quarta-feira, outubro 29, 2008

O que Mudou na Maternidade...

Este "post" podia dar uma das minhas conversas de café, pelo tema e por ter acontecido num café. Mas o tema é tão complexo, foram levantadas tantas questões, que daria uma conversa com quilómetros de palavras, pouco recomendável na blogosfera...
Começámos por falar de uma amiga que não tinha filhos, porque o marido tinha problemas de infertilidade, obrigando-a a desistir do sonho de ser mãe. Apareceram vários argumentos na mesa, a adopção, a fertilização in vitro, mas ela diz que não é a mesma coisa, só queria um filho do amor da sua vida... e acabámos a falar de outra amiga, que não tem, nem quer ter, como prioridade na vida, ser mãe. Os filhos estão fora de hipótese...
Comecei por pensar que as coisas estão todas trocadas, que quem quer não pode e quem pode não quer...
Mas avancei rapidamente nos meus pensamentos, para me fixar nas prioridades que nós temos, que também vão mudando, com os hábitos e com a evolução da própria sociedade.
Há quarenta anos quase todas as mulheres tinham como principal prioridade, o casamento e a maternidade. A sua realização pessoal passava muito pelo marido e pelos filhos.
Hoje não. A mulher é muito mais que uma simples dona de casa, esposa e mãe. Também tem vida pessoal e profissional...
Será por isso que se têm menos filhos? Também, mas não apenas por isso.
As pessoas dantes tinham mais filhos porque não existiam tantos contraceptivos, nem conhecimentos do próprio corpo e da sexualidade. Sem falar da influência religiosa...
A única coisa que ainda não mudou, foi a própria natureza da maternidade, que é e será sempre feminina.
"A Maternidade" é de Almada Negreiros.

16 comentários:

ⓡⓞⓣⓘⓥ disse...

Olá :)
O Blogue dos Manteigas passou por aqui via Rosmaninho da Serra :)
Um abraço,
http://bloteigas.blogspot.com/

Maria P. disse...

É um assunto tão complexo, em que cada caso é mesmo um caso, que dava outra conversa de café, longa...


Beijos, Luís M.

Lúcia disse...

Luís - o que trazes é, realmente, um assunto complexo, como bem diz a Maria P.
Mas a tua última frase sintetiza muitas coisas. Nunca tinha pensado nisso assim. Tenho que concordar. É preciso muita sensibilidade para isso escrever!:)
Beijinhos

Cristina Caetano disse...

Nossa, mas que assunto complexo. Talvez a maior diferença entre antigamente e os dias atuais e o casamento e filhos, é que estes eram obrigatórios e hoje um casal dá-se à escolha de tê-los ou não.

Beijinhos

CAP CRÉUS disse...

Também passa, sem duvida, pela falta de apoios a todos o níveis, especialmente por parte do governo e da entidade patronal.
Quantas Mulheres não andam aí, cheias de vontade de ter filhos, mas simplesmente, não têm hipóteses monetárias...
O quadro é lindo!

hfm disse...

Na beleza dessa maternidade de Almada encontra-se particularmente essa "condição feminina".

Luis Eme disse...

olá manteigas...

Luis Eme disse...

longa mesmo, M. Maria Maio...

Luis Eme disse...

há coisas que não mudam na natureza (mesmo que sejam cada vez menos), Lúcia...

Luis Eme disse...

é bastante pertinente o teu ponto de vista, Cris...

Luis Eme disse...

sim, também, Cap.

mas acho que já houve mais...

Luis Eme disse...

sem dúvida, Helena...

é lindo o quadro.

Lóri disse...

Meu querido guardador, que coisa séria encontro por aqui! Olha, discordo um pouco de ti. Há homens que têm maternidade de sobra e mulheres que nunca deveriam ter tido filhos, pois lhes falta o principal: a dedicação e a atenção que uma criança supõe. Por exemplo, meu pai é super maternal (sempre foi) e há mulheres que tudo que querem é ver-se livres muito depressa da "função".

Acho que a maternidade é ou foi, por vezes, um produto de circunstâncias culturais. Nesse ponto, a situaçào está mudando para melhor. Haja visto a quantidade de homens que solicitam guarda partilhada (quando separados) e que se ocupam até muito mais dos filhos do que as mães.

Vais dizer que não tens a tal da maternidade no peito e nas mãos?

Beijos

Luís Milheiro disse...

mas eu entendo isso como paternidade, Lóri...

paternidade não apenas fazer e ver crescer à distância, é o amor de pai...

falava da maternidade, como uma coisa feminina especial, não é por acaso que os filhotes andam nove meses nas vossas barriguinhas...

Lóri disse...

Eu entendo, mas falava de maernidade como algo muito propalado e nem sempre praticado. Mas sei bem que tu me entendes e andamos aqui na retórica pelo prazer de estar. Adorei o trecho "nas vossas barriguinhas"! Isso é mesmo especial!

Beijos

Luis Eme disse...

e faz toda a diferença, Lóri...