sábado, março 30, 2019

A Incrível, Dividida Entre o Realismo e o Romantismo...


Ontem realizou-se a Assembleia Geral (ordinária) da apresentação do Relatório e Contas e também a Assembleia Geral (extraordinária) para se debater as questões relativas ao aumento de renda pedido pelo senhorio, do edifício da sede social, com a presença de cerca de quatro dezenas de associados.

A segunda assembleia acabou por ter uma importância complementar, por tudo o que estava em causa. Esteve presente a advogada da Incrível que, juntamente com a presidente da direcção da Incrível, fizeram um ponto de situação e esclareceram todas as  dúvidas dos sócios.

A Assembleia acabou por ficar marcada por duas correntes de opinião, um pouco divergentes. De um lado o realismo da direcção, de alguns dirigentes e associados (perante a incapacidade financeira da Colectividade para suportar o aumento da renda...) e o romantismo de alguns dirigentes e associados (que não querem perder o espaço que é sede social da Incrível há mais de 100 anos...), que continuam a não aceitar que a famosa "lei cristas" possa fazer toda a diferença, prejudicando instituições e pessoas, um pouco por todo o lado.

A grande decisão da noite acabou por ser a decisão de se avançar com uma providência cautelar, para evitar qualquer acção de despejo, que possa ser accionada pelo senhorio. E também foi decidido marcar uma nova Assembleia, onde se possa contar com a presença de mais associados, para que seja possível ir mais longe e chegar a mais gente.

(Fotografia de Luís Eme)

domingo, março 24, 2019

"Pelos Trilhos da Poesia", com Américo Morgado...

Foi mais uma vez, uma honra, estar ao lado dos professores Américo Morgado e Elisa Araújo, o autor e a apresentadora da obra poética, "Pelos Trilhos da Poesia", que foi lançada onde à tarde, na Sala Pablo Neruda, do Fórum Romeu Correia. 

São gente grande da Cultura Almadense!

Deixo aqui um dos poemas do novo livro de Américo Morgado:

Ser Árvore

Aquela árvore
monumentalidade
ramos ao alto
azul entre espaços, a luz
e gotas d' água suspensas
nas folhas.
Sou eu na intimidade da imagem
refúgio onde me escondo e revelo.


(Fotografia de Luís Eme)

sexta-feira, março 22, 2019

"Colisão" entre o Lazer e o Desporto na Sobreda...

Talvez por ter feito atletismo, senti próximas as inquietações relatadas por uma dirigente do clube de atletismo da Charneca de Caparica, no "Encontro do Movimento Associativo Almadense". Preocupações extensivas a todos os clubes que treinam as disciplinas técnicas na pista municipal da Sobreda (especialmente os lançamentos do disco e do martelo...).

Antes do Natal foram instalados rente à pista de atletismo um conjunto de diversões de inverno, sem que houvesse a preocupação de manter o normal funcionamento dos treinos, que se realizavam naquele espaço, especialmente o treino de lançamentos, pois com todas aquelas barracas brancas próximas do sector de lançamentos colocado fora da pista, é impossível treinar o disco ou o martelo ali, por questões de segurança.

O que estranhamos é que esta situação se arraste no tempo (praticamente não há clientes para a "pista de gelo" e deverá ser assim, até ao próximo Natal...) e não se tenha feito nenhuma tentativa de "deslocalizar" as diversões, para uma área segura, que permitisse uma convivência saudável entre as actividades de lazer e as desportivas...

Nota: faz-me confusão que o senhor Pedro Matias, tão diligente a defender o Município dos Associativistas, ainda não tenha tido a preocupação de arranjar uma solução para este problema, a contendo das duas partes, até porque se trata de uma questão localizada geograficamente na Freguesia que dirige...

(Óleo de Jean Metzinger)

quarta-feira, março 20, 2019

O Velho Hábito de "Atirar Areia para os Olhos" dos Outros...

O "Encontro do Movimento Associativo Almadense" foi de tal forma livre, que houve quem usasse a palavra para defender o indefensável. Falamos de um autarca do PS, presidente da União de Juntas da Charneca de Caparica e Sobreda, que até quis usar palavras caras, dizendo que os problemas do Associativismo são endógenos e não exógenos (internos e não externos...), tentado salvar a face do Município, como se o Encontro tivesse como único objectivo atacar a Câmara Municipal de Almada.

Os problemas internos que existem na generalidade das colectividades (e são vários...) foram quase sempre provocados por factores externos a estas, ou seja, pelas próprias mudanças da sociedade onde estamos inseridos, que se foi tornando, de ano para ano, mais egoísta e individualista, colidindo frontalmente com os princípios do Associativismo.

Não há nenhum modelo Associativo do século XIX, XX ou XXI. Há assim adaptações sócio-económicas, sócio-culturais e sócio-desportivas, que se fazem (ou devem fazer...) naturalmente ao longo dos anos. 

Neste caso em particular, se há alguém que está a abrir "trincheiras" (palavra de Pedro Matias...), é o Município, que nem sequer se dá ao trabalho de ouvir os dirigentes associativos do concelho de Almada.

É muito fácil falar na "urgência" de trazer os jovens e as mulheres para o Movimento Associativo, para desviar as atenções.  Difícil é alterar o rumo actual da sociedade, cada vez mais desigual, e que trata os jovens como se fossem cidadãos de segunda, apesar das suas qualificações, oferecendo-lhes na generalidade dos casos, trabalho precário e mal pago...

(Fotografia de Luís Eme)

segunda-feira, março 18, 2019

A Falta de Respeito Institucional (e a Incompetência) do Município de Almada para com as Associações Almadenses


Um dos aspectos que mais me surpreenderam pela negativa no "Encontro do Movimento Associativo Almadense" foi o testemunho de três dirigentes, que denunciaram a resposta "mentirosa" dos serviços do Município aos seus pedidos de apoio, feitos através da respectiva Plataforma.

Pelo que percebemos foi enviado para todas as colectividades (ou para a sua maioria...) um ofício com o mesmo teor, informando que a não atribuição dos subsídios pedidos se devia à não entrega de toda a documentação obrigatória (os intervenientes afirmaram que os seus processos estavam completos...) e também ao facto de não terem a sua situação regularizada na Segurança Social e nas Finanças (algo que também foi negado pelos três...). Havia ainda uma alínea que dizia que já tinham pedido um apoio nos últimos três anos, mas um dos dirigentes que falou, referiu que o seu pedido, era o primeiro que a sua Associação fazia ao Município...

Já tínhamos conhecimento da situação, pois uma associação da qual somos associados, também recebeu o mesmo ofício. Mas não fazíamos ideia que a sua cópia tinha sido enviada para a generalidade das Colectividades que tinham pedido apoio, com os mesmos argumentos e pressupostos, errados, ou para sermos ainda mais claros, mentirosos.

Em 25 anos que já levo de prática associativa, nunca tinha ouvido algo semelhante. Revela uma falta de respeito, de seriedade e de responsabilidade, sem precedentes, do Município perante as Colectividades Almadenses e os seus dirigentes.

(Fotografia de Luís Eme)

domingo, março 17, 2019

Autarquia Almadense de Costas Voltadas para o Associativismo

Ontem estive presente no "Encontro do Movimento Associativo Almadense", que se realizou na Cova da Piedade, organizado pela Associação das Colectividades do Concelho de Almada, onde se abordaram, com alguma pertinência, alguns dos problemas que afectam o Movimento Associativo Popular do Concelho.

Estiveram presentes cerca de 100 pessoas, cuja maioria eram dirigentes associativos. Houve vinte intervenções, da mesa e da plateia, quase todas elas pertinentes, trazendo para a reunião problemas concretos e oferecendo também algumas pistas para a sua resolução.

Percebemos que existe um problema comum, a falta de apoio e de sensibilidade, por parte do Município, perante a generalidade das Colectividades de cultura, desporto e recreio, que todos sabemos, continuarem a substituir o Estado nos seus deveres, expressos na Constituição...

A ausência de qualquer elemento do Município (foram convidados a Presidente do Município, o Presidente da Assembleia Municipal, os Vereadores e um Director de Serviços...), diz quase tudo sobre sobre a sua posição perante um parceiro, incontornável, em Almada.  

Sim, incontornável. As Associações são as responsáveis por quase tudo o que se faz na cultura, no desporto, no recreio, junto das populações. Nos últimos anos ainda têm ido mais longe, oferecendo apoio nos cuidados primários que são prestados, às pessoas mais idosas e carenciadas de Almada (todas as Freguesias do Concelho têm associações de reformados, às quais se juntam outras IPSS's que diariamente apoiam milhares de pessoas...).

Trabalho esse que sempre foi feito, maioritariamente, de forma voluntária e graciosa.

Durante a próxima semana irei escrever no "Casario" sobre algumas das coisas mais importantes que ouvi (algumas delas completamente incompreensíveis...).

(Fotografia de Luís Eme)

quinta-feira, março 14, 2019

Encontro do Associativismo Almadense


Se há alguém que tem razão de queixa do actual executivo camarário de Almada são as Colectividades Populares, de cultura, de desporto e de recreio, almadenses.

Uma fonte fidedigna  disse-nos que em 2018, houve mais de 200 pedidos de apoio que não foram atendidos e que nem sequer mereceram qualquer resposta ou justificação válida por parte do Município.

A realidade diz-nos que o Movimento Associativo, apesar das dificuldades de sobrevivência (cada vez maiores...), ainda continua a substituir o Estado, na formação desportiva e cultural da maior dos portugueses, que continuam a encontrar nas Colectividades o seu espaço primordial de convívio e de desenvolvimento físico e intelectual. 

Pelo que faz todo o sentido que o Associativismo seja apoiado (o que não é sinónimo de se ser "subsídiodependente"...), pelo Poder Local.

E faz ainda mais sentido que as Colectividades Almadenses se encontrem, para debater os problemas que mais as afligem, e colocam mesmo em causa, a sua sobrevivência no futuro próximo.

A Associação das Colectividades do Concelho de Almada, sensível a todas estas questões, promove no próximo sábado, às 15 horas, no pavilhão da SFUAP, Cova da Piedade o "Encontro do Movimento Associativo Almadense", com um tema bastante abrangente:  "Almada, uma atitude colectiva, viva e com futuro, que caminho?"

Pensamos que esta é a altura certa para as Colectividades e os seus dirigentes se encontrarem e discutirem de uma forma aberta e honesta, os seus verdadeiros problemas, e se possível, encontrarem o tal caminho, tão necessário...

domingo, março 10, 2019

A Aposta (oficial) na Transformação de Almada em "Cidade Satélite" de Lisboa


A entrevista de hoje da presidente do Município de Almada,  Inês Medeiros, à revista "Visão", acaba por ser positiva, pelo menos para mim.

Já tinha notado (e escrito...) que há a tentativa de "roubar" a identidade local do Concelho de Almada - e até a própria história -, fingindo não perceber que os almadenses não se envergonham do seu passado, das suas raízes operárias e associativas. 

Claro que acho muito bem que se aproveitem as potencialidades da nossa localização geográfica, do "boom" do turismo, mas sem termos de ser, necessariamente, uma "Mini Lisboa". 

Será que não podemos fazer todo esse aproveitamento e continuarmos a ser Almada?

Quando a presidente diz: «Quando chegamos de cacilheiro a Cacilhas, pomos os pés em terra e deixamos de ver Lisboa. Há uma espécie de muro, de muralha de aço [risos]. Não faz sentido sermos o município da resistência. Os próprios almadenses sentiam um desfasamento entre as potencialidades de Almada e a realidade. Tem de haver outra dinâmica.» Também sorrio.

Acho alguma graça a esta caracterização (muito perto da fabulação...). Talvez por nunca ter encontrado nenhum muro, muito menos uma muralha no Largo. 

Encontro sim, um largo feio e pouco agradável para quem chega, sim (desde sempre...), embora perceba que a maior parte das pessoas que chegam do cacilheiro são habitantes da Margem Sul (esquecendo as horas mortas...) que querem apanhar os autocarros e o metro, para chegarem o mais rapidamente a casa... Ou seja, afastar os transportes do Largo, será um problema para toda aquela gente...

Mas basta andar uns metros em direcção ao Farol e apreciar o Tejo que chega a Lisboa (há bancos e tudo para nos sentarmos...).

Há uma outra frase, que diz muito da presidente: «Almada tem de sair do estado de bela adormecida e acordar para todo um fervilhar que existe na Área Metropolitana de Lisboa, assumindo a sua centralidade, tendo um espaço público mais qualificado, sendo um município de referência a nível universitário e criando um conjunto com a capital. Somos dois municípios que se olham nos olhos. Encaramo-nos de frente.»

No meu olhar, descubro uma lisboeta estrangeirada, apostada (são suas as palavras...) em criar um conjunto com a Capital. Isso explica em parte a aposta de tantos lisboetas em lugares-chave da Autarquia, em detrimento de almadenses. E explica também algum cosmopolitismo, que tem pouco a ver com a realidade do Concelho.

Acredito que a presidente ainda vai perceber que as coisas não mudam apenas por "decreto", ou porque achamos que estamos certos e os outros estão todos errados...

(Fotografia de Luís Eme - o Largo de Cacilhas, sem qualquer muro ou muralha, o Tejo está logo ali, a dizer-nos olá...)

quinta-feira, março 07, 2019

Regras Ambientais Diferentes em Almada...


No sábado o meu filho andou a cortar alguns ramos da nespereira da avó. Passei por lá no fim e ajudei a arrumar num canto do quintal o que se cortara, contrariando a ideia e vontade de colocar tudo junto aos contentores do lixo. Disponibilizei-me a contactar a União de Juntas de Almada, para depois recolherem o "lixo verde" do quintal e não no passeio, em nome das regras de higiene e civismo.

Quando contactei telefonicamente a Junta para a "recolha", acabei por ser surpreendido, pela negativa, para variar. O funcionário que me atendeu disse que a União de Juntas não fazia recolhas em quintais e aconselhou-lhe a ir colocando, ao cair da noite, os ramos da nespereira, junto ao contentor do lixo, que depois seriam recolhidos durante a manhã.

Como se costume dizer "quem manda pode" e mesmo a contragosto, lá colocámos as folhas e os bocados de troncos junto ao contentor mais próximo.

Curiosamente, hoje acabei por achar piada a este placard informativo do Município, que até fala de "coimas", para quem deixar "monos" e outro lixo, junto aos contentores...

Parece-me que era boa ideia, que se entendessem sobre este assunto. Não faz qualquer sentido que o Município diga uma coisa e a União de Juntas outra... Até porque estou de acordo com o placard informativo, quero uma Almada mais limpa...

(Fotografia de Luís Eme)

sábado, março 02, 2019

A Festa das Artes da SCALA continua Especial...


A Festa das Artes da SCALA foi inaugurada hoje à tarde.

Foi bem reencontrar vários amigos, conversar e olhar as suas obras. Perceber que 25 anos depois, a SCALA continua a cumprir alguns dos objectivos a que se propôs.

E é sempre bom descobrir que continua a aparecer gente nova, a expor pela primeira vez, na nossa Festa...

A exposição pode ser visitada até ao dia 17 de Março, na Oficina de Cultura de Almada.

(Fotografia de Luís Eme)