O “Expresso” realizou um estudo curioso, sobre as melhores cidades portuguesas para se viver, que devemos analisar com alguma atenção.
Começo por achar extremamente duvidoso que Lisboa seja a melhor cidade para viver, embora este estudo tenha assentado em vinte critérios diferentes, aos quais foram atribuídas notas (penso que de 0 a 100...) que oscilaram entre o valor máximo de 85 e mínimo de 0.
Mas o que me interessa abordar é a posição de Almada (34º lugar entre as cinquenta escolhidas) e algumas aspectos merecedores de reparo.
Se fizesse parte da equipa de propaganda do Município, destacava o 1º lugar, entre todas as cidades estudadas, no desempenho económico (70), desempenho esse aliado às novas tecnologias, à «economia do conhecimento» (com destaque na revista “Única”, onde foi apresentado o estudo).
Como não gosto de esconder o sol com uma peneira, acho que foram anunciados aspectos preocupantes sobre a nossa cidade neste estudo. Como por exemplo: os espaços verdes (35); a qualidade urbanística (35); o comércio (30); a relação com a água e a paisagem (35); o alojamento turístico (30); o património (30); e a qualidade dos espaços públicos (30).
De entre estes problemas focados há alguns que têm sido debatidos no “Casario”, como a relação com a água e a paisagem e a qualidade dos espaços públicos.
São dois problemas de extrema importância, que poderão ser resolvidos no futuro, com os projectos que existem para a zona do Almaraz e do Ginjal e para os terrenos da Lisnave (Projecto Almada Nascente).
Mas como se tratam de projectos a médio e longo prazo... não se devem esperar melhorias nos próximos tempos...
Começo por achar extremamente duvidoso que Lisboa seja a melhor cidade para viver, embora este estudo tenha assentado em vinte critérios diferentes, aos quais foram atribuídas notas (penso que de 0 a 100...) que oscilaram entre o valor máximo de 85 e mínimo de 0.
Mas o que me interessa abordar é a posição de Almada (34º lugar entre as cinquenta escolhidas) e algumas aspectos merecedores de reparo.
Se fizesse parte da equipa de propaganda do Município, destacava o 1º lugar, entre todas as cidades estudadas, no desempenho económico (70), desempenho esse aliado às novas tecnologias, à «economia do conhecimento» (com destaque na revista “Única”, onde foi apresentado o estudo).
Como não gosto de esconder o sol com uma peneira, acho que foram anunciados aspectos preocupantes sobre a nossa cidade neste estudo. Como por exemplo: os espaços verdes (35); a qualidade urbanística (35); o comércio (30); a relação com a água e a paisagem (35); o alojamento turístico (30); o património (30); e a qualidade dos espaços públicos (30).
De entre estes problemas focados há alguns que têm sido debatidos no “Casario”, como a relação com a água e a paisagem e a qualidade dos espaços públicos.
São dois problemas de extrema importância, que poderão ser resolvidos no futuro, com os projectos que existem para a zona do Almaraz e do Ginjal e para os terrenos da Lisnave (Projecto Almada Nascente).
Mas como se tratam de projectos a médio e longo prazo... não se devem esperar melhorias nos próximos tempos...
Só espero que o Município não embandeire em arco com o seu destaque no desempenho económico, esquecendo as notas negativas recebidas...
20 comentários:
Competirá ao munícipes fazer com que os órgãos municipais não embandeirem em arco... participando activamente nas assembleias de freguesia e municipais, não?
Lembrando-os de vez em quando... porque a tendência é mesmo essa que dizes, Luís, realçar o positivo e "esquecer" o negativo...
Não é de admirar tal classificação para Almada: Começando por analisar os aspectos mencionados no estudo, e lembrando que tal análise se centra na Cidade e não no seu concelho, vejamos:
Espaços Verdes: Parque da Paz, só por si é uma mais valia para a cidade e um espaço muito aprazível, mas será que faz parte da cidade de Almada? Quanto aos restantes espaços verdes, são inexistentes.
Qualidade urbanística: pura e simplesmente não existe, a cidade é um amontoado de prédios, sobretudo da década de 70, decadentes e a necessitar de obras. Almada Velha não é destacada como deve ser.
Comércio: decadente desde a abertura do Almada Forúm.
Relação com água e paisagem: cacilhas? Não se aconselha neste momento a passear se quer pelo cais do ginjal...
Alojamento Turístico: não existe
Património: algumas casas senhoriais, igrejas, cristo rei e pouco mais.
Qualidade dos espaços públicos: aí parece existir alguma qualidade.
Eu dormi duas noites em Almada há um ano e meio e gostei do que vi, embora a minha amiga, que lá vive e trabalha, não parasse de repetir que vivia e trabalhava no subúrbio ou periferia... já não lembro. Mas isso deve ter a ver com um conceito europeu ou peninsular de urbanismo. Eu não gosto nada de distribuições dicotômicas como essa de cidade e subúrbio e também não consigo dimensionar meu olhar e meus julgamentos por elas.
Além disso, aprendi a amar a outra margem há muitos mais anos, por razões de coração e isso nunca vai me abandonar. Qto à orientação governamental, isso já são outros 500 e eu desejo sinceramente que justiça seja feita com o Ginjal, pelo que tenho lido por aqui.
Maria,
nem as pessoas tem o hábito de participar no dia a dia das suas localidades, nem os políticos o permitem (para além dos jogos que fazem, a fingir que se vive em democracia...)
Em Almada governa uma maioria comunista que se orgulha de dar voz ao cidadão (promove sessões de esclarecimento e de participação dos cidadãos). Só que isto não passa de um jogo de palavras. Quando toca a tomar posições esquecem as opiniões da população e da oposição, e só têm ouvidos para o Partido do qual são militantes.
Boa análise Papoila.
A minha única discordância vai para os espaços públicos da nossa cidade, que acho deploráveis. Por exemplo, os passeios públicos, além de estarem quase sempre cheios de carros, tem o piso mais irregular que conheço...
A cidade está demasiado cercada de automóveis, falta-nos espaço para circularmos.
Vamos ver se o Metro resolve este problema...
Ida,
os políticos locais gostam de proclamar aos sete ventos que Almada tem vida própria, mas nunca houve inteligência para concorrer com Lisboa (por exemplo como Gaia está a fazer com o Porto, embora aqui o Rui Rio dê uma ajuda...), fazer de Almada um lugar bonito, diferente, agradável...
O que vale é que o Tejo é sempre belo, mesmo quando cercado de ruinas... é um rio único!
Bonito o modo como és tào apaixonado pelo Tejo! Soa a um amor ancestral.:) Beijinhos de quem também ama o Tejo, mas que é uma distante e parca admiradora.
ALMADA PODERIA TER FICADO MUITO MAIS BEM CLASSIFICADA ISTO DEVIDO A QUANTIDADE DE SITUAÇÕES Q PODERIAM EXISTIR POR CÁ! ALMADA tem potencial, tem pessoas, tem áreas q precisam de ser renovadas estruturadas....enfim esperamos q façam oq ue á muito andam a prometer, mas HABITAÇÃO SOCIAL COM VISTA PRO MAR DA COSTA POPEM -ME SO EM ALMADA!!!
Luis,
Interpretei a qualidade dos espaços públicos de forma errada, assim acabo por concordar contigo que são realmente maus esses mesmos espaços públicos.
Vou aproveitar este seu Post para publicar também o meu comentário e mais algumas palavras no meu blog.
Boa semana
Quando estiver com o Tejo, falo-lhe de ti, Ida...
Também não percebo essa do bairro social rente ao mar... assim como tantas outras "essas"...
Já passei por lá, Papoila...
Vai realizar-se em Odivelas, no próximo dia 27, um jantar de blogs. Para informações e inscrições dirige-te a http://os-convivas-do-costume.blogspot.com.
Beijos
Também li o artigo e a partir dos critérios vou "cozinhar" uma posição para a minha cidade que nem sequer surge entre as 50!
Acho que tenho de atravessar o Tejo...
Um abraço:)
Agradeço a notícia-novidade, Dulce.
A tua cidade, Rosa dos Ventos, não surge nas 50 escolhidas apenas por critérios de estudo. Não quer dizer que não tenha mais qualidade de vida que muitas das apresentadas...
Acho óptimo que atravesses o rio, Maria P....
Aconselho-te escolheres a travessia de "Ferry", entre Cacilhas e Belém, que é um autêntico cruzeiro no Tejo.
Além de ser uma viagem feita mais perto das margens, oferece-nos o atractivo de se passar debaixo da Ponte 25 de Abril.
A propósito deste estudo (que, tal como as sondagens, vale o que vale…) reparei nalguns pormenores que aqui destaco:
* as acessibilidades inexistentes (Almada foi uma das piores, só ultrapassada pelo Seixal - por "coincidência" um concelho limítrofe e gestão autárquica semelhante),
* a péssima sinalética (um problema quase esquecido mas que faz toda a diferença, nomeadamente em termos de qualidade turística, mas não só, evidentemente),
* a lenta fluidez de tráfego (e ainda não começaram as obras do MST…),
Mas, principalmente:
* a má qualidade urbanística (pior mesmo só a Amadora) - resultado do incentivo à construção em detrimento da recuperação do edificado existente.
E sem esquecer:
* a conflituosa relação com a água e a paisagem (não será de estranhar que as freguesia mais degradadas do concelho de Almada sejam a Trafaria e Cacilhas),
* ou o inexplicável sector do alojamento turístico: não fossem os hotéis da Costa da Caparica, e em Almada não existia oferta no sector (a Pensão Célia e um arremedo de residencial na Rua Cândido dos Reis, em Cacilhas - meio na candonga, não contam).
Vê-se que Almada aposta, sobretudo, no desporto e nos equipamentos sociais, embora existam opções que deixam muito a desejar em termos da melhoria efectiva da qualidade de vida dos almadenses apesar de, politicamente, terem algum suporte.
etc. etc. etc.
Mas Almada é o concelho onde nasci, cresci e resido. Almada é a minha cidade. Tem os seus defeitos (muitos, eu sei) – a maioria, consequência de uma gestão autárquica que me dispenso de comentar, mas também por indiferença daqueles que estão por cá (que não cuidam dos prédios onde moram, que vandalizam os espaços públicos, que classificam os passeios como wc dos seus cãezinhos, que são demasiado egoístas para se associarem e encetarem acções reivindicativas e de dinamização do comércio local, e por aí adiante) - mas, como ia dizendo, Almada tem os seus defeitos mas também muitas qualidades (mais não seja a magnifica paisagem ribeirinha - pena é que tão mal tratada, é verdade).
Por isso, pouco me importa que tenha ficado em 34.º neste ranking… esse facto por si só nada significa. Moro cá e por cá faço tensão de continuar. Amo esta cidade e este rio que atravesso todos os dias e quando fico sem ambos, bate-me uma saudade… mas também das suas gentes, em particular dos familiares e amigos.
Portanto, para mim, Almada está em 1.º lugar no meu coração. Por isso, tudo farei para, dentro das minhas possibilidades (seja na política ou na cultura, duas áreas onde tenho especial prazer em intervir) mudar aquilo que está mal. Porque criticar cruzando os braços, não é atitude que mereça o meu respeito.
Um grande abraço e dois **. Se não for antes, logo nos veremos no próximo sábado…
Primeiro que tudo, bem vinda ao "Casario", Minda.
Depois, fica-te muito bem esse amor pela nossa Terra e pelo nosso Tejo...
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