domingo, outubro 28, 2018

"A Biblioteca Encantada" na Incrível

Hoje de manhã assisti à peça infantil, "A Biblioteca Encantada", um original de Iris Paracas, encenado e interpretado pelo Cénico Incrível Almadense.

Embora seja suspeito, por gostar de livros e de bibliotecas, achei a peça extremamente feliz e didáctica, numa altura em que se lê de outras formas, usando normalmente menos papel e menos palavras.

Foi bom ver as personagens a saltarem dos livros e a fazerem companhia à Alice, uma menina que pensava que não gostava de ler... Pensava!


Toda aquela roda viva de personagens, a entrar e a sair do palco, fez com que o público seguisse com entusiasmo a peça do princípio ao fim.

E também foi boa ideia a possibilidade das crianças presentes, puderem subir ao palco e tirar fotografias com as personagens após o final da peça.

(Fotografias de Luís Eme)

sábado, outubro 27, 2018

Quando a Democracia Fica Doente...


Em entrevista dada à "Gazeta das Caldas" (edição de 19 de Outubro) Luís Patacho, líder local do PS e da oposição disse algo sobre as Caldas da Rainha, que se poderia perfeitamente encaixar no poder local de Almada, antes das últimas eleições:

«Em Ciência Política, quando uma força política está mais de 20 anos consecutivos a gerir, seja um país, seja uma câmara municipal, seja uma região autónoma, já não se considera tecnicamente uma Democracia. Chama-se a isso um regime híbrido. Porquê? Porque o próprio sistema não é capaz de se regenerar, de criar alternância e portanto a Democracia estará como um doente.»

Concordo com as palavras de Luís Patacho. E mesmo estando próximo do PCP (ideologicamente...), sabia que era bom para a democracia e para Almada, que a CDU perdesse as últimas eleições. Mais de 40 anos de poder, acabam por provocar uma grande incapacidade de se olhar à volta e de se fazer  autocrítica...  Além de clientelismo, compadrio, etc.

Não acredito que Almada ganhe algo de substancial com a coligação do PS e do PSD (pelo contrário...).  Acredito sim, que a CDU, quando voltar ao poder, irá ter uma  postura diferente, vai voltar a olhar para os almadenses.

(Fotografia de Luís Eme)

quarta-feira, outubro 24, 2018

A Ingratidão é o Pão Nosso de Cada Dia do Associativismo...

No associativismo a simplicidade e o sentido colectivo, por vezes são entendidos como defeitos. Poderia dar dezenas de exemplos. Mas apenas falo de dois amigos (o Carlos e o Diamantino), com quem tenho realizado muito trabalho associativo, e nunca foram homenageados como mereciam.

O mais grave é me lembrei disso porque um deles está com problemas de saúde (que espero que se resolvam com brevidade...) e o outro está com quase noventa anos...

O mais caricato é o que normalmente acontece. Ao longo de mais de vinte anos de prática de associativismo, reparo que muitas vezes são os próprios homenageados que se metem a jeito (alguns até quase que exigem...), para que se realizem as ditas festas.

E é por isso que, cada vez tenho menos dúvidas de que a simplicidade e humildade, são quase defeitos neste nosso país, cada vez mais cheio de "pavões", que a única coisa que fazem de válido é encher o peito de ar e dizer umas "larachas", para quem os ouve...

(Fotografia de Luís Eme)

domingo, outubro 21, 2018

Os "Resistentes" de 2018

Embora não tenham sofrido as agruras dos "resistentes" de 1872 e de 1894, que dizem muito do carácter e da dignidade da Incrível Almadense, os músicos da banda da Colectividade mais antiga de Almada, também lutam para honrar a sua história e para arranjar um lugar no futuro para ela.


De manhã deram música a todos os que apareceram no Largo Gabriel Pedro e à tarde honraram os pergaminhos incríveis no tradicional encontro de bandas (já é XVI...) com as Sociedades  Musical Aljustrelense (que grande banda!, jovem, mas de grande qualidade) e  Filarmónica Alverquense, no Salão de Festas da Incrível, que continua a ser a "Catedral do Associativismo Almadense".

(Fotografia de Luís Eme)

sexta-feira, outubro 19, 2018

As Formas e Volumes de António Júlio


Gostei muito de ter passado ontem pela Galeria Municipal de Almada, para ver a exposição "António Júlio, Formas e Volumes" (amanhá é o último dia...).

Os desenhos, as esculturas e as pinturas deste almadense (por adopção), que nos deixou em 2015, mereciam com toda a certeza, mais publicidade e mais público.

(Fotografia de Luís Eme)

domingo, outubro 14, 2018

Rui Madeira deu Espectáculo na Lisnave

Se houve alguém que deu espectáculo na  pista improvisada da Lisnave, durante o dia de ontem, foi Rui Madeira, um dos grandes pilotos da história do automobilismo almadense.

(Fotografia de Luís Eme)

sábado, outubro 13, 2018

Lisnave Volta a ter Vida (por um só dia...)

A organização do "Almada Extreme Sprint" no território da antiga Lisnave teve no mínimo uma virtude, voltou a dar vida a este lugar, completamente abandonado há quase duas décadas.


A entrada livre possibilita ao público ver os carros de corrida a acelerarem pelas estradas largas e livres, mas também o espaço e os armazéns, completamente subaproveitados, e os  vestígios, a caminho da ruína, daquele que foi um dos grandes estaleiros navais europeus...

(Fotografias de Luís Eme - na primeira podem ver-se os carros do piloto almadense, Rui Madeira, que foi campeão do mundo de ralis na sua categoria, que apadrinhou e participa na prova)

sexta-feira, outubro 12, 2018

Sem Qualquer Desculpa...


Um ano de governação é mais que suficiente, para que se acabem com dúvidas ou desculpas, sobre o que continua a correr menos bem no nosso Concelho.

E há de facto muita coisa a correr menos bem em Almada (sem me afastar muito da Cultura e do Associativismo...).

O facto da "Agenda Cultural" ao dia 12 ainda não ter sido distribuída ao povo almadense, é apenas um sinal (pequenino...) do aparente "desnorte" (não sei se propositado ou não...), do governo local, socialista e social-democrata...

(Fotografia de Luís Eme)

segunda-feira, outubro 08, 2018

"A Vitória de Saramago" (texto de 1998)


«Foi com grande alegria que vimos José Saramago deixar o hall de entrada da sala, destinada aos eternos perdedores do Prémio Nobel da Literatura, com a serenidade que o caracteriza, depois de ser “Levantado do Chão” pela Real Academia Sueca da Língua.
O país voltou a sorrir de satisfação – e com a Expo 98 ainda tão perto na nossa memória... --, ao ponto de transformar a vitória de Saramago, num êxito de todos os portugueses. Foram erguidas bandeiras de Norte a Sul, levando bem alto “Todos os Nomes” deste escritor, digno herdeiro de Camões, Eça, Camilo, Pessoa, Aquilino e Torga.
A Escandinávia dobrara pela primeira vez a coluna à língua portuguesa. Depois de um longo “Ensaio Sobre a Cegueira”, acabou por reparar uma  injustiça quase do tamanho deste século!...
Embora Saramago seja um caso à parte, se fizermos uma “Viagem a Portugal”, encontramos uma mão cheia de poetas e ficcionistas que também poderiam ter sido inscritos nos “Apontamentos” da Academia Sueca.
Quando dizemos que ele é um caso à parte, estamos a basear-nos  num estranho casamento das Letras com Números que nos prova que Saramago é o escritor português vivo, mais conhecido e lido no mundo inteiro.
A sua obra literária é um manancial de estórias sobre a nossa História, “Deste Mundo e do Outro”, não sendo por isso de estranhar que alimente algumas polémicas. E quando se fala de coerência – uma palavra usada para dignificar Saramago e todos os seus camaradas que se mantém fiéis ao comunismo --, devemos fazer uma vénia ao Município de Mafra que continua a defender que “O Memorial do Convento” ofende o bom nome dos seus habitantes; e ao Papa, que  ao folhear “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, continua a perguntar a Deus com um olhar triste e angélico, “Que farei Com este Livro?”, por manterem vivas as suas opiniões divergentes em relação ao escritor.
 Mesmo sabendo que este não é o melhor momento para  falarmos da nossa taxa de analfabetismo, não devemos esconder a nossa triste realidade usando o Nobel da Literatura como peneira.
Saramago sentiria, “Provavelmente Alegria”, se usássemos o seu Prémio para sensibilizar os portugueses a visitarem o campo aberto das letras, mostrando-lhes o poder da luz “Poética dos Cinco Sentidos” que nos ilumina nas nossas viagens deliciosas pelo interior dos livros.
E se nos fosse permitido sonhar, gostaríamos que o Nobel produzisse o mesmo êxito na Literatura que as medalhas milagrosas de Carlos Lopes e Rosa Mota obtiveram no Atletismo, fomentando de uma forma avassaladora a leitura nas escolas e nos lares portugueses, arrebatando toda “A Bagagem do Viajante” de Lanzarote e de outros grandes escritores.»

(texto da minha autoria publicado no boletim "O SCALA", nº 8, Inverno de 1998, de homenagem ao nosso Prémio Nobel da Literatura - fotografia de autor desconhecido)

sábado, outubro 06, 2018

Os 170 Anos da Incrível Almadense, um Colosso Associativo e Cultural

A Sociedade Filarmónica Incrível Almadense comemora o seu 170.º aniversário durante todo este mês de Outubro, com dezenas de iniciativas culturais e recreativas.

A Colectividade possui uma história inigualável no panorama associativo português, tendo conseguido resistir de uma forma verdadeiramente "incrível" (os seus padrinhos sabiam o porquê de lhe oferecerem este nome...) a todas as contrariedades que foi forçada a enfrentar nos séculos XIX, XX e XXI.

E este século XXI, talvez seja o mais complicado de gerir, porque o associativismo já não é o que era, pela própria evolução da própria sociedade, e também pela forma como tem sido desprezado pelos poderes políticos (local e nacional) e económicos.

A Incrível embora se mantenha bastante activa, tem poucas receitas próprias e prepara-se para enfrentar uma "batalha jurídica", comum a muitas outras associações e a muitos portugueses, porque os novos senhorios (herdeiros) querem aumentar a renda da Sede para valores "impossíveis". 

Sede que é ocupada pela Incrível há mais de cem anos. E não menos importante, durante esta longa permanência na rua Capitão Leitão, todas as obras de beneficiação neste espaço foram realizadas e pagas pela Incrível Almadense (nos últimos anos com o apoio do Município...),  Algumas obras foram de tal forma avultadas (substituição do telhado, das portas e janelas, reforço das paredes, pinturas, etc), que até houve uma espécie de compromisso de cavalheiros, dos anteriores senhorios, de não aumentarem a renda à Instituição mais antiga de Almada.

Mas como "já não existem cavalheiros", todos os Incríveis sabem que a coisa poderá ficar complicada, se não existir bom senso e o apoio efectivo do Poder Local Almadense, para enfrentar mais este "obstáculo"...

É por tudo isto que hoje à tarde lá estarei no Salão de Festas da Incrível, para assistir a mais uma sessão solene.

(Fotografia de Luís Eme)

segunda-feira, outubro 01, 2018

As Pausas...


As pausas que fazemos, aqui e ali, de algumas coisas da vida, podem ser voluntárias ou involuntárias...

Sim, podemos ser nós a fecharmos portas atrás de nós, mas também podem ser os outros a fechar portas, antes de termos oportunidade de entrarmos...

Mas como em tudo na vida, é no aproveitar que está o ganho.

Sim, uma das coisas que as "pausas" têm de bom, é  obrigarem-nos a reflectir, a pensar, não só nos porquês, mas também em coisas mais importantes, que estão algures dentro num poema-canção, "o que faço aqui"... e também "de quem me esqueci"...

(Fotografia de Luís Eme)