terça-feira, janeiro 31, 2017

O 31 de Janeiro e a "Almada Velha"


Muito boa gente não sabe o significado histórico do dia 31 de Janeiro (de 1891), embora normalmente nas suas cidades e vilas exista uma rua com este nome.

É a data do primeiro golpe dos republicanos portugueses contra a monarquia (frustrado... como tantos outros que aconteceram depois, contra o salazarismo), que teve como epicentro a cidade do Porto.

Mas apeteceu-me falar desta data por outra coisa. Por sentir que o pulsar das Terras também tem muito que ver com os nomes das suas ruas.

Uma coisa que me deixa satisfeito é que na chamada "Almada Velha" (o centro histórico da cidade) existam tantas artérias que continuam a manter bem vivos os nomes de alguns dos heróis republicanos. Por exemplo aquela que ainda é a rua principal de Almada (a antiga Rua Direita...), tem o nome de um dos heróis do 31 de Janeiro de 1891, a Rua Capitão Leitão...

(Fotografia de Luís Eme - aproveito e homenageio também a minha Incrível...)

quinta-feira, janeiro 19, 2017

Adeus Gena


Vou recordar-me sempre do teu sorriso e da tua alegria contagiante, e claro, do teu companheirismo, e da capacidade, cada vez menos comum, de fazer coisas e de as partilhar com os outros.

Eu sei que só és mesmo insubstituível para o Américo, mas também sei que nos vais fazer muita falta.

Adeus Gena.

(Fotografia de Luís Eme)

segunda-feira, janeiro 16, 2017

Memórias Atrás de Papeis...


Ando desde o começo do ano a tentar desfazer-me de "papeis", que fui acumulando com os anos e que enchem a garagem. Como disse no "Largo", não é fácil...

O bom das "arrumações" é descobrirmos preciosidades, que já nem imaginávamos que tínhamos guardadas. Folheio jornais antigos e fotocópias, e claro, penso na importância da imprensa regional, e de tantos apaixonados pelas letras e pela história local que escreveram nas páginas de: "O Almadense", "Gazeta do Sul", "Jornal de Almada", Praia do Sol" e nos boletins das colectividades de Almada.

Mesmo correndo o risco de me esquecer de alguém, vou mesmo enumerar uma boa parte das pessoas que escreveram coisas realmente importantes sobre a nossa terra nos jornais: Francisco Noronha, João Luís da Cruz, Luís Queirós, Conde dos Arcos, José Carlos de Melo, José Alaiz, António Correia, Romeu Correia, Mário Bento, António Henriques, Fernando Barão,   Henrique Mota, José Palminha Silva, Eduardo Alves, José Leone, Gil Antunes, Manuel Lourenço Soares, Raul Pereira de Sousa, Alexandre Castanheira, Mário Rodrigues, Carmo Vaz, Vasco Alves, Victor Aparício, José Freitas, Abrantes Raposo, Artur Vaz, Fernanda Policarpo, Joaquim Candeias, e tantos outros.

E pergunto mais uma vez: como é possível Almada não ter na actualidade um único jornal (mesmo que tivesse edição apenas online), apesar de ser uma urbe com mais de 150 mil habitantes?

(Óleo de Karoly Ferenczy)

domingo, janeiro 15, 2017

Falar Para Ficar Tudo na Mesma...


Ontem assisti à primeira parte do colóquio (intervenções da mesa...) sobre associativismo na Oficina de Cultura, sobretudo pela amizade que me liga a um dos convidados da mesa e a um dos organizadores.

Sabia que ia ouvir as mesmas coisas (embora desta vez uma jovem da mesa dissesse coisas diferentes, e até quase inverossímeis - como que havia jovens de Lisboa que não sabem onde fica Almada...).

Há já algum tempo que tinha decidido não participar nestas acções, por se dizerem muitas coisas bonitas, mas depois não se criarem condições para dar um único passo para se mudar o que está mal...

Ou seja, nunca gostei de participar em acções em que se fala, fala, para que depois fique tudo na mesma.

Até mesmo num meio relativamente pequeno (pelo menos no campo dos proventos), há muitos interesses instalados, e sobretudo, mais vontade de falar que de agir...

Foi também por isso que assim que foi dada "voz à plateia" dei corda aos sapatos e vim embora. Falam quase sempre os mesmos (os "excelentíssimos" que se gostam de ouvir), muitas vezes com mais teoria que prática, do tal mundo do associativismo...

(Fotografia de Luìs Eme)

segunda-feira, janeiro 09, 2017

Ruas com Mais Gritos que Palavras...


Embora me faltem dados sociológicos, penso que há cada vez uma maior dificuldade das pessoas em dialogarem. Facilmente se parte para a ofensa verbal ou mesmo para a violência física.

Há poucos minutos assisti a uma cena, que apesar de caricata e ridícula, me fez pensar naquilo que nos estamos a tornar e que faz com que muita gente de mais idade sonhe com "salazares",  para acabar com toda esta selvajaria.

Um taxista que transportava alunos deficientes para uma escola, resolveu parar no meio da estrada (e tinha espaço para estacionar na berma...) e foi ajudando o rapaz a sair e a preparar a espécie de andarilho que o auxilia a deslocar-se, como se tivesse todo o tempo do mundo, enquando atrás dele se formava uma fila enorme de carros, que começaram a buzinar passados segundos.

Nada que incomodasse o chófer de praça, que foi acompanhando o jovem até à escola, enquanto iam conversando. Quando regressava, em vez de se deslocar para o carro e avançar, resolveu ir travar-se de razões com o dono da primeira viatura. Ainda não começara a falar, quando saiu disparado do segundo carro, um individuo grande e com cara de poucos amigos, com o dedo a apontar para o táxi e a mexer os braços, à medida que se deslocava na sua direcção, sem se esquecer de chamar um nome feio à sua mãe.

Felizmente o taxista percebeu a mensagem e sem mais perdas de tempo, acelerou o passo, entrou no carro e fez-se à estrada.

Penso que, num país onde imperasse o bom senso, o taxista teria estacionado o carro em cima do passeio e não interrompia o trânsito (os condutores de ambulâncias também adoram fazer isto, mesmo que tenham lugar para estacionar junto à urgência, preferem ficar parados no meio da estrada. Quem vier que espere...).

Voltando ao primeiro parágrafo, e sem saber se há alguma ligação ao facto de as pessoas estarem a perder o hábito de falarem umas com as outras (a não ser por mensagens ou diálogos virtuais...), penso que alguma coisa terá de mudar, sem precisarmos de mandar vir "salazares". Pois se isso acontecer, ficamos todos a perder...

(Fotografia de Luís Eme)

domingo, janeiro 08, 2017

Uma Mensagem que Faz Todo o Sentido


Esta mensagem, que fazia parte do pequeno folheto (só em tamanho, emprestado por mão amiga) com a programação de mais um aniversário da Incrível no primeiros anos da década de 1970, continua a fazer todo o sentido neste ano que se inicia, pois a Incrível Almadense está a iniciar um novo ciclo, com uma nova presidente (Mara Martins) e um novo grupo de Corpos Gerentes (da qual faço parte, integrando o Conselho Consultivo).

Como facilmente se percebe, não se trata de uma mensagem contra ninguém, mas sim a favor da "Sociedade Velha", que tem de continuar a ser passado, presente e futuro, no panorama associativo almadense, não fosse ela a "Mãe" de todo este edifício colectivo criado, em 1848, na nossa Almada.

(Fotografia de Luís Eme)

quinta-feira, janeiro 05, 2017

Um Céu Demasiado Cinzento...

Volto aqui ao  Casario, em 2017, com um Ginjal e um céu demasiado cinzento.

Não é bem nevoeiro, é uma coisa mais estranha, que brinca às escondidas com partes da ponte, mas que apenas cobre com uma pequena névoa a margem norte do Tejo.

Houve alguém que saboreava uma cerveja, enquanto olhava as vistas, que acabou por ficar na fotografia... 

(Fotografia de Luís Eme)