Nunca tinha pensado a sério no assunto. Mas um dos objectos que se foi tornando dispensável cá em casa é a televisão, para mim claro. Passo cada vez menos tempo à frente do "ecran maravilha" (a excepção são os filmes).
Reconheço que isso não tem só a ver com a qualidade da programação. Tem também a ver com opções pessoais. Prefiro ouvir música e ler, revistas, jornais ou livros...
Pensei nisso por estar inteiramente de acordo com a crónica de hoje de João Miguel Tavares, no "DN".
Todos sabemos que há programas que só têm sucesso pela polémica criada à sua volta, por muita publicidade e "palha" que é metida à sua volta. E a SIC e a TVI sempre se mostraram mestres nesses "deslumbramentos" populares.
Como já devem ter percebido, estou a falar do famoso "Momento da Verdade".
Não estou a falar de cor, porque vi uns minutos do programa em que a figura central era um rapaz militar. Achei aquilo tão deprimente, que não consegui perceber onde estava o interesse do programa como espectáculo televisivo, tendo como figura central um rapaz a vender-se por uns euros, na presença de familiares e amigos.
Ainda por cima aquilo parecia tudo (mal) encenado, com trocas de olhares cheias de cumplicidade.
O que me parece mal, e está bem explicito na crónica do João Miguel, é a lata de todos os "siclistas" que se tem "vendido" por causa daquele "sabonete", com um perfume tão manhoso. Certamente, mais motivados pelos euros que caem da bolsa do Balsemão que pelo tão propagandeado amor à camisola da casa...
Felizmente, a minha noção de entretenimento está mais próxima da "A Roda da Sorte ou do "Jogo Duplo", que destes confessionários decadentes e mentirosos.
E, segundo parece, o famoso "fundo do buraco" não existe em televisão, é sempre possível descer mais baixo...
12 comentários:
Ainda não vi nada desse programa, mas as críticas que tenho lido não abonam em seu favor.
Na televisão procuro "pescar" bons filmes e ontem apanhei na 2 o 1º episódio de Jane Eyre...
As séries inglesas têm certa qualidade.
Agora a produção nacional, infelizmente, vai de mal a pior, tens toda a razão!
Abraço
Nem de propósito, Luis - acabei de ler um artigo sobre esse programa no DN. Não tenciono ver. Mas, em mim, não é novidade. Não temos o hábito, sequer, de ligar tv cá em casa. Foi-se perdendo. E ganhou-se, como tu, noutras coisas. O que li agora no DN, associando ao que aqui escreves, leva-me a pensar que a filosofia não será muito diferente dos outros reality shows que andaram na berra. E há explicações para o êxito. Mas será que o povo não está cansado disto? A ver... eu gostava que estivesse:)) Mas...
Beijos
Quem tem em casa apenas 4 canais tem, na 2, a algternativa.
Mas já viste quantos portugueses vêem a 2?
Sou levada a concluir que a tv (os 4 canais) são o espeçho do país que temos, e que eu não quero...
Beijinho, Luís
Nunca vi, nem tenho vontade de ver, até porque não percebo como é possivel:
1º a Tv descer tão baixo
2º haver gente a vender-se desta maneira, para meio Portugal assistir
3º O sôr Balsemão permitir algo assim.
E também prefiro uma roda da sorte, aliás, tal como há uns largos anos atrás.
Não vi nem me apetece ver, precisamente porque já ouvi falar dele. Não me interessa assistir a cenas deprimentes de gente que se vende só para aparecer na televisão. Dantes, as pessoas tornavam-se conhecidas por terem feito algo de relevante; agora, apenas por aparecerem...
Nivelar por baixo sempre me pareceu um péssimo critério. E não concordo nada quando argumentam que a televisão passa o que as pessoas querem ver. Primeiro, porque há bastante gente que não quer ver esse tipo de coisas; segundo, porque, de um modo geral, as pessoas vêem aquilo que lhes dão. Comem o que lhes dão, precisamente por não terem grande sentido crítico e por estarem habituadas a "viver" vários furos abaixo daquilo que deveriam.
E continuo a pensar que a televisão tem um papel demasiado importante na vida da maioria das pessoas para que ignore a sua função educativa. Apesar dos privados e da sociedade de mercado em que vivemos. Mesmo assim, se não quer educar, pelo menos não estrague.
Bjs
é mesmo rasteiro, Rosa.
não perdes nada ao não ver.
e prova que como povo, vamos de mal a pior, Lúcia.
já vendemos a alma a milhões...
não concluas, Maria.
essa é apenas a conclusão das teresas guilhermes, julias pinheiros, fátimas lopes e companhia. é o ganhapão delas...
fazes muito bem, Cap.
é giro a moral deles, do Balsemão e companhia...
devia ter, Paula, mas não tem.
é um negócio que explora as nossas maiores fragilidades, no pior sentido. e apesar de todos os "teatros" que eles fazem (já perceberam que gente educada e culta não lhes olha para a cara), sabem que esta televisão é cada vez de menos portugueses.
as audiências são mais um "flop"...
Luís, eu também. E ainda bem que existe a TV a cabo, já que se salvam uma ou outra série e filmes.
Eu aqui, só posso assistir a SIC, e durante a semana, é só o telejornal da noite. No fim de semana, os programas são tão insossos quando no tempo em que vivi aí.
E os canais brasileiros...bem, tirando um ou outro programa - Globo Repórter, por exemplo - pouco se salva.
Beijinhos
é assim esta tv, Cris...
talvez nos tenhamos tornado mais exigentes...
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