quinta-feira, dezembro 28, 2023

A importância de manter vivo o "jovem" que está dentro de nós...


Há pessoas que podem envelhecer fisicamente, mas nunca deixam fugir o jovem que continua bem vivo dentro deles.

E ainda bem, Se puderem, continuam a ser criativos, como é o caso de uma mulher que tem a idade da minha mãe e que continua com tanta poesia dentro de si.

Estivemos alguns minutos juntos antes do Natal. Não deu para meter toda a conversa em dia, mas mesmo assim, foi bom. Até porque ela presenteou-me com as suas últimas criações, que são um excelente exemplo de poesia ilustrada.

É também por isso que desejo que a Clara continue, sempre, com esta vontade de criar...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


sexta-feira, dezembro 22, 2023

Um dos nossos flagelos sociais mais visíveis...


Um dos problemas sociais crescentes no nosso país é o aumento de gente sem-abrigo, ou seja, pessoas que vivem nas ruas. Uma boa parte destes novos "filhos da rua" são estrangeiros e adoptaram uma nova forma de se viver, com mais privacidade, usando pequenas tendas de campismo que montam em qualquer lugar, principalmente na Capital.

Também se nota um aumento de gente a viver na rua no Concelho de Almada. Gente quase sempre de fora. Muitos ocupam edifícios abandonados (o Ginjal continua a albergar dezenas de pessoas, o Caramujo menos, porque algumas das instalações onde pernoitavam foram "terraplanadas" e também foram colocadas redes em volta...).

Não se nota que os governos (locais e nacionais), tomem medidas para combater este flagelo (se é que isso é possível). Continua a ser a sociedade civil, através de várias instituições, que lhes oferecem alimentos e roupas, para que consigam sobreviver nesta "selva urbana".

No Caramujo existem também tendas (como as da fotografia...), penso que sejam dos romenos que viviam no espaço camarário que foi terraplanado e acamparam ali mesmo ao lado.

É complicado fazer uma análise crítica sobre a acção dos nossos governantes, quando muitas destas pessoas cultivam alguma marginalidade muito própria, não querem ter de dar satisfação a ninguém da forma como vivem, por muito miserável que seja...

Não sei se na nossa Margem organizam jantares de Natal e oferecem "prendinhas" a estas pessoas, como fazem em Lisboa (mesmo que cheire muito a hipocrísia e seja mais um produto televisivo, onde nem falta o Presidente da República, para compor o ramalhete). 

Espero que se for oferecido algum apoio, seja algo mais sustentado, que permita ser Natal mais que uma vez por ano...

(Fotografia de Luís Eme - Cova da Piedade)


sexta-feira, dezembro 08, 2023

Eu sei que os "buracos" das ruas são um pouco pequenos para que uma senhora deputada, entre e fique por lá, mas...


Eu sei que as palavras não têm nada a ver com "buracos", até por este tipo de "buraco", estar mais próximo do surrealismo e das piadas foleiras (que quem exerce cargos políticos devia evitar...), que da realidade. 

Refiro-me ao aviso que Beatriz Ferreira (deputada municipal do PSD), deu aos militantes do seu partido, para "terem cuidado com as carteiras". Isto aconteceu durante a recepção aos militantes no  congresso dos sociais democratas, que se realizou no nosso Concelho (até teve a visita da nossa mais famosa "múmia política" que, felizmente, não ficou para jantar, pois prefere as refeições da sua "Maria" à gastronomia da Margem Sul...). 

Não satisfeita, e em vez de perceber que tinha ido longe demais (deu a entender que Almada é uma "terra de ladrões"...), a senhora deputada municipal resolveu justificar as suas palavras com dados estatísticos, afirmando que o nosso Concelho é o que tem maior índice de criminalidade do distrito de Setúbal. 

Quase que me apetecia responder-lhe com outra piada foleira e dizer que provavelmente há mais gente com vontade de "roubar carteiras" no seu partido que em Almada, mas não vale a pena...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


quinta-feira, dezembro 07, 2023

Eu sei que a culpa é da chuva (mesmo que cada vez chova menos)...


Já escrevi aqui sobre os "buracos" das ruas de Almada.

Não tenho voltado a este tema, para não me estar sempre a repetir. Mas assim se aproxima o Inverno, as coisas tornam mais visíveis e não consigo "fechar os olhos", enquanto atravesso as ruas (nem devo, até por ser perigoso)...


Estes três buracos que aqui trago fazem parte das imediações da praça Gil Vicente, em duas passadeiras - para que se evitem, entre outras coisas, os "sapatos de tacão alto" - e no começo da avenida D. Afonso Henriques...

O mais curioso, é que estes "buracos", também têm a ver com o PSD, que quer ser governo. Segundo as minhas contas  os "buracos" estão ligados aos seus pelouros na coligação que dirige Almada.


Ou seja, em Almada não podem dizer que a culpa é do PS (ou só do PS...), pois também fazem parte da "gerigonça almadense"...

(Fotografias de Luís Eme - Almada)


sexta-feira, dezembro 01, 2023

Mais uma coisa pouco compreensível em Almada (a somar a dezenas)...


Só ontem é que reparei que a Pista de Atletismo da Sobreda tinha recebido o nome de alguém, e que agora se chamava "Pista de Atletismo Alberto Chaiça".

Durante anos foi apenas a "Pista de Atletismo da Sobreda", porque quando foi construída, apesar de haver um nome que se destacava de todos os outros, em termos de currículo atlético (Francisco Bastos, que foi campeão nacional mais de uma dezena de vezes, campeão ibérico e recordista nacional de várias corridas, dos 400 aos 3000 metros), havia quem também quisesse atribuir à pista o nome de Almerinda Correia, que embora tivesse sido uma boa atleta (campeã nacional de lançamentos), beneficiou do fraco nível do atletismo feminino. E foi assim que a pista acabou por ficar sem patrono...

Embora não tenha nada contra Alberto Chaiça que foi um excelente fundista, com uma participação olímpica na maratona, não está sequer no "top 3", em termos curriculares, de atletas do Concelho. E além disso foi sobretudo um corredor de provas de estrada, e por isso, nem fazia muito sentido atribuir-se o seu nome a uma pista...

Depois de passar pela pista, fiquei perplexo e senti logo que havia por ali qualquer coisa, no mínimo, injusta. Lembrei-me logo do Chico Bastos, embora reconheça que agora seria mais justo atribuir o nome a uma mulher que ainda está entre nós (se é que seguiram essa premissa...). Foi por isso que me recordei da Naide Gomes, que é a grande campeã da Margem Sul (a par da Carla Sacramento, embora esta pertença ao Seixal...).

Naide Gomes foi campeã Mundial de pista coberta de pentatlo e do salto em comprimento. E foi também bi-campeã europeia de salto em comprimento. Além de ter sido recordista nacional do salto em comprimento, do pentatlo e do heptatlo e campeã nacional várias vezes.

Alberto Chaiça, se foi campeão nacional, foi apenas na maratona. E nunca bateu qualquer recorde nacional, nas chamadas disciplinas olímpicas.

Se há um atleta (neste caso, uma...) que merecia dar o seu nome à pista de atletismo, é Naide Gomes.

É apenas mais uma coisa pouco compreensível, a somar a muitas que se passam neste concelho...

(Fotografia de autor desconhecido)


sexta-feira, novembro 17, 2023

Não é bem assim (mas é quase...)


Na noite de amanhã os UHF vão dar mais um concerto no Salão de Festas da Incrível Almadense, uma sala carismática da música moderna portuguesa que usa mais "metais" e "eletricidade".

O Cartaz do concerto é bastante elucidativo, informa que "o rock nasceu em Almada". Embora possa parecer um exagero, ninguém pode negar que a Margem Sul é bastante importante na divulgação e popularidade do rock português, com a proliferação de bandas de garagem (e de barracão...) e de músicos que rapidamente entraram no "clube dos virtuosos".

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


terça-feira, novembro 14, 2023

Sim à Paz no Médio Oriente (e uma dúvida)


A única coisa que me deixa dúvidas é a "Rua do Ginjal" (que desconheço) de resto estou completamente solidário com o fim à agressão a Gaza e desejo a Paz no Médio Oriente (e na Ucrânia, que está a ficar esquecida...).


segunda-feira, novembro 13, 2023

Almada, 50 anos de Cidade, 50 anos de Liberdade


Hoje e amanhã decorre na Sala Pablo Neruda o congresso, "Almada, 50 anos de Cidade, 50 anos de Liberdade".

Passei por lá de manhã e ouvi as quatro primeiras comunicações, sobre a história de Almada. Embora as intervenções tenham de ser curtas, por todas as razões, gostei sobretudo de ouvir falar do que não conhecia (e também não pensava... agora estou a pensar na intervenção da arqueóloga Tânia Casimiro).

Amanhã também devo passar por lá de manhã, para ouvir mais duas ou três comunicações, para ficar a saber mais uma ou outra coisa.


sábado, novembro 11, 2023

Que bela que é a Almada de Júlio Diniz


Podia ser apenas o título escolhido para a exposição do Júlio, bastante feliz. Mas toda esta mostra das suas fotografias é muito bela, variada, e ainda por cima, está cheia de pessoas.


"Esta é a cidade e é bela a Almada de Júlio Diniz" e de todos nós (que bom gosto Ana...).

Se puderem, não percam esta exposição patente no "Museu-Casa da Cidade" (na Cova da Piedade).

(Fotografias de Luís Eme - Cova da Piedade)


quinta-feira, novembro 09, 2023

As Fotografias de Júlio no "Museu da Cidade" (prefiro a versão inicial...)

 

As fotografias do Júlio vão estar no "Museu de Almada - Casa da Cidade" (estas redundâncias num simples nome de museu, dizem tudo de quem gosta de mudar por mudar o nome às coisas...), na exposição "Esta é a cidade e é bela. A Almada de Júlio Diniz".

Uma exposição a não perder, por todos os que gostam de fotografia e de olhar a Almada de outros tempos...


terça-feira, outubro 24, 2023

O Constante "Pintar por Cima"...


A degradação urbana só não é maior ao longo do Cais do Ginjal, porque há um constante "pintar por cima", nas paredes dos antigos restaurantes, armazéns de vinhos e oficinas de reparação naval, entre outros ofícios. 

Toda esta tinta, além de "embelezar" o Cais,  também tenta disfarçar as "ruínas", com tempos de abandono que variam entre as quatro e cinco décadas... 

Embora o Ginjal apareça sempre mencionado nos folhetos eleitorais, parece não passar disso, um "trunfo" constantemente adiado por quem acaba por ser poder...

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)

segunda-feira, outubro 02, 2023

Estou Completamente contra o alargamento da via rápida da Costa


Estou completamente contra o alargamento da via rápida da Costa de Caparica de três para quatro vias.

Mesmo sem ser técnico, parece-me tratar-se de um desperdício de dinheiro, porque o problema de trânsito nesta estrada tem pouco a ver com o número de vias. O caos surge nas saídas e entradas da IC 20, ou seja, na rotunda do Centro-Sul e nos acessos da Cidade da Costa de Caparica.

Gostava de ver era os "especialistas da matéria" a debruçarem-se sobre o "Centro-Sul", uma rotunda que recebe trânsito de todo o lado, e a procurar criar uma alternativa que retirasse um boa parte dos milhares de veículos que circulam por ali, diariamente.

Não tenho grandes dúvidas, que este sim, é o verdadeiro problema de trânsito de Almada e não a IC 20. 

Infelizmente o hábito de nos "atirarem areia para os olhos",  e desperdiçaram os dinheiros públicos, contínua a ser "a imagem de marca" dos nossos políticos.

(Fotografia de Luís Eme - Costa de Caparica)


domingo, outubro 01, 2023

175 Anos de História e de (tantas) Estórias...


A Sociedade Filarmónica Incrível Almadense festeja hoje o seu 175.º aniversário, um momento impar na história de Almada e do Associativismo Popular Português.

Apesar dos muitos problemas que enfrenta o associativismo (em particular o almadense, devido à falta de apoios autárquicos...), a Incrível faz o que sempre fez, segue em frente, tentando aproveitar o que de melhor lhe pode oferecer o futuro, sem esquecer o passado, tão rico em história e em estórias.

A sua idade maior, nunca fez da Incrível uma "sociedade velha" (mesmo que tenha sido apelidada desta forma na primeira metade do século XX, porque a Academia Almadense era a "sociedade nova"...), é sim a mais antiga de todas as de Almada. Sempre se tentou adaptar aos novos desafios. E é o que tem feito neste primeiro quarto do século XXI.

Não existem colectividades sem pessoas. É por isso que presto homenagem aos milhares de Incríveis, que tornaram possível ultrapassar mais este marco histórico na vida da nossa Sociedade Filarmónica. 

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


sábado, setembro 30, 2023

O Busto de Romeu Correia nos Jardins do Museu do Teatro


Na manhã de domingo fui ao Museu do Teatro e do Traje, propositadamente para ver o busto de Romeu Correia, da autoria de Francisco Simões, colocado nos seus jardins.

Tudo isto porque um dos meus amigos me disse, com alguma lata: «Aquilo parece-se tudo menos com o Romeu. Pode ser qualquer careca, que não rape o cabelo na totalidade.» Além de sorrir fiquei a pensar que tinha de "ver para crer" (sou muito como S. Tomé)...

E o que encontrei nos jardins foi um busto demasiado grande e um pouco desproporcionado, diga-se de passagem. 

Ao contrário do meu amigo encontrei parecenças com o grande escritor de Almada, mas na minha opinião está longe de ser um trabalho perfeito. 

Mas o que mais me "chocou" foi a Obra de Arte estar colocada na relva, sem qualquer base de apoio. Penso que se tivesse uma base (como todos os outros bustos colocados naquela parte do jardim), ficaria mais "normal"...

Mas é o Romeu que está ali. Sem qualquer dúvida.

Não faço ideia porque razão foi colocado nos jardins deste Museu e não em Almada. Mas isso já são "contas de outro rosário"...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


quinta-feira, setembro 28, 2023

Calúnias, Mentiras e Ignorância...


Ao ler a notícia publicada na revista "Sábado" ainda sobre a estátua de Camilo, no Porto, obra do escultor almadense, Francisco Simões, perdi todo o respeito intelectual que tinha por Alexandre Pomar.

O antigo crítico de arte escreve (no facebook, claro...) sobre a ligação de Francisco Simões ao "PCP de amigalhaços e cumplicidades em várias direcções", ao mesmo tempo que fala também "corrupção autárquica e dinheiro fácil". Refere depois que Simões foi vereador "da APU na Margem Sul, por onde multiplicou estátuas e monumentos".

O crítico é ignorante porque devia saber que Francisco Simões saiu do PCP no começo dos anos 1980, numa das primeiras cisões do partido (pós-Abril). E que eu saiba, nunca mais voltou (normalmente trata-se de uma viagem sem retorno...).

É mentiroso e caluniador, porque Francisco Simões durante anos não teve qualquer obra pública da sua autoria em Almada, onde foi vereador da Cultura. E as obras que existem, hoje, estão patentes nas estações da Fertagus. Ou seja, não tiveram qualquer intervenção autárquica.

Eu como escrevi mais que uma vez contra a "arte da ferrugem" de José Aurélio (até aqui no "Casario"), que ocupa demasiadas praças e jardins de Almada, tal como também lamentei que não existisse uma única obra de Francisco Simões (que não conheço pessoalmente...) no Concelho onde nasceu, não poderia deixar de me manifestar contra esta "cultura de ódio, mentira e inveja" que continua a proliferar nas redes sociais.

(Fotografia de Luís Eme - Pragal)


sexta-feira, setembro 22, 2023

Uma boa conversa de café com livros (de Almada)...


Passei pelo café e pensava beber a bica ao balcão, porque tinha um destino no horizonte.

Só que descobri sentado na esplanada um amigo, que tinha a mesa cheia de papéis, para um seu novo projecto literário.

Acabei por trazer o café para a sua mesa e acabámos por ficar a conversar, uma boa meia-hora, sobre livros, sobre culturas, sobre o associativismo e sobre algumas pessoas que nos são queridas.

Uma das coisas que retive na nossa conversa, foi o "deserto" que se começa a fazer notar nos meios literários locais. Há vinte anos havia cerca de três dezenas de pessoas que escreviam sobre história local e hoje estas resumem-se a meia-dúzia.

Ambos estivemos de acordo com as causas. A principal talvez seja de este tempo fingir que já não é para livros, pelo menos em papel. E depois há um decréscimo de apoio (bastante significativo...) à publicação de obras sobre história local por parte das autarquias (Município e Juntas de Freguesia...).

As pessoas além de terem menos poder monetário (somos todos mais pobres, com a excepção da meia-dúzia de pessoas do costume), também já não são parvas, para se aventurarem em pagar do seu bolso, livros que são de interesse local (é o meu caso pessoal...).

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


quarta-feira, setembro 13, 2023

50 Associações, 50 Fotógrafos...


Desta vez não procurei ficar bem informado (e até tenho uma boa fonte...), sobre uma iniciativa do Município, em que convidou 50 fotógrafos para tirara fotografias a 50 Colectividades Almadenses. Mas imagino que a iniciativa se prenda com os "50 anos de Almada como Cidade".

Fiquei a saber desta acção cultural porque um dos meus amigos foi requisitado como "modelo fotográfico". E explicou-me de uma forma sintética o que se passava.

Não estou contra. Apenas estranho que a história do Associativismo se misture com a história da Cidade, quase de uma forma panfletária, ao mesmo tempo que se finge que está tudo bem nas colectividades almadenses, cada vez mais sufocadas economicamente. E sem que recebam o apoio devido do Poder autárquico, para além de serem usadas neste quase "concurso de fotografias"...

Tudo isto me cheira mais a salazarismo que a Abril, que também está quase a chegar aos 50 anos...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


sexta-feira, agosto 25, 2023

Não levantar ondas, manter o "mar chão"...


Estou a fazer um trabalho sobre o papel da Incrível Almadense durante a ditadura salazarista e marcelista e noto que foram feitas muitas actividades entre 1926 e 1974, que colocavam, de alguma forma, em causa o regime, nomeadamente vários colóquios cuja temática enaltecia os valores democráticos.

Um dos truques usados era fazer o anúncio do colóquio sem o nome do orador. Outro era amenizar o título da temática, não colocando algumas das "palavras proibidas" pelo regime. Mesmo assim não sei como é que algumas palestras não foram "canceladas", como por exemplo: "As Virtudes e os Defeitos da Republica" (por Raul Esteves do Santos em 1946); "O Recreio na Vida dos Trabalhadores"  (por Raul Esteves do Santos em 1948); "As Instituições populares e a Emancipação do Povo" (por Gomercindo de Carvalho, em 1964); ou "O Sentido da Vida Social" (por José Correia Pires em 1966). 

As pessoas das Colectividades faziam estas coisas com a maior naturalidade possível, pois sabiam que o mais importante era não levantar ondas, manter o "mar chão"...

(Texto publicado inicialmente no "Largo da Memória".

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


quarta-feira, agosto 23, 2023

Cacilhas voltou a ficar liberta das "casas azuis"...


Era mais que previsível, acabavam-se as Jornadas da Juventude, acabavam-se as casas de banho azuis no Largo de Cacilhas.

E lá voltaram os cantos mais recônditos desta porta de entrada para a Margem Sul a ficar perfumados, por quem precisa, urgentemente, de "verter águas".

Não é menos previsível o habitual fechar de olhos de quem governa e tem mais que fazer que se preocupar com o xixi alheio...

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


sexta-feira, agosto 11, 2023

"Os três jovens que ajudaram a fundar a SCALA"...


Escrevi há pouco tempo um texto sobre os três associativistas que possuíam o espírito mais jovem, entre os 15 fundadores da SCALA - Sociedade Cultural de Artes e Letras de Almada, que no próximo ano faz 30 anos de vida. O título que lhe dei diz quase tudo: "Os três jovens que ajudaram a fundar a SCALA".

Claro que não medi a sua juventude pelos números que constavam nos seus Bilhetes de identidade (em 1994 ainda não existia a CC...). Se o fizesse ultrapassava os 200 anos e acabava por estragar a "loiça toda".

Falo de Henrique Mota, Fernando Barão e Diamantino Lourenço, que felizmente ainda está entre nós e festeja hoje os seus 92 anos de vida e vai continuando em boa forma (tendo em atenção o seu escalão etário, claro...). física e intelectual.

Mesmo tratando-se de uma opinião, que apenas vincula o seu autor, ela é feita com conhecimento de causa. Estas três grandes figuras locais, além de oferecerem o seu historial cultural e associativo a uma Colectividade que dava os seus primeiros passos, também arregaçaram as mangas e deram um contributo decisivo para o crescimento da SCALA nos primeiros anos. 

Diamantino tinha ainda uma outra característica pessoal, que fazia dele um verdadeiro "operário da cultura", não se escusava a nenhuma tarefa, tanto podia pregar um prego na parede para uma exposição como escrever um texto escorreito, sobre qualquer grande figura de Almada ou do País, para o boletim. 

Sei que na parte final do texto que escrevi, sobre o grande contributo que estes três amigos deram à SCALA e à Cultura Almadense, levanto uma questão pertinente: como teria sido esta Associação, se tem sido fundada dez anos antes (o Henrique em vez de ter 73, tinha 63 anos, o Fernando em vez de ter 70 tinha 60 anos e o Diamantino em vez de 62 tinha 52 anos). Com toda a certeza, teriam  dado ainda mais de si ao Associativismo Cultural de Almada, tornando a SCALA ainda mais relevante.

E já me estava a esquecer: "Parabéns Diamantino!"

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas, a "Tertúlia do Repuxo")


sábado, agosto 05, 2023

A Vida é Isto...


Talvez possam achar que duas pessoas não fazem uma "Tertúlia", mas eu e o Chico não pensamos assim, porque não nos é nada difícil convocar um ou outro amigo ausente, a pretexto de um nada que pode ser tudo...

Neste Verão temos contado quase semana sim semana não com o Tomás (uma ou outra vez com companhia), o bisneto do Chico, que com os seus treze, catorze anos, se insere muito bem nas nossas conversas, e coisa melhor, sabe ouvir e sabe falar. Ou seja, é um bom tertuliano. Quando o Carlos nos diz a brincar que estamos a renovar a "Tertúlia" com sangue novo, sorrimos. Não tanto pela tal renovação, mas por sabermos que o Tomás nos trás coisas novas (até uma ou outra anedota...), recebidas com um sorriso fraterno, por mim e pelo avô.

Pode parecer que não tem nada a ver, mas para mim tem tudo a ver. 

Falo do telefonema que recebi hoje do Chico a dizer-me que o nosso companheiro Luís Serra tinha partido. O Luís fez parte da nossa "Tertúlia do bacalhau com grão", durante vários anos. Problemas familiares e de saúde ditaram o seu afastamento voluntário (ainda insistimos para quem ele continuasse a aparecer, porque o nosso encontro semanal podia funcionar como um "bálsamo", como acontecia com o bom do Orlando, que nos dizia que "renascia" às segundas-feiras...). Não conseguimos inverter esta sua "marcha solitária" e agora recebemos a notícia do seu adeus.

Fica a saudade do amigo, do associativista e do artista almadense (construía miniaturas de barcos com uma minúcia e uma arte digna de realce).

(Fotografia de Carlos - Almada)


quarta-feira, agosto 02, 2023

A ausência nas ruas do tal "gesto que valoriza o resto"...


A teoria sempre foi diferente da prática. Sempre foi mais fácil falar que fazer.

Mas não deixam de ser curiosos alguns anúncios "verdes" e "ecológicos" do Município (como este), quando as ruas são o melhor exemplo do desleixo com que as autarquias locais tratam os almadenses.

Talvez os políticos almadenses sejam tão modernos que olhem para os nichos que se criam à volta dos contentores, ou a sujidade que se cola aos espaços verdes (e por ali se mantém semanas e semanas), como "instalações artísticas"...

E eles até estão certos na publicidade, é de facto "o gesto que valoriza o resto". Só que, infelizmente, trata-se apenas de publicidade. "Gestos que valorizem o resto"  vêem-se muito pouco nas ruas de Almada...

(Fotografias de Luís Eme - Cacilhas)


quarta-feira, julho 26, 2023

Quase que podia dizer: "não há Papa que não dê fartura"...


No domingo tinha descoberto um conjunto de oito casinhas portáteis, para as necessidades liquidas e sólidas, já na saída do Largo de Cacilhas, na direcção do Canecão e até fiz um ligeiro comentário no meu "largo". Ontem, reparei que perto do Farol estavam instaladas bastantes mais.

Pois é, felizmente, os visitantes mais afoitos e necessitados já não precisam de procurar os cantos mais escondidos de Cacilhas para pelo menos "verter águas".

A grande questão é que irá acontecer a todas aquelas "casinhas azuis" quando terminarem as Jornadas da Juventude. Provavelmente, desaparecem...

E lá voltam os cantos a ficarem "perfumados" com o xixi de várias nacionalidades... Nada de estranhar, num País como o nosso e com políticos como os nossos, que gostam sobretudo de impressionar o "Mundo", ou seja quem vem de fora...

(Fotografias de Luís Eme - Cacilhas)


quarta-feira, julho 12, 2023

Esta indiferença e indolência, em relação ao Poder Local, a cair no exagero...


O comentário de "Alma'Almada" ao último texto que escrevi, deixou-me a pensar.

Ele levanta uma série de questões, pertinentes e reais.

-Será que teremos de considerar Almada um concelho e uma cidade como casos perdidos?
- Saberão estes autarcas para que foram eleitos?
- Pensarão estes autarcas, só por terem sido eleitos, que sabem tudo e estão no procedimento certo?

E depois responde:

Eles sabem tudo... eles sabem tudo...
(E) não querem que os outros pensem, opinem, sugiram, critiquem construtivamente, façam "reparos".
São no fundo os construtores de um autoritarismo democrático para instauração de ditadura democrática porque chegaram ao poder por via do voto dito democrático.
Repudiamos estas atitudes e esta postura.

E eu fiquei a pensar, entre outras coisas, que talvez os almadenses estejam demasiado velhos e cansados para se revoltarem, para olharem à sua volta com olhos de ver (somos uma população cada vez mais envelhecida)... 

Uma boa parte dos jovens que se vêem na Cidade são originários de outros continentes (asiático e sul-americano). Para eles Almada é apenas um ponto de passagem...

E estamos condenados a isto...

Só penso é que este partido que governa Almada e o País, devia mudar de nome. Nem sequer é social democrata, quanto mais socialista.

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


sexta-feira, julho 07, 2023

A dificuldade cada vez maior em não entrar na "onda pessimista"...


Embora eu por natureza, não seja pessimista, tenho cada vez mais dificuldade em olhar para Almada, com esperança e com uma boa perspectiva de futuro.

E também por isso que escrevo menos aqui no "Casario", não me apetece nada fazer o papel de "profeta da desgraça".

Mas há problemas sérios, que ninguém se preocupa em resolver. O lixo continua a acumular-se junto aos contentores, em muitos lugares da Cidade. Sei que a culpa muitas vezes é das pessoas que nem se dão ao trabalho de abrir o contentos e colocar lá os sacos do lixo. Há zonas verdes que parecem "matagais". Mas o mais grave são os buracos nas estradas. É difícil encontrar uma rua que não tenha um buraco (apesar de não chover, alguns transformam-se em "crateras" obrigando-nos a pequenos desvios, que nos fazem mudar de faixa de rodagem).

Não estou a pensar em criar algo parecido com a "Associação de Cidadãos Automobilizados", que além de ter feito um trabalho extraordinário na divulgação dos grandes problemas que existiam em Lisboa no trânsito e nas ruas (havia coisas completamente absurdas...), até chegou à vereação do Município. Mas esta falta de respeito por todos nós, por parte das Autarquias locais (Câmara e Junta), continua a ultrapassar os limites do razoável.

Por exemplo, o "buraco" que existe próximo do mercado, continua lá (já se pode dizer, meses depois...). A única diferença, foi que tiraram o balde de tinta vazio que lá estava e colocaram uma peça de plástico, usada quando existem obras nas estradas, que o mantém quase escondido...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


domingo, julho 02, 2023

Não me arrependo de nada, mas acabaram-se as "pérolas" para os "ditos cujos"...


Tomei uma decisão, depois dos presidentes das duas Juntas de Freguesia urbanas do Concelho (de forças políticas diferentes...) nem sequer se terem dado ao trabalho de responder a um meu pedido de audiência, para falar sobre um projecto literário sobre a comemoração dos 50 anos da Revolução de Abril.

Continuarei a gastar o meu tempo, mas não gasto nem mais um cêntimo, em livros da minha autoria sobre história local.

A principal "vitima" desta decisão é um livro que já estava quase pronto sobre os 175 anos de vida da Incrível Almadense, que em princípio seria apresentado durante o mês de Outubro, nas comemorações deste aniversário redondo da "Catedral do Associativismo Almadense".

Olho para trás e verifico que só sobre história local são quase duas dezenas de livros publicados nos últimos vinte e três anos (sem contar com a mais de uma centena de folhetos e cadernos...), com particular incidência na freguesia de Cacilhas, onde habito. Merecia no mínimo, um pouco mais de respeito, enquanto autor.

Não me arrependo de nada do que fiz até agora, mas sinto que se acabaram as "pérolas" para os "ditos cujos"...

(Fotografia de Luís Eme - Caramujo)


sexta-feira, junho 23, 2023

O Cinquentenário de Almada-Cidade (3)

 


Nota: As três imagens publicadas sobre o cinquentenário de Almada foram retiradas do "Almada na História, nº 36 (Boletim de Fontes documentais, 2023), que faz a história da elevação de Almada a Cidade, através de vários documentos importantes. Não temos grandes dúvidas de que esta é publicação periódica mais relevante publicada pelo Município.

quinta-feira, junho 15, 2023

40 anos de Festival, é muito Teatro! (e do bom)


Gosto particularmente da imagem escolhida para o cartaz do "Festival de Teatro de Almada" deste ano, que já vai na sua quadragésima edição (soube posteriormente que é da autoria de Noé Sendas).

É caso para dizer: 40 anos de Festival, é muito Teatro! E ainda por cima do bom!

Joaquim Benite (o pai e a mãe do Festival...) já não está por cá, mas a equipa chefiada por Rodrigo Francisco continua a fazer a diferença e a projectar Almada, como a "Capital do Teatro" no mês de Julho.

O meu aplauso para todos eles (especialmente para os que trabalham, ano após ano, longe dos holofotes).


segunda-feira, junho 05, 2023

Na tal outra "cidade satélite" em que estão a transformar Almada, o poder socialista tenta banalizar a Cultura e História Local


Na tal outra "cidade satélite" que tem feito parte dos discursos da presidente do Município e que tem como objectivo banalizar (e até "apagar"...) a identidade e a cultura local, acontece isto:

- Fecham-se museus, equipados recentemente, sem que seja dada uma explicação ou uma resposta inteligível aos almadenses (Museu da Música Filarmónica; Centro de Interpretação de Almada Velha);

- Reduzem-se ou cortam-se definitivamente os apoios ao Associativismo Popular (que eles gostam de chamar "comunista"...), para que estes fechem as suas portas ou passem a ter uma existência meramente residual;

- Finge-se que se apoia as Bandas filarmónicas centenárias do Concelho, mas oferecem-se "migalhas" que nem sequer dão para a compra de fardamentos ou para a reparação de instrumentos;

- Assumem-se compromissos no apoio à reedição de obras literárias (como aconteceu com alguns livros esgotados de Romeu Correia) e depois dá-se o dito por não dito e faz-se o contrário;

- Transformam-se as festividades locais (como acontece nestes Santos Populares) em espectáculos com artistas nacionais, roubando espaço ao artistas e ao associativismo local, metendo o dinheiro que lhes é "subtraído" nos bolsos das "vedetas nacionais";  

Infelizmente estes casos não acontecem apenas em Almada, acontecem de Norte a Sul, porque os Governantes locais continuam a gostar de fingir que estão a governar as "suas casas" e não o "territórios de todos".

O que continuo sem perceber, é o silêncio da oposição local (especialmente dos partidos de esquerda), perante tantos atropelos à história e cultura almadense.

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


sábado, junho 03, 2023

Vários dias depois, continua tudo igual...


Pois é, passados vários dias, tudo continua igual. O buraco está no mesmo sitio e a lata ainda não "desapareceu".

Procurei saber mais alguma coisa e disseram-me que a responsabilidade do "buraco" era de uma das várias empresas de telecomunicações.

Claro que esta explicação não me entrou pela cabeça. Desde quando é que um obstáculo na via pública não é da responsabilidade das entidades competentes, ou seja as autarquias locais (o Município e a União de Juntas)?

Se há responsabilidade externa, os responsáveis pelo Poder Local deviam accionar os meios legais para que o problema fosse resolvido o mais rapidamente possível.

Assobiar para o lado nunca foi solução, mas infelizmente é mais fácil seguir os maus exemplos do "governo central", que fazer a diferença. 

Talvez estejam à espera que alguém coloque o pé no buraco, para depois então agirem...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


domingo, maio 28, 2023

Há qualquer coisa estranha (e perigosa) que se está a passar em Almada


Se o lixo nas ruas e os buracos nas estradas, já são imagens de marca do nosso Poder Local, há outras situações pontuais, aqui e ali, que deveriam merecer a atenção de quem de direito, pela sua perigosidade, para quem anda nas ruas de Almada. Ainda por cima a população almadense é bastante envelhecida.

Há vários dias que descobri um buraco (a lata esconde a sua profundidade...) no passeio perto do Mercado de Almada, que mereceu a atenção de alguém, que ao perceber o perigo, resolveu colocar uma lata grande para chamar a atenção de quem passa por ali, quando se vira da rua Bernardo Francisco da Costa para a da Olivença.

É comum a Protecção Civil do Município colocar uma fita em volta destes "obstáculos", ficando a sua resolução para depois. Desta vez nem isso, nem a respectiva fita da Protecção Civil foi "activada".

Só hoje é que resolvi tirar fotografias do local e publicitá-las, porque acho que este "abandono" está a passar todas as marcas.

É no mínimo muito estranho este "deixa andar", tanto da parte da Câmara como da União de Juntas de Almada.

Talvez precisem de andar mais a pé pelas ruas da Cidade...

(Fotografias de Luís Eme - Almada)


sexta-feira, maio 26, 2023

As "Abstrações" da Nandifer na SCALA


A Fernanda vai inaugurar amanhã mais uma exposição, individual, na Sede/ Galeria da SCALA.

A Fernanda/ Nandifer é uma das artistas que mais vimos crescer nos últimos anos, sempre à procura do novo, do diferente. Felizmente parece ter encontrado o seu lugar nas "abstrações" (por onde tem andado feliz da vida nos últimos anos...).

A Fernanda é também um ser humano de excepção, que sempre nos ofereceu boas energias durante a nossa passagem pelo Associativismo Cultural.


sábado, maio 20, 2023

A Minha Viagem "Pelos Caminhos da Poesia" de Manuel Várzea junto à Incrível


Hoje passei uma tarde diferente, na rua Capitão Leitão, junto à Incrível Almadense.

Aceitei o desafio de apresentar o livro, "Pelos Caminhos da Poesia", da autoria de Manuel da Várzea (o outro lado do médico Rui Melancia...), que foi antecedido de uma sessão de "Poesia Vadia", que não foi muito concorrida, provavelmente por esta ter viajado do Salão de Festas da Incrível para o palco que a União de Juntas de Freguesia de Almada montou na rua Capitão Leitão, em frente ao "Cine-Incrível".

Já não estava habituado a estes desafios poéticos e culturais, por duas razões: devido à pandemia (curiosamente os poemas deste livro foram escritos durante o tempo em que fomos "dominados" pelo covid 19...), que alterou bastante os nossos hábitos de vida, que teimam em não voltar ao "antigamente", e também por estar afastado do associativismo.   

Mas as sensações foram boas. Além de ter estado com pessoas que não via há já algum tempo, também gostei de estar ali, junto à Incrível, a falar de poesia, de um livro e de um poeta.

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


domingo, abril 23, 2023

A Mulher com Abril em Almada


Além da exposição comemorativa do 25 de Abril, "Vivências no Feminino", patente na Oficina de Cultura de Almada, praticamente todas as escolas do Concelho de Almada festejam a Mulher, Abril e a Liberdade.

É uma boa ideia, quando se comemoram 49 anos da Revolução de Abril, festejar a Mulher, porque ainda há tanto a fazer, na tal igualdade plena, entre o Homem e a Mulher, que persiste em ficar no papel...


quinta-feira, abril 20, 2023

Um Convite Incrível Especial


Quando recebi o telefonema do presidente da Incrível Almadense, a pedir-me para escrever dois artigos de homenagem a dois amigos, que nos tinham deixado no começo do ano, senti-me bastante honrado e só podia dar uma resposta. Claro que escreveria, com todo o gosto, pela nossa Amizade, mas sobretudo, por terem sido duas pessoas extraordinárias no panorama cultural e associativo, com quem partilhei e aprendi tantas coisas nos últimos vinte anos, especialmente no seio da Incrível, na "Casa da Amizade" e sobretudo na nossa "Tertúlia do bacalhau com grão".

Foi uma honra Fernando, homenagear e dar a conhecer um pouco melhor, quem foram os "Incríveis", Orlando Laranjeiro e Carlos Guilherme.


sábado, abril 08, 2023

"Quem é que se esqueceu de pagar a factura de electricidade na Praça Gil Vicente?"


Agora que os dias e as noites estão mais agradáveis, sabe bem sair de casa ao cair da noite e descer até ao Tejo, mesmo que seja apenas para ver as águas calmas do "melhor rio do mundo".

Quando descemos até ao coração de Cacilhas não reparámos na "escuridão" que toma conta da Praça Gil Vicente, porque o dia ainda não desaparecera, completamente. Só duas horas depois, quando regressámos a casa, é que percebemos que tem muito pouco de romântico chegar à praça e sentirmo-nos "quase às escuras" (é como se de repente alguém apagasse a luz...).

Até apetece perguntar: "Quem é que se esqueceu de pagar a factura da electricidade na Praça Gil Vicente?" (sei que não é caso único, acho bem que se poupe energia, mas sem colocar em causa a segurança das pessoas...).

Era bom que os governantes do Município e da União de Juntas de Freguesia de Almada, resolvessem descer até ao Cacilhas, para verem com os próprios olhos, a "escuridão" em que fica a Praça Gil Vicente, tornando este espaço mais desconfortável e inseguro, para quem tem de andar dentro da noite por Almada...

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


quinta-feira, março 30, 2023

Almada: Quando a Ficção Finta a Realidade...


Como é comum dizer-se nos nossos dias, Almada esta diariamente no "olho do furacão".

Ou seja, é cenário preferencial de uma das novelas da SIC ("Sangue Oculto"), em que se percebe que o responsável pela imagem é muito bom, pois consegue oferecer a todos os espectadores lugares paradisíacos do Concelho. A Costa de Caparica até parece uma das melhores praias que temos para se passarem férias, escondendo muito bem o que de facto não interessa mostrar. Excelente trabalho turístico!

Mas o que eu quero falar mesmo é da Almada-Cidade. O realizador a par do director de fotografia conseguem oferecer imagens de grande beleza, nem parece a cidade onde habito. Os "drones" foram uma grande invenção e possibilitam imagens aéreas nocturnas e diurnas dignas das grandes séries. Mesmo os grandes planos são muito bem escolhidos, até porque Almada tem lugares realmente agradáveis e bonitos.

Claro que esta não é a cidade que os almadenses enfrentam todos os dias, com as estradas cada vez mais esburacadas (agora há a moda de sinalizar os buracos em vez de os tapar...) ou com os contentores cheios de lixo, que acaba por se acumular nas suas redondezas...

Provavelmente a CDU nunca mais será poder em Almada (os tempos e as gentes são diferentes...), mas até pessoas que nunca votarem nesta força política, dizem que nunca se sentiram tão "abandonadas" como na actualidade. Não se vê um político, mesmo da Junta de Freguesia, nas ruas (que saudades Renato...), a tomar o pulso da cidade. 

E claro, não conseguem fugir da realidade, por mais telenovelas bonitinhas que façam tendo Almada como cenário. E desabafam que nunca viram  a cidade tão suja e desmazelada...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)