quarta-feira, outubro 30, 2024

Vagabundear pelo Ginjal (porta a porta)...


Não sei ao certo, há quanto tempo me perco pelo Ginjal. 

Há uns 35 anos, no mínimo. Foi a minha amizade com Romeu Correia que me "acordou" para a beleza e história desta "Margem Sul", que tanto pode começar em Cacilhas como no Barreiro. 

A minha margem deste Sul, deste além Tejo, sempre começou em Cacilhas (o tempo que vivi perto do Barreiro não conta para nada nestas vivências...). Provavelmente o Rio deve-me ter convidado a caminhar ao longo do Cais do Ginjal, logo nas minhas primeiras vezes que fiquei a ver o cacilheiro partir para a Capital (às vezes perdemos a barca por segundos e temos de esperar pela próxima, o que pode demorar entre quinze a trinta minutos...).

Mesmo que no início fosse para "matar tempo", foi assim que fui descobrindo, pouco a pouco, o Ginjal. O que existiu por ali, antes deste antigo espaço de restaurantes famosos e de várias indústrias, se ter tornado no conjunto de ruínas que hoje conhecemos, entre Cacilhas e o "Ponto Final" (sim, é ali rente ao restaurante que acaba o Ginjal e começa a Fonte da Pipa...), colorido, graças aos "grafiteiros" e pixeteiros". 

As descobertas com mais conteúdo histórico, aconteciam sobretudo nas conversas que tinha com os companheiros da memorável "Tertúlia do Repuxo", que durante mais de duas décadas, foi um espaço privilegiado de amizade e de conhecimento. 

Tertúlia que também contou nos últimos anos, com a presença de Luís Bayó Veiga, que se prepara para lançar no próximo sábado o livro, "O Ginjal, Porta a Porta - Referências e Memórias". Sei que ele também "bebeu" muita informação nas nossas conversas sobre história local à mesa do café. 

Felizmente o Luís não se ficou apenas pelas conversas e quis ir mais longe, quis viajar no tempo e saber que Ginjal era, o que existia há cem anos (para não recuar mais no tempo, coisa que ele faz nesta obra, com um rigor assinalável). E o resultado é um belo livro, que nos satisfaz todas as curiosidades, porta a porta, contando a história das gentes e dos lugares, que estão por detrás de cada "número de polícia"...

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)


segunda-feira, outubro 28, 2024

"O Ginjal, Porta a Porta (Referências e Memórias)" de Luís Bayó Veiga


Durante a semana vou deixar aqui algumas palavras, sobre um livro escrito por um amigo, que será apresentado no próximo sábado.

Isso acontece por duas ou três razões, para lá da amizade com o autor. Uma delas é este blogue chamar-se "Casario do Ginjal"...


quinta-feira, outubro 24, 2024

Os treinos da GNR na Lisnave, nestes dias estranhos e violentos...


Comecei a ouvir gritos e barulho de confusão, do exterior da minha casa, que me davam a sensação de serem de qualquer "recreio de escola", pouco habituais. 

Quando vim à janela reparei que a Lisnave estava com mais movimento do que o costume. Estava povoada de viaturas da GNR e de guardas (alguns disfarçados de bandidos...), que imitavam a realidade dos últimos dias, ensaiando distúrbios com a respectiva resposta das forças de autoridade.

Acho positivo este treino, até porque a "confusão" junto dos bairros problemáticos, parece ter vindo para ficar (quase sempre de forma gratuita e sem justificação). E os agentes e guardas da autoridade têm de estar, cada vez mais preparados, para enfrentar todo o género de bandidos.

Mas não deixa de ser curioso, os fins usados pelos velhos armazéns e docas da Lisnave (cada vez mais em ruínas), desde a publicidade, passando por filmes, e acabando agora, com treinos "anti-motim" (e não falo das "corridas de carros").

As coisas que descubro da minha "varanda indiscreta"...

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


domingo, outubro 13, 2024

Uma Bela Surpresa para Todos os Familiares e Amigos de Fernando Barão


Ontem, durante a apresentação do livro da minha autoria, "Fernando Barão; (Quase) Tudo o que Vivi", as mais de cem pessoas que encheram a Sala Pablo Neruda, no Fórum Romeu Correia, em Almada, tiveram uma bela surpresa, durante a intervenção do vereador Filipe Pacheco, que fez parte da mesa de honra, em representação do Município de Almada.

O Vereador deu a todos a excelente notícia, que iria ser atribuído, brevemente, o nome de "Largo Fernando Barão", ao espaço que ainda continua a ser conhecido, popularmente, pelo "Largo da Bomba", onde em temos idos existiu uma bomba de água que abastecia os locais deste bem precioso. Ou seja o Largo junto ao Centro de Turismo de Almada, que foi durante quase todo o século XX, o quartel dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas.

Este lugar tem ainda outra particularidade, foi o lugar de "namoro à janela" de Fernando Barão com a jovem e bonita Isabel, que viria a ser a esposa e companheira da uma longa vida. Foi ainda a propósito deste namoro que o Fernando ganhou a alcunha do "Vai à Bomba"...

Em suma, uma escolha muito feliz do Município, que muito honra os familiares e amigos mais próximos do nosso "Barão de Cacilhas".

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


sexta-feira, outubro 11, 2024

segunda-feira, outubro 07, 2024

A História de vida de Fernando Barão em Livro...


No próximo sábado será apresentado o livro, "Fernando Barão - Quase tudo o que vivi", na Sala Pablo Neruda, em que junto uma série de conversas que fui tendo com este Amigo, nos anos de 2018 e 2019, que acabaram por ser interrompidas com a Pandemia...

Ou seja, este livro é a história de vida de Fernando Barão, contada por ele próprio...


sábado, outubro 05, 2024

As Portadas na Entrada do "Corredor do Luís dos Galos"...


Já escrevi sobre esta gente, falsamente libertária, que depois da "ocupação" de espaços aparentemente abandonados - mas com dono -, tem o secreto desejo de construir por ali "condomínios fechados"...

Não foi de repente, foram chegando aos poucos. E hoje vivem dezenas de pessoas no Ginjal. Não fiz nenhum "recenseamento", mas acho que ainda não chegam à centena.

Ocuparam os espaços degradados e abandonados (a última família que ali viveu já saiu dali pelo menos há uma década), ou seja vivem aparentemente sem condições mínimas de habitabilidade (embora, "artistas" como são, lá fizeram as puxadas de luz da ordem, e electricidade é coisa que não falta. A água é que é um pouco mais complicada, tem de se usar o balde e o garrafão. Nada de preocupante, não por o Tejo estar ali mesmo ao lado, mas porque o "banho" está longe de ser a coisa mais importante para esta gente...).

Não estou muito preocupado com este aspecto (nem com nenhum, aliás...). Vivem como querem e como os deixam viver.

A única parte curiosa, é a história dos "condomínios fechados". Sim, ao longo dos mais de quarenta anos que conheço a entrada do "Corredor do Luís dos Galos", sempre foi um espaço aberto. Só hoje, é que tem portas... 

E no seu interior até já existe um "bar" e na parte de fora uma quase esplanada (já existem duas mesas e meia-dúzia de cadeiras...).

A liberdade sempre foi outra coisa. Aliás, "ocupação" nunca foi sinónimo de liberdade...

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)