sábado, outubro 20, 2007

Nemo no Ginjal

Mexer em papeis é sempre sinónimo de descobertas...
Desta vez encontrei o "rasto" da passagem de Nemo pelo Ginjal, no final do Verão de 1995...
Este senhor que assina como Nemo, chama-se Serge Faurie, é engenheiro informático e é um "bombeur", expressão francesa que significa grafitista.
O artista, ao passar por Lisboa, resolveu deixar a sua marca, com 36 pinturas de parede (algumas delas em Cacilhas...). Ele escolhe sempre muros degradados, ruínas, depósitos de lixo, para deixar a sua marca, contra «o feio, a tristeza ou a pena», como fez questão de dizer na reportagem da revista do "Expresso", de 2 de Setembro de 1995.
A imagem que escolhi, pintada num dos portões abandonados do Ginjal, pode ter várias leituras. Acho que já todos colocámos bandeiras brancas imaginárias naquele espaço, para que se fizesse alguma coisa por este lugar bonito.
Só que o Município respondeu com placas de proibição...

17 comentários:

Flôr disse...

Não conhecia este senhor Serge Faurie, que tem uma maneira muito singular de mostrar o seu protesto.

Mas pelos vistos não valeu de nada...

Bom fim-de-semana.
Beijitos

Debaixo do Bulcão disse...

Olá, Luís.

Não vou comentar este teu artigo, porque daria "pano para mangas" e eu agora estou com pouco tempo para escrever (ou, mais importante ainda, para pensar naquilo que vou escrever).
Mas, já que falas nas descobertas que fazemos quendo andamos a "mexer em papéis", convido-te - e aos visitantes deste blogue - a passar pelo Coisitas do Vitorino, onde publico também uma (re)descoberta que fiz de uma publicação do século 19: o "Jornal do Domingo", onde um tal Latino Coelho critica as práticas censórias de um seu contemporâneo chamado Pina Manique...
Coisas que eu tinha guardadas num canto de uma arrecadação, e das quais já nem me lembrava...

Cumprimentos!
António Vitorino

Anónimo disse...

Creio que Nemo gostaria de regressar a Cacilhas.
Mesmo sabendo dos sinais de proibição.

Debaixo do Bulcão disse...

Luís: obrigado por rectificares a minha asneira sobre o Pina Manique.
Mas o texto que transcrevo é mesmo assim, sem alterações. O que me deixou, agora, com outras dúvidas.
Sabes dizer-me onde poderei encontrar mais informação sobre aquele "Jornal do Domingo"?

Vitorino

Maria P. disse...

Mexer em papeis é sempre uma aventura!

Beijinho e boa semana*

Ida disse...

Bonita imagem e mais bela interpretação tua. Para quando reunir tudo isso em suporte de papel? É que sabes, este espaço de publicação ainda é muito elitizado, embora, mesmo ao escrever, venham-me dúvidas se o suporte de papel tb não o é que baste. É que qd vejo coisas assim, apetece que o mundo inteiro veja, ver se a revolução se faz, nas cabeças e nas bocas todas.

isabel mendes ferreira disse...

belíssimo.....


o papel é uma expressão magnifica...



onde todaa a metáforas são possiveis.


um beijo.

Teresa David disse...

Que coisa curiosa. Até me dás vontade de ir a correr ao Gingal procurar esta imagem!
Realmente é de partir o coração ver um sítio que poderia ser aproveitado, até, para turismo, pois mtas vezes vejo turistas em Cacilhas, no estado de decrepitude em que se encontra.
Bjs
TD

Rosa dos Ventos disse...

Não conhecia este "bombeur"!
Obrigada pela informação...

Luis Eme disse...

Ele deve estar habituado a que os seus protestos caiam em saco roto...

Mas não desiste e protesta, com arte e originalidade, como muito bem observaste, Ana.

Luis Eme disse...

É sempre bom, visitarmos o fundo do "bau" e descobrirmos preciosidades como o teu "Jornal de Domingo, Vitorino.

Luis Eme disse...

Acho que sim, Repórter.

E tenho quase a certeza que deixava uma marca no "elevador da emilia"....

Luis Eme disse...

E que aventura, Maria P...

Luis Eme disse...

Talvez nunca... pela tardinha...

O mundo editorial, apesar da publicidade em sentido contrário, está cada vez mais limitado a meia dúzia de autores, Ida. Mas falar disso, dava para fazer dois ou três livros...

Eu gosto de papel, de papeis... mas com o tempo, deixará de ser tão popular... talvez se torne quase um tesouro no futuro. Mas nestas coisas do futuro, nunca se sabe muito bem o que poderá acontecer...

Luis Eme disse...

Tanta verdade nas tuas expressões sobre o papel, Isabel...

Todas as metáforas são possíveis, e porque não sonhos?...

Luis Eme disse...

O Ginjal apetece sempre, mesmo no Inverno...

Como tu muito bem assinalas, Teresa, os turistas não desistem e continuam a aparecer...

Claro que a culpa deve ser do Tejo e do prazer de atravessar o Rio (deve ser um dos "cruzeiros" mais baratos que eles encontram po aí...).

Devem ficar extremamente desiludidos pela forma como tratamos e aproveitamos o Largo de Cacilhas e o Ginjal...

Luis Eme disse...

Ela já pasou por cá mais vezes, Rosa, com outras personagens, além do Nemo...