terça-feira, setembro 28, 2021

Almada é a Terra do Futuro...


Depois de quatro anos quase "cheios de nada", são no mínimo curiosas as palavras da presidente da Câmara, depois de ter sido reeleita:

«Almada é uma terra extraordinária. Nós tínhamos dito há quatro anos que Almada pode. E Almada fez muito durante os quatro anos e pode fazer mais. Tínhamos dito que Almada tinha de reencontrar a sua centralidade na Área Matropolitana de Lisboa [AML] e, de facto, hoje Almada é a terra do futuro da AML.»

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


sábado, setembro 25, 2021

A História de Almada foi Construída através da Resistência e do Amor pela Liberdade


Não sei o que irá acontecer no final do dia de amanhã, em Almada. Acho que ninguém sabe. Sei apenas que quem vencer as eleições locais, ganhará com poucos votos de diferença. 

Isso podia fazer com que existisse alguma possibilidade de entendimento entre os dois principais partidos, mas a prática governativa socialista dos últimos quatro anos, diz-me que não existe qualquer possibilidade de entendimento entre o PS e o PCP, porque, entre outras coisas, têm ideias muito diferentes sobre o que querem para o presente e futuro do Concelho. 

Mesmo que me incomodem alguns hábitos antigos, de meia dúzia de pessoas que continua a gostar de decidir pelos outros (o que foi publicado no blogue "Almadalmada" é elucidativo...) sei muito bem em quem vou votar. 

Como associativista e activista cultural não posso apoiar quem prejudicou deliberamente o associativismo e a cultura local, fazendo demasiadas "pontes" entre Almada e Lisboa, tentando ignorar a existência de uma cultura local, como se fosse possível fazer de cada almadense um "alfacinha"...

Passados quase quatro anos, continuo sem perceber o encerramento de várias instituições museológicas no Concelho.  O Museu da Música Filarmónica é o caso mais estranho. Fechou as portas para não ser mais nada. Trata-se de uma infraestrutura recente, que tinha apenas um funcionário e que procurava fazer eco do passado musical e associativo de Almada, homenageando uma das suas grandes figuras, em particular. Isto ainda me faz mais confusão porque a presidente da Autarquia, como filha de um maestro, devia no mínimo ter mais respeito pela música instrumental de cariz popular e pelos músicos filarmónicos (a verdadeira escola musical do nosso país...).

Em relação ao associativismo, já escrevi demasiadas vezes sobre ele e sobre a "perseguição" de que foi vítima. Bastava uma associação ter nos seus corpos gerentes uma pessoa ligada ao PCP, para ser logo apelidada de "comunista" pela coligação PS/ PSD e receber menos apoio do que devia. Na minha prática associativa de 25 anos, nunca ninguém me perguntou qual o meu partido ou em quem votava. Posso acrescentar, como exemplo, que os valores colectivos de uma colectividade como é a Incrível Almadense (já são praticamente 173 anos de vida...) suplantam toda e qualquer minudência partidária.

Felizmente tenho memória e orgulho-me na ganga dos fatos de macaco dos operários, que são a essência da história de Almada, construída através da resistência e do amor pela liberdade.

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)


quarta-feira, setembro 22, 2021

O que Foi que Correu Mal?


Não acredito que seja intencional, ter várias obras por inaugurar, antes do acto eleitoral do próximo domingo.

Provavelmente esta gestão camarária nem sequer têm competência para estabelecer prazos em obras, de modo a que elas estejam prontas antes das eleições, para "mostrar trabalho"...

O mais gritante de toda esta transformação do Concelho de Almada em estaleiro de obras, tem sido Cacilhas. Pelo meu registo fotográfico, começaram a "desventrar" o Largo de Cacilhas (oficialmente Alex Dinis) desde Abril. Ou seja, em seis meses não conseguiram concluir os trabalhos, que aos olhos do cidadão comum, não fazem nenhuma "boa revolução" neste espaço, muito menos qualquer mudança extraordinária. 

Por outras palavras, é mais de meio ano de transtornos e chatices para os utentes de transportes, que passam diariamente pelo Largo.

Não é difícil de concluir que, terminadas as obras, o Largo continuará a ser sobretudo um ponto de partidas e chegadas de cacilheiros, autocarros e metro de superfície... o lazer fica mais uma vez para depois.

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


terça-feira, setembro 21, 2021

"Guerra" de Cartazes em Almada


Acontecem sempre coisas no mínimo curiosas, durante as campanhas eleitorais.

A CDU achou por bem colocar vários cartazes com projectos para o futuro (mesmo que isso seja coisa para o dia "de são nunca à tarde"...), espalhados por vários pontos do Concelho. O PS replicou, colocando cartazes ao lado, com uma questão: "Só agora?" Falando também dos 40 anos de poder comunista... dizendo que "Almada não quer regressar ao passado".

Só que estes últimos quatro anos socialistas e sociais democratas, deixaram tanto a desejar, que há uma forte possibilidade de os almadenses quererem mesmo voltar ao "passado"...

(Fotografia de Luís Eme - Feijó)


sábado, setembro 18, 2021

A "Almada nas Asas do Sonho" de Orlando


"Almada nas Asas do Sonho" é o título de um bonito poema escrito em 1968 por Orlando Laranjeiro, em Hamburgo. Quase 53 anos depois vai passar a ser também título de livro,  entre outras coisas, porque Almada nunca deixou de estar "nas asas do sonho" deste almadense singular, que nunca gostou de ser reconhecido como poeta ou escritor, apesar de sempre se ter destacado junto dos amigos, pela sua facilidade em rimar e em escrever, palavras bonitas com dedicatória.

Fica feliz é quando lhe chamam Associativista. E foi dos bons, dos que deixou marca e é por isso que continua a ser recordado com emoção, carinho e companheirismo, por todos aqueles que trabalharam com ele. É também por isso que a apresentação deste seu terceiro livro se realiza no Salão de Festas da Incrível Almadense (amanhã, às 16 horas), porque esta foi, e é, a sua grande paixão associativa.

Mas quando alguém publica o terceiro livro, "Almada nas Asas do Sonho - e outros poemas e prosas guardados no baú" (depois de "Almada Terra Coragem" e "Deixem-me Ser quem Sou!"...),  não pode escapar a sina de ser também "escritor".

Mas o que o Orlando é mesmo, é um grande amigo e companheiro. E amanhã lá estarei, na nossa Incrível.


quarta-feira, setembro 15, 2021

A Grandeza Humana de Henrique Mota


Hoje, às 16 horas, será apresentado no Fórum Romeu Correia (Sala Pablo Neruda), o opúsculo, "Henrique Mota, Desportista, Associativista e Escritor (1920-2020)".

Esta obra biográfica, da autoria de Luís Bayó Veiga, embora à primeira vista pareça "curta", devido ao seu número de páginas, é fundamental para todos os que se interessam pela história das gentes de Almada, porque tem aquilo que deve ser mais importante num livro: acrescenta, oferece-nos algo de novo.

Já existia um livro, publicado na comemoração do 90.º aniversário de Henrique Mota ("Henrique Mota, Atleta, Treinador, Dirigente e Escritor Almadense"), mas que apenas se debruça sobre o seu percurso desportivo, associativo e literário. Este opúsculo fala sobretudo sobre a sua vivência familiar e profissional, realçando a grandeza humana de um homem, que mesmo não nascendo em Cacilhas, fez mais pela sua história e pelo seu movimento associativo que a maioria dos cacilhenses.


domingo, setembro 12, 2021

Homenagem a Henrique Mota


Henrique Mota acabou por ser também vítima da pandemia, que não permitiu que ele fosse homenageado no ano do seu Centenário com a dignidade que merecia, na cidade onde cresceu e viveu grande parte da sua vida.

Embora o legado que nos deixou continue a ser pouco divulgado, é de uma importância única na história, no desporto, na cultura e no associativismo almadense.

Estarei lá, no dia 15 de Setembro, a homenagear um grande Amigo.


terça-feira, setembro 07, 2021

A "Perseguição Política" do PS em Almada (2)


Uma das áreas sociais mais prejudicadas durante a actual governação socialista no Concelho de Almada, foi o Associativismo Popular.

Tudo isto porque o PS e o PSD orientaram a sua política de apoios, desde o começo de mandato, seguindo uma premissa errada: a de que todo o "associativismo almadense era comunista".

Ainda me questiono: como é que é possível acontecer tal coisa, quando se caminha para o meio século de democracia no nosso País?

O que é certo, é que isso ficou bem patente na sua prática e também no discurso de alguns dos seus dirigentes. Além de deixarem de apoiar muitas Colectividades, ainda tiveram o cuidado de ver se os subsídios atribuídos (alguns ainda da anterior gerência comunista...) tinham sido empregues nas áreas para os quais tinham sido pedidos. Quando tal não aconteceu foi exigida a sua devolução.

Como as receitas do associativismo são cada vez menores, é normal que as verbas atribuídas pelas autarquias acabem por ser aplicadas onde mais fazem falta (começa logo pela luz, água e rendas...). É preciso alguma sensibilidade social e algum conhecimento de campo, para lidar com estas questões da melhor forma, o que não aconteceu com este executivo. Em alguns casos mais delicados, pedir a restituição de verbas foi a mesma coisa que anunciar o "fecho de portas"...

Gostava que no futuro fosse feito um estudo rigoroso sobre as implicações da falta de apoio do Município nas Colectividades Almadenses no seio da população, que nos tempos que antecederam a pandemia, já viviam o seu dia a dia com grandes dificuldades. 

Sem apoios era-lhes praticamente impossível manterem as suas actividades desportivas, recreativas e culturais, nos mesmos moldes a que estavam habituados, para serviram os seus associados e os almadenses em geral.

(Fotografia de Luís Eme - A Incrível Almadense aparece aqui apenas pelo seu simbolismo, por ser a Colectividade-Rainha de Almada, com os seus 172 anos de idade e de história)


domingo, setembro 05, 2021

A "Perseguição Política" do PS em Almada (1)


Não foi por o PS se julgar o "partido mais democrata português", que achei que uma mudança política em Almada, depois de mais de 40 anos de governação comunista no Concelho, poderia ser útil para todos.

Pensava especialmente nos comunistas, que ao longo de quatro décadas de governação foram-se esquecendo do que era "democracia" e pior ainda, da "igualdade e justiça social", presente em todos os seus discursos. A rede de influências que foi sendo montada ao longo dos anos, não só alimentava o "clientelismo" como favorecia (de uma forma cada vez mais "descarada"...) quem tinha "cartão de militante".

Foi por essas razões que estava longe de esperar que o PS nos seus dois primeiros anos de mandato, usasse e abusasse da "perseguição política", com substituições em cargos de chefia (mesmo intermédios, sem peso político...), olhando apenas para o perfil político, ignorando o perfil profissional (houve muitos funcionários competentes substituídos, apenas pela suspeita de serem "comunistas"...) das pessoas.

O mais grave disto tudo, é que muitos dos substitutos vieram de Lisboa, sem terem qualquer contacto ou conhecimento com a realidade local (nem grande vontade de se integrarem ou conhecerem a história recente do Concelho...). O seu "cartão de visita" era pertencerem ao PS (os famosos "boys").

E tal como a presidente, o seu principal objectivo era transformar Almada numa "cidade satélite" de Lisboa (foi afirmado em várias entrevistas pela Edil...).

Claro que não se transforma uma Cidade com identidade própria, numa cópia de outra cidade, pelo menos em quatro anos. A única coisa que se consegue é ir descaracterizando-a, roubando-lhe a sua maior riqueza, a identidade e o orgulho em se ser almadense, devido à sua história e cultura local.

(Fotografia de Luís Eme - Almada)