domingo, maio 31, 2015

A Fulana, a Beltrana e a Sicrana


Ontem à noite fui à Incrível assistir à representação da peça, "Fulana, Beltrana e Sicrana". 

É uma peça agradável representada por três boas actrizes amadoras, com humor e qualidade.

(Foi pena que a senhora autarca que colocou em dúvida a existência de Cultura na Incrível, não tenha aparecido. Talvez tivesse sorrido e aplaudido a peça e percebesse que a grandeza histórica e cultural da "Sociedade Velha" não se mede apenas pelo seu passado, mas também pelo seu presente)

sábado, maio 30, 2015

Espelho Meu, Espelho Meu, Há Alguém Melhor que Eu?


Claro que quando algumas pessoas se viram para o espelho e perguntam: «espelho meu, espelho meu, há alguém melhor que eu?», antes que o espelho responda, elas adiantam-se e com voz de ventríloquo dizem, «Não!»

Este começo não surge aqui por acaso. Hoje estive no lançamento do livro de um amigo e além de não estar à espera de ir para a mesa de honra, ainda esperava menos falar...

E quando falei a minha boca acabou por fugir para a verdade e exprimi o meu desagrado pela forma desigual com que são tratados os agentes culturais e as associações de Almada.

O senhor que estava na mesa, que não fazia ideia quem era, que se apresentou como adjunto do vereador da cultura e acrescentou que estava ali em representação do presidente da Autarquia, no meio do seu discurso, resolveu responder-me, armado em "defensor da pátria". Como sabia do que falava e não tinha dito alguma mentira, apenas lhe disse que mantinha tudo o que dissera. Não fui mais longe por duas razões: não queria de todo estragar a festa de um amigo, e muito menos entrar em diálogo com um mero funcionário do Município, que defendeu quem lhe paga o salário.

Mas continuo a lamentar que as pessoas que governam em Almada (ou os seus representantes...) não tenham qualquer sentido auto-crítico e aproveitem todos os bocadinhos para fazer demagogia e armarem-se em gente de bem, que tratam todos os artistas e associações da mesma maneira, etc, etc.

Infelizmente a realidade almadense é muito diferente, os seus governantes não recebem nem tratam toda a gente da mesma maneira. Por exemplo, a SCALA e os Lions de Almada, ainda estão à espera de resposta ao pedido de audiência feito ao senhor presidente do Município, em Outubro de 2013, logo após as eleições...

O óleo é Laura Knigh.

sexta-feira, maio 29, 2015

Teatro em Estreia na Incrível


Hoje estreia a peça, "Fulana, Beltrana e Sicrana", encenada pelo Cénico Incrível Almadense, no seu Salão de Festas.

Quem não puder aparecer hoje, ainda tem a possibilidade de assistir à peça, amanhã.

A entrada é livre.

quinta-feira, maio 28, 2015

Modesto em Cacilhas


Modesto Viegas apresenta o seu livro bonito de fotografia, "Contrastes, natureza vs urbano", em Cacilhas.

A apresentação será do fotógrafo Ruben Neves e realiza-se no próximo sábado, às 16.30 horas, na Biblioteca da Escola Cacilhas-Tejo.

domingo, maio 24, 2015

A Crítica da Crítica no Casario


Um amigo meu que costuma passar aqui pelo "Casario" (do vasto "clube" dos que lêem e não comentam...), disse-me que eu era demasiado exigente para com os governantes de Almada.

Não lhe respondi de imediato, até porque nunca ter pensado a sério no assunto. Mas depois acabei por lhe dar razão, mas com uma justificação, que vale o que vale.

Expliquei-lhe que era mais exigente porque os comunistas (pelo menos os que nos governavam) se tinham em tal conta, que não só se achavam melhor que todos os outros, como estavam acima de qualquer crítica ou suspeita.

E havia ainda outra questão, estavam no poder desde as primeiras eleições autárquica, ou seja, não tinham qualquer margem para atirar as culpas dos erros cometidos nos quase últimos 40 anos, para cima de quem quer que fosse.

Para não ser muito chato, falei apenas nos problemas de ordenamento do concelho, dos mesmos excessos e exageros urbanos (tanto dentro da cidade como nas suas freguesias) que provocaram um crescimento feio e desordenado. 

E como não podia deixar de ser, falei de todos os anos que governaram de costas voltados para uma das praias com mais potencialidades do país, a Costa de Caparica...

E não fui às "quintas" e aos "condados" das culturas, dos recreios e dos desportos...

quinta-feira, maio 21, 2015

Pensar o Futuro?


Eu sempre gostava se saber como é que governantes quer estão no poder há mais tempo que Salazar, cada vez com menos sentido autocrítico e capacidade de aceitar (e respeitar...) quem pensa de forma contrária, podem pensar o futuro em Almada...

segunda-feira, maio 18, 2015

Dia dos Museus


Hoje todos os nossos Museus podem ser visitados gratuitamente, porque se comemora o Dia Internacional dos Museus.

De manhã fui com a minha filha ao Museu da Cidade (de Almada) ver a exposição "Ir a Banhos", que faz um bom resumo da história das nossas praias (Costa de Caparica e Trafaria, e também de algumas fluviais, como as da Margueira...).

É uma exposição que merece ser visitada por todos os que gostam de visitar o passado, pelas muitas imagens antigas que nos são oferecidas e também pelos objectos expostos, no mínimo curiosos (desde fatos de banho antigos a materiais de salvamento).

quinta-feira, maio 14, 2015

Vamos a Banhos


No próximo sábado, dia 16 de Maio, às 16 horas, será inaugurada no Museu da Cidade de Almada a exposição, "Ir a Banhos", onde se fará uma retrospectiva histórica da evolução dos hábitos e costumes das nossas idas à praia, dando uma particular atenção às praias da Trafaria e da Costa de Caparica de outros tempos.

Se não gosta das confusões das inaugurações (e dos discursos, etc), pode aproveitar para visitar o Museu no domingo e da segunda, que estará aberto excepcionalmente, por se comemorar o Dia Internacional dos Museus a 18 de Maio.

terça-feira, maio 12, 2015

O Eduardo e o Urbano


O escritor almadense, Eduardo M. Raposo, vai fazer uma apresentação do seu livro, "Urbano, o Eterno Sedutor", na Biblioteca da Escola Cacilhas-Tejo, no próximo dia 14 de Maio, às 20 horas.

É uma boa oportunidade para os almadenses conhecerem um pouco melhor a vida e obra de Urbano Tavares Rodrigues.

sábado, maio 09, 2015

O Carro Já Era, Ficou o Buraco...


Já "despacharam" o carro que estava de pernas para o ar no Ginjal (não era assim tão grande como isso...), provavelmente por via fluvial.

Agora fica o buraco, com as grades ainda mais caídas, que não deixa de ser um "lugar de interesse turístico", no meio de novas placas de proibição afixadas, agora amarelinhas...

sexta-feira, maio 08, 2015

Sei que Nunca vou Perceber...


Não me sinto muito confortável a fazer o papel de "moralista", mas de vez enquanto tem de ser. Tudo isto porque sinto que nunca vou perceber esta maneira de ser portuguesa, de se transformarem sítios abandonados em lixeiras.

Acho que nunca fomos muito bem educados a respeitar o próximo. Primeiro foi o "respeitinho" que diziam ser "muito bonito", depois vieram as "liberdades" que muitos continuam a confundir com "libertinagens"...

Eu sei que posso fingir que não vivo neste país, mas nunca passará disse mesmo, de um fingimento.

Há sempre quem diga que essas coisas se deviam ensinar na escola. Porque há sempre quem tente empurrar os problemas e as responsabilidades para cima dos outros.

Só que não há escola que resista, quando os filhos vêm os pais deitarem o lixo para o chão ou atirarem beatas acesas pela janela...

segunda-feira, maio 04, 2015

O Abandono do Ginjal é uma Constante...


Ao passar pelo Ginjal vi que o seu histórico "Corredor" estava transformado em lixeira.

Entrei e vi que a casa onde a Júlia morou quase toda vida tinha a porta escancarada.

Não resisti e entrei, para tirar fotografias das janelas que olham para o Tejo.

Antes da Júlia ali morar, foi espaço da "Pensão Bom Gosto", que foi inspiração de um dos meus poemas do caderno, "Ginjal 1940, poemas dois", que vos ofereço:

pensão bom gosto

A mulher que apareceu no postigo
Disse que aquilo não era bem uma pensão
eu sabia mas fiz-me desentendido,
saciava-se mais o corpo que o coração.

«A clientela é quase toda de Lisboa»,
sorriu-me ela de uma forma enigmática.
Paguei o quarto e subi sem geografias,
abraçado à minha companhia simpática.

Depois de abrir a porta e a deixar entrar
Dei alguns passos em frente, até à janela.
Não tinha pressa nem ninguém à espera,
abri a janela e fiquei a ver as barcas à vela

Preferi imaginar-me um cliente casual
e pedir à minha companheira de viagem
para não fechar completamente o cortinado,
porque não queria deixar fugir a paisagem.

(Luís Milheiro)