segunda-feira, outubro 12, 2009

Almada Ficou Mais Democrática

O sinal mais das eleições autárquicas em Almada (para mim claro...) foi a perda da maioria da CDU no executivo do Município.

Nunca gostei de maiorias, quer no governo central quer nas estruturas locais. Penso que o poder não deve estar assente em apenas uma força política, para que não se alimente o "autismo" político e os tiques ditatoriais de quem exerce o poder.
E quem não sabe governar em minoria, não é de certeza, um bom político.
Ao nível das freguesias, ficou tudo igual. Embora a Costa de Caparica, a única junta "laranja" do concelho, tenha ficado por um fio, faltaram apenas 67 votos para se tornar "rosa"...
A abstenção manteve os níveis elevados do costume, próximos dos 50% (e em alguns casos até superior, para o Município e para a Assembleia Municipal por exemplo, ultrapassou os 51%...). E é ela que faz toda a diferença, de uma forma geral beneficia sempre quem está no poder.
O PS voltou a falhar o "ataque ao poder", por culpa própria. Quando se querem ganhar eleições, é importante apresentar um candidato com o qual os cidadãos se sintam identificados.
Tal como aconteceu a nível nacional, o BE não subiu como se esperava, tendo inclusive perdido um dos mandatos que conquistara em 2005, no concelho. A "honra do convento" foi salva com a eleição da vereadora, Helena Oliveira, que retirou a maioria à CDU.
Curiosa (e ao mesmo tempo perigosa, se pensarmos que estamos num concelho com tradições de esquerda...) foi a subida do CDS, que praticamente tinha desaparecido em 2005, deixando de ficar representado na Assembleia Municipal. Agora conquistou dois deputados municipais e três mandatos em três Juntas de Freguesia (Charneca de Caparica, Costa de Caparica, Sobreda).
Num concelho onde nunca se resolveram os problemas de exclusão social existentes em vários bairros problemáticos e que tem assistido impavidamente à proliferação de emigrantes de várias nacionalidades (como tantos outros, de Norte a Sul), que infelizmente têm contribuído para o aumento da sua criminalidade, o discurso de Portas em nome da segurança, da emigração e da distribuição do rendimento mínimo, vai ganhando votos...

8 comentários:

Maria P. disse...

Também não gosto de maiorias, e mais não comento...
:)

Beijos, Luís M.

Rosa dos Ventos disse...

As maiorias e ainda por cima prolongadas por trinta anos cheiram a ditadura.
Finalmente, aqui, o poder laranja da Câmara foi desalojado, ganhou o PS mas a Assembleia Municipal continuou laranja.
Isso, além da postura do novo presidente e vereadores, também trará uma forma de governação mais pluralista.
Orgulho-me de, na oposição, ter ajudado a credibilizar o meu partido , como autarca de uma Assembleia de Freguesia, da Assembleia Municipal e nestes últimos quatro anos na vereação.
A nossa abstenção ficou nos 40% e na minha freguesia nos 33%.
É pena este alheamento que tem vários tipos de causas.

Abraço

Anónimo disse...

Depende do futuro imediato, no que diz respeito a alianças e outras posturas.

Há várias formas de exercer a maioria.

J.S. Teixeira disse...

Querem saber o que é hipocrisia? José Sócrates depois de ter andado a propagar aos 7 ventos a urgência de um voto útil à esquerda para afastar a Direita do poder, propôs ao PSD e ao CDS uma coligação. Manuela Ferreira Leite REJEITOU, Paulo Portas, segundo o DN (jornal afecto ao Partido Socialista), prepara-se para para viabilizar orçamento de estado de 2010.

VIVA A HIPOCRISIA DO PARTIDO SOCIALISTA.

Luis Eme disse...

já somos dois, M. Maria Maio...

Luis Eme disse...

pois cheiram, Rosa.

o autismo vai ganhando forma, ano após ano.

Luis Eme disse...

mas sempre é diferente, Observador.

é um pouco como o Sócrates, para ver as políticas serem aprovadas, tem de fazer acordos, acabou o quero, posso e mando.

Luis Eme disse...

és um cromo, Teixeira.