passam disso mesmo, de projectos de papel, e não faça nada para mudar este retrocesso na qualidade de vida das populações do concelho.
O que me incomoda é saber que, largas centenas de milhões de contos depois, vai existir um Metro de superfície, que embora passe na avenida principal da Freguesia, não vai contribuir, em quase nada, para a melhoria da qualidade de vida dos cacilhenses.
As casas devolutas e em risco de ruir vão continuar a aumentar, tal como a desertificação humana...
Não tenho dúvidas que preferia viver numa localidade que se preocupasse mais com as pessoas e menos com todos estes projectos megalómanos.

segunda-feira, junho 18, 2007

Junho Esconde-se Atrás das Nuvens

Quem escolheu tirar férias neste mês de Junho - no nosso país, claro - não tem tido muita sorte com o tempo.
As nuvens têm andado cá e lá, e de vez em quando escurecem mesmo, a avisar: «água vai»!
Os mais teimosos, que não querem perder as férias, previamente marcadas em estâncias balneares, poderão voltar à moda dos fatos de banho do princípio de século, com um pouco mais de tecido.
Pelo sim pelo não, ficam mais protegidas das intempéries...

A foto foi retirada da revista "Illustração Portugueza", de 16 de Setembro de 1912...

domingo, junho 17, 2007

Um Presente Diferente


Há sempre modas novas na blogosfera... agora chegaram os "blogues com tomates".
Já recebi duas nomeações, uma do Farol das Artes e outra do Cheiro da Ilha.
Por norma não dou muita importância a estes "carinhos", embora tenha o cuidado de agradecer as distinções, porque quem nos escolhe, acha-nos dignos das menções.
Nestas coisas, sou realmente um subversivo... é por isso que não vou seguir quaisquer regras. Vou sim aproveitar a ocasião para homenagear doze senhoras, que embora não sejam providas - pela natureza - de tomates, são especiais para mim. É por isso que sou visita lá de casa, quase diariamente, e sinto-me muito bem nos seus cantos, todos diferentes e cheios de encantos (rima e é verdade)...
Obrigado Alice (A Tradução da Memória), Ana (Andando e Pensando), Ana Paula (Paul dos Patudos), Ida (Sulbúrbio), Isabel (Caderno de Campo), Maria (O Cheiro da Ilha), Maria P. (Casa de Maio), MC (Jardim de Luz), Minda (Infinit’os), Rosa (Rosa dos Ventos), Sininho (Ecos da Falésia) e Vague (La Maree Haute).

O óleo que dá vida a esta homenagem quase que é um tomate... quase. É da autoria de Gustavo Fernandes e chama-se "Desafio à Dimensão"... e é dedicado às doze encantadoras Senhoras, e claro, a todos os visitantes das minhas "casas".

sexta-feira, junho 15, 2007

Os Fotógrafos do Ginjal...


Nos anos quarenta e cinquenta era comum encontrar um fotógrafo à porta dos restaurantes mais afamados, para registar o momento, para mais tarde recordar...
O "Pincel" foi um dos mais populares.
Anyana nos seus "Pregões de Cacilhas", fala do retratista, desta forma:

Pela rua marginal, nos agradáveis calores de Verão, andava o "Retratista" com seua maquineta, chamando as moçoilas:

- Ói! Menina!... Bai um retratinho p'róferecer ao namorado, benham ao Pincel... benham ao Pincel...

A fotografia do fotógrafo é dos anos quarenta, junto à "Floresta do Ginjal".

quarta-feira, junho 13, 2007

As Tertúlias de Café Cor de Rosa

Descobri hoje que estava enganado na forma como olhava as tertúlias. Sempre pensei que as tertúlias de café eram coisa de homem, que tanto podiam estar viradas para o intelecto, com discussões quase filosóficas, ou para o futebol, com conversas mais acesas, a muitos tons e cores...
Foi preciso estar sentado numa esplanada, ao lado de uma mesa de cinco senhoras com mais de meia idade, para descobrir uma verdadeira tertúlia cor de rosa, quase choque. As senhoras falavam com desenvoltura, quer dos temas do dia das revistas de actualidades femininas e do "24 Horas", quer das últimas aventuras das suas ruas.
As conversas eram bastante pormenorizadas, e tanto falavam da operação à "peida" da Merche Romero como da neta de não sei quem, que ia colocar silicone nas "tetas"...
Consegui sorrir várias vezes, com as expressões usadas, naquele "jornal" colectivo, onde se desfiaram histórias de várias ruas de Almada e até do país.
Abençoadas mulheres que ainda se encontram nas mesas de café para colocar a "escrita em dia". Elas vão quase sempre mais longe que nós e raramente usam palavrões...
É com esta pequenas coisas que descobrimos o quanto somos sexistas...

Pablo Picasso ilustra este texto com as suas "banhistas".

segunda-feira, junho 11, 2007

Conversa Quase Fiada...


Quando escuto as actuais variações dos discursos do Presidente da República e do Presidente do Conselho, fico com a sensação que trocaram de partido e de ideais...
O tecnocrata que chegou a ser comparado com os eucaliptos, por secar tudo à sua volta, depois de ter esvaziado o nosso país de humanismo, substituindo-o por valores mais próximos da futilidade e do materialismo, está um homem novo. A nova versão Cavaco preocupa-se com o povo e quer que ele lute, que deixe de se conformar...
O presidente do Conselho de ministros conseguiu ir muito mais longe que Mário Soares: Este meteu o "socialista" na gaveta, mas o filósofo lá da casa deu-lhe um destino bem mais definitivo, deitou-o para o cesto dos papeis...
Discursos são isso mesmo, palavras, palavras que o vento faz voar...
O Rui lá sabia os bonecos que fazia, em 1989, quando ainda existia "O Jornal"...

domingo, junho 10, 2007

Um Dia Cheio de Adjectivos...


Este dia é cheio de adjectivos ou de variedades, tanto pode ser de Camões, das Comunidades, da Raça ou da Pátria, com o sentido que cada um de nós lhe queira dar.
Claro que a variedade mais comum, é a de ser um simples, mas agradável feriado, por estarmos em Junho - este ano, para mal dos nossos pecados, ficou-se pelo domingo...
É também o dia das comendas, da entrega de medalhas, com e sem mérito, pelo Presidente da República.
Pelo menos já se acabou - há mais de trinta e três -, com o ritual pró-defesa da pátria, preenchido com um desfile militar grandioso e pela entrega de medalhas aos heróis da Guerra Colonial. Muitas delas eram entregues a título póstumo, a pais e filhos...
Apesar de tudo, prefiro que este seja o Dia das Comunidades Portuguesas, ou de Camões, pelo seu carácter mais universalista e também por saber que há sempre um português, onde menos se espera...
O "Luís de Camões" é de José Malhoa.

sexta-feira, junho 08, 2007

Outro Cristo Rei

Há meia dúzia de anos quando passeava pelas ruas de Lagos, descobri uma galeria de arte, que me chamou a atenção. Entrei e descobri uma exposição de pintura especial, de um holandês, radicado no Sul do nosso país.
Digo especial porque ele oferecia um ar medieval e fantasmasgórico a vários monumentos.
No meio destas obras de arquitectura encontrei o nosso Cristo Rei...
Não está mau de todo, pois não?

terça-feira, junho 05, 2007

A Luta do Actual "Marechal" Saldanha


O professor Saldanha Sanches está de novo nas bocas do mundo, ou, mais precisamente, na dos autarcas, que ficam sempre com ar de esfomeados, embora o ar de "sapo" do fiscalista, os demova destes apetites, por causa das indigestões...
Concordo com a generalidade dos seus pontos de vista em relação à corrupção nas autarquias portuguesas.
Na entrevista que o professor deu à revista "Visão" da semana passada, houve uma frase que retive, em resposta a uma pergunta, onde lhe pediam para classificar o estado dos partidos:
«É mau... Por exemplo, no caso da Câmara, aquela duplicação que há entre os aparelhos partidários e as empresas públicas municipais é altamente preocupante. Não é aceitável. Aliás, é bom recordar que mesmo o PCP pratica uma política de jobs for the boys de uma forma pertinaz, eficiente e consequente, dentro dos seus limites e dos seus poderes. Isso não é aceitável.»

Esta última frase, como é óbvio, também se refere a Almada, onde começam a proliferar as empresas públicas municipais, cujos administradores são forçosamente da confiança política do PCP, com honorários mensais que devem fazer inveja a qualquer almadense, embora continue quase tudo no segredo dos deuses.
Com os maus exemplos de Lisboa, e em nome da transparência, era bom que fossem revelados os nomes de todos os administradores e os seus respectivos vencimentos.

segunda-feira, junho 04, 2007

A Transformação dos Telejornais em Telenovelas


Se há coisa que me irrita na televisão é esta moda actual de encher os telejornais (infelizmente acontece em todos os canais...) com uma única notícia, abordada de todos os ângulos possíveis e imaginários.
Os últimos exemplos foram: o "diploma de Sócrates"; o desaparecimento de Maddie, a menina inglesa. Agora, como não podia deixar de ser, vem aí o "Serial Killer de Santa Comba Dão".
É triste toda esta exploração noticiosa, que se torna sórdida, tóxica e até pornográfica, distanciando-se cada vez mais daquilo que é o serviço noticioso.
Isto só deve ser bom para os especialistas de criminologia duvidosos, cujos comentários mancham as televisões de vermelho, colocando-as ao nível do jornal "O Crime".
Escolhi um dos bonecos do António, para dar um pouco de humor à questão...

domingo, junho 03, 2007

Mudar de Vida...


Quem é que nunca sentiu necessidade ou desejo, pelo menos uma vez, de mudar de vida?
Sim, arranjar uma nova profissão, trocar de cidade, mudar de vizinhos... e em casos extremos, até mudar de identidade...
As cidades que sobrevivem encostadas a Lisboa, oferecem ritmos de vida quase alucinantes. Almada não foge à regra. É por isso que acredito, que se mudasse para um lugar mais calmo, os dias poderiam ter horas mais normalizadas.

Quando pensava nisto, ouvi algumas das canções que António Variações deixou no bau, recuperadas no excelente álbum "Humanos", com as vozes do Camané, do David e da Manuela.
O Refreão de "Muda de Vida" simboliza muito do que pensava:

Muda de vida
Se tu não vives satisfeito
Muda de vida
Estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida
Não deves viver contrafeito
Muda de vida
Se a vida em ti não é de jeito

Este texto é também uma pequena homenagem ao único verdadeiro artista pop do nosso país, que quis ser ele próprio, e conseguiu-o, no estilo, na voz e nas palavras. Obrigado António...

sexta-feira, junho 01, 2007

Esta Liberdade que Incomoda Muita Gente...


Esta Liberdade de podermos partilhar as coisas que mais gostamos ou detestamos (poesia, ficção, história, fotografia, pintura, política, desporto, sexo, etc), com milhares de pessoas, é uma coisa fabulosa.
Torna-se ainda mais estimável, quando se começam a notar no nosso país, alguns indícios da tentativa de criar um estado "policial", no pior sentido desta palavra.
É também por isso que esta Liberdade incomoda muita gente, deixando inclusive algumas com as orelhas a arder. E quando percebem que este meio não é fácil de manipular, como acontece com os jornais, as revistas, as rádios e as televisões, ficam ainda mais possessos.
É por isso que temos de encarar com alguma naturalidade a existência de manobras de diversão - menos "obscuras" do que parecem -, na tentativa de silenciar e desmoralizar os "blogueiros" mais incómodos. Estas manobras atingem o ponto alto quando ofendem a dignidade pessoal e profissional de cada um de nós.
São estes procedimentos que fazem com que se acabem com os comentários anónimos, mais tarde ou mais cedo, e em casos extremos, activem a sua moderação.
Alguns paladinos da Liberdade dizem que estas medidas, além de serem contraditórias "atentam" contra o tal mundo livre da blogosfera, que tanto defendemos por aí.
Estão enganados. Mais grave que estarem enganados é ainda não terem percebido que a nossa Liberdade começa no respeito pela Liberdade dos outros...
Como sou teimoso, esta Liberdade que Incomoda Muita Gente, tem funcionado como um lenitivo e é ela que me dá forças para continuar.
Não sei por quanto tempo.
Sei apenas que enquanto a blogosfera continuar a ser uma coisa agradável e sentir que tenho algo a dizer, não fecharei as portas do "Casario" e das suas sucursais.
O texto está ilustrado com o óleo de Pablo Picasso, "Três Músicos".