A vida dá-nos a possibilidade de escolhermos o nosso caminho ao longo dos anos. É por isso que normalmente trilhamos as estradas que mais nos agradam, seja pela sua "paisagem envolvente", pelos "lugares para onde nos levam" ou até pela "qualidade do piso".
Acontece o mesmo com as pessoas que nos rodeiam, quando se gera empatia de uma forma natural, a amizade acontece como se quer, despida de quaisqueres interesses.
Mesmo que não seja tempo de balanços, não esqueço que o Associativismo tem sido sobretudo uma escola de sabedoria e de amizade, talvez por ter tido a sorte de ser "levado à certa" por dois grandes mestres, o Henrique e o Fernando, que sempre me trataram como um igual, apesar de sermos de gerações diferentes.
Cresci muito com a simplicidade desta gente que se entregava a causas, apenas com o objectivo de fazer coisas, de dar o melhor de si. Coisas que além de lhe darem prazer, tinham como principal objectivo chegar aos outros. Tantos projectos colectivos e individuais em que não teria participado (livros, folhetos, exposições, espectáculos, homenagens, palestras, etc) sem esta marca almadense...
É por isso que digo que nestes já mais de vinte anos de ligação ao associativismo, foi uma sorte ter escolhido (e também ser escolhido...) a SCALA e a Incrível Almadense, como espaços colectivos de desenvolvimento cultural e de amizade.
Hoje sei, e sinto, que a amizade acaba por ser o principal "farol" de tudo isto. Sei que seria muito mais pobre se não tivesse conhecido pessoas como o Henrique, o Fernando, o Diamantino, a Idalina, a Clara, a Gena, o Américo... e principalmente, o Carlos, o Chico e o Orlando...
(Óleo de Maxwell Gordon Lighfoot)