A atitude do governo angolano, de recusar a entrada de vários orgãos de comunicação social portugueses, para cobrir as eleições legislativas, depois de longos anos de guerra e de uma democracia apenas para português ver, é no mínimo vergonhosa.
Quando o presidente, José Eduardo dos Santos, afirmou a 4 de Agosto que: «Angola pode dar um exemplo ao continente e ao mundo sobre a forma como realizar eleições democráticas, livres e transparentes», pensei que alguma coisa ia mudar.
Na prática já se percebeu que tratou-se apenas de mais uma falácia. Por exemplo, como é possível realizar eleições transparentes sem a existência de cadernos eleitorais?
Isto faz com que se perceba que a presença da "SIC", do "Expresso", da "Visão", do "Público" e da "Rádio Renascença" em Angola, podia de facto ser incómoda...
Isto faz com que sinta que o jornalismo é a profissão onde existe menos corporativismo. Claro que isto não acontece apenas por se ter o "dever de informar", há também o gosto especial pelos "exclusivos" da maior parte dos órgãos de comunicação social.
Não esqueço alguns exemplos nacionais - com relevo para os do F.C.Porto de Pinto da Costa e a Madeira de Alberto João Jardim -, onde quem não publica notícias felizes, sujeita-se a ficar, no mínimo, à porta das conferências de imprensa...
Este desenho do Rui, publicado em 1989 no semanário "O Jornal", não mudou muito. José Eduardo dos Santos continua a ser o rei do ilusionismo angolano, agora mais só, com a certeza de não tirar Jonas Savimbi da cartola. Em relação à pomba, também estamos conversados...
4 comentários:
...aliás, como se está a ver pelo proceso eleitoral, a coisa não começou bem e nem está a continuar conforme...
Aquele povo merecia outra sorte.
Beijos
Dizes bem, o rei!
A maioria do povo angolano faz parte dos servos da gleba!
Abraço
eles é que sabem, Lúcia...
82% não se usa em nenhum país, mas...
um rei com muitos tronos e castelos, espalhados pelo mundo, Rosa...
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