terça-feira, fevereiro 28, 2023

Não se Explica, Participa-se...


Hoje à tarde passei pela "Festa das Artes da SCALA",  a exposição anual colectiva, que está na Oficina da Cultura, acompanhado.

Quando me disse que eu, e mais duas ou três pessoas, estávamos ali a mais, limitei-me a sorrir. Até porque não havia ninguém que estivesse ali representado, cuja participação não fosse voluntária...  

Não sei se o disse por saber as razões do meu afastamento desta associação cultural,  se foi pelo que viu nas paredes. Provavelmente foi pelas duas razões...

Mas se a exposição for encarada como uma "festa", não se explica, participa-se.

Voltou a insistir, que se tivesse passado ali vinte anos antes, encontrava as mesmas coisas. Embora tivesse alguma razão, estava farta de saber qual era o espirito da exposição, sabia que não havia grande espaço para mudanças.

Tenho sempre dificuldade em acompanhar as críticas a esta exposição (umas maiores outras menores). Claro que se poderia reinventar em alguns aspectos, usar mais criatividade e inovação. Mas isso são sempre coisas difíceis de se conseguir em eventos colectivos.

E claro que não se deve proibir ninguém de expor...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


sexta-feira, fevereiro 17, 2023

"Uma Sereia Chamada Ermelinda"


Nos anos em que ando mais envolvido com projectos literários, leio menos.

O mais curioso, é esta quase pausa, começar logo em Janeiro, mesmo que no começo do ano ainda tenha bastante disponibilidade para ler.

Este mês pensei que talvez seja possível "fintar" esta quase paragem com a escolha de livros mais pequenos e interessantes... A minha primeira escolha foi a peça de teatro "Uma Sereia Chamada Ermelinda", da autoria de Alexandre Castanheira (lida em dois "actos"...). O mais curioso, foi ter assistido à peça em 2011 (ano da edição do livrinho que me foi oferecido pelo autor...), que se baseava no romance autobiográfico, "Cais do Ginjal", de Romeu Correia, encenada pela Associação Manuel da Fonseca, e nunca a ter lido.

Gostei de ler a peça, porque Alexandre Castanheira não se cinge ao "Cais do Ginjal" (pelo menos foi o que senti...), há por ali pequenas coisas dos "Tanoeiros", do "Tritão" e até de obras biográficas, como a história de vida de Armando Arrobas, que Romeu quase imortalizou.

E tem também uma forte componente de resistência e consciencialização política, através da Ermelinda, que é muito mais que uma "sereia"...

Foi bom reviver lugares e personagens (dentro e fora dos livros), numa obra que tem uma dedicatória muito singular e pessoal...

(Texto publicado inicialmente no "Largo da Memória", mas por falar do Ginjal, fazia sentido trazê-lo para cá...)


sexta-feira, fevereiro 10, 2023

Apresentação do Documentário "Do Castelo ao Chafariz, passeando por Alfama"

 


Nota: Houve alteração no local da projecção multimédia dos meus amigos, Luís Bayó Veiga e Modesto Viegas, passou do "Salão das Carochas" para a sede da SCALA. 

domingo, fevereiro 05, 2023

O Voto de Qualidade do Senhor Presidente...


Li a notícia no site do "Record" e pensei logo que tinha tudo para dar errado...

Estou a falar da decisão tomada na assembleia geral do Clube Desportivo Cova da Piedade (aliás, tomada pelo presidente da Mesa da Assembleia Geral do Clube, através do seu voto de qualidade, após um empate entre 33 sins e de 33 nãos...), de acolher o clube "sem abrigo", cujo nome passou a designar-se por apenas uma letra a B, após ter sido "corrido" do Clube de Futebol "Os Belenenses", que apesar de ser um clube de primeira, não teve qualquer problema em voltar aos distritais.

Felizmente foi subindo todos os anos de divisão e hoje já está na Liga 3, que parece um campeonato de históricos, principalmente na sua zona, onde tem como adversários o Vitória de Setúbal, a Académica, o Caldas, o Alverca, o União de Leiria e o Amora, que já estiveram na Primeira Divisão.

Voltando ao Cova da Piedade, depois de ter tido uma SAD com capital chinês de triste memória, que depois de deixar um rasto de dívidas, decretou falência, volta a "navegar" no erro, ao juntar-se a outra sociedade que pelo exemplo que deixou em Belém, também não honra os seus compromissos. 

Percebe-se à légua que a lei sobre as sociedades desportivas devia ser mais transparente e também mais exigente. Contam-se os exemplos de mais de uma dúzia de clubes, que tiveram de mudar de nome para poderem continuar disputar os campeonatos de futebol. E outros, tiveram de fazer como o Belenenses, começar de novo nos distritais... 

Talvez o exemplo mais recente e mediático, seja o do Desportivo das Aves, que até teve a Taça de Portugal, que conquistou no jogo com o Sporting de triste memória (depois da invasão de Alcochete...), em leilão...

E é por tudo isto que digo, que esta união, tem tudo para dar errado.

E ainda há um aspecto não menos interessante: onde irá jogar esta SAD? Será que vai voltar ao Estádio Municipal da Cova da Piedade, apesar do rasto de incumprimentos que deixou atrás de si?

Texto publicado inicialmente no "Largo da Memória".

(Fotografia de Luís Eme - Cova da Piedade)