domingo, maio 22, 2022

"Santa Engrácia" no Largo de Cacilhas


Tenho evitado escrever aqui no "Casario", porque são tantas as coisas negativas que há para dizer, sobre um Concelho, que parece andar em "marcha-atrás", há pelo menos meia-dúzia de anos, que prefiro fazer outras coisas. Até me pergunto se não será apenas má vontade da minha parte. 

Mas não, não é. Quando palavras como abandono, destruição ou desleixo, podem ser usadas para caracterizar muitos dos lugares públicos por onde passo quase diariamente, fica quase tudo dito...



Faz-me no mínimo confusão que as pessoas que habitam em Almada, que pagam os impostos e as contribuições que sustentam o poder autárquico, sejam tão maltratadas pelos políticos locais, com a complacência e o silêncio das oposições.

São muitos os exemplos que poderei dar. Mas vou fixar-me apenas no Largo de Cacilhas, cujas obras de beneficiação se prolongam no tempo (já passaram pelo menos 14 meses...) e nos fazem lembrar a famosa "Santa Engrácia", pois não se vê fim à vista.

Provavelmente os políticos quando mandam fazer este género de obras, que tantos transtornos causam diariamente, devem fugir a sete pés destes lugares. Preferem comer um bom marisco num lugar mais aprazível ao pó que circula no Largo do Alex e imediações. Mas deviam ser eles a utilizar diariamente os transportes públicos, cujas paragens vão saltitando de lugar, assim como os acesso às ruas limítrofes. 

Não sei se os comerciantes da restauração beneficiam de algum apoio pecuniário (estranho bastante o seu silêncio, que normalmente tem "preço"...), porque também eles são afetados por toda esta confusão diária, que por mais exótica que possa parecer aos turistas, que estão e volta, pois está longe de ser um bom "cartão de visita".

O pior de tudo, é não se ver qualquer sinal da partida de "Santa Engrácia" de Cacilhas, apesar de estarmos no século XXI.

(Fotografias de Luís Eme - Cacilhas)

quarta-feira, maio 11, 2022

Coisas da Toponímia Almadense (um)


Sei que não se trata de uma história virgem da toponímia almadense, esta placa de uma rua da freguesia da Sobreda de Caparica (próximo da piscina municipal), mas podia ser perfeitamente evitável, se as pessoas que escolhem os nomes das ruas, metem-se de uma vez por todas nas suas cabeçinhas, que há nomes que não podem ser abreviados ou reduzidos. 

E se se tratar de um artista ou literato, corre-se o risco de deixar as pessoas a pensarem que até poderá "ser outra pessoa"...

Pois é, não existe nenhum poeta chamado António Lisboa, nascido em 1928 e falecido em 1953. Existe sim António Maria Lisboa, poeta surrealista, que nos deixou com apenas 25 anos de idade e que foi considerado por Mário Cesariny e Luiz Pacheco, um dos nossos grandes poetas surrealistas, apesar de ter deixado uma obra reduzida (Mário Cesariny organizou "Poesia", uma antologia com os seus poemas, editada pela Assirio & Alvim).

(Fotografia de Luís Eme - Sobreda)