sábado, agosto 26, 2017

Alexandre Castanheira Festeja 90 Anos

Alexandre Castanheira faz hoje 90 anos (embora só tenha sido registado a 28 Fevereiro de 1927...). 

Resistente antifascista, poeta, ensaísta, professor e grande figura da cultura almadense, tem sido um bom companheiro nas inúmeras jornadas culturais em que participámos, e também em alguns encontros de café.

A última em que participámos juntos num evento foi a 6 Maio, na nossa Incrível, quando moderei o colóquio, "A Incrível na História da Resistência em Almada" (a fotografia de Fernando Viana que publicamos é deste encontro), em que foi um dos convidados.

Em sua homenagem publico um dos poemas que lhe dediquei:

O Outono do Adeus
  
As árvores despiam-se
As folhas despediam-se

Tu estavas diferente,
Já não conseguias
Enganar o coração.
Muita coisa mudara
Com e sem distanciação

A tua vida soprava ao vento,
Sonhos, poemas e ilusões

No fundo de ti
O Partido deixara de estar
Acima da família

A tua filha, a tua companheira
Simbolizavam, cada vez mais,
A tua Liberdade

Querias sair da clandestinidade
Querias ser cidadão
A tempo inteiro
Em qualquer cidade...

Luís [Alves] Milheiro


quinta-feira, agosto 24, 2017

Homens e Espelhos Quase Vazios...

Muitos anos depois da primeira eleição, eles continuam a ocupar o espaço que já devia ser há muito de rapazes e raparigas mais novos, mais inteligentes, mais cultos, e sobretudo, mais competentes.

Mas só o lugar de presidente do executivo é que foi limitado... vereadores e afins, podem continuar a caminhar, sorridentes, até à quase "eternidade".

Uma boa parte deles continua a pensar que basta assinar uns papeis que lhes surgem na secretária, impregnados do perfume das funcionárias, escolhidas a dedo. E depois é sorrir muito, dar umas larachas popularuchas aos homens e umas graças charmosas às mulheres, contar umas anedotas nas reuniões dos executivos e pronto, está o dia, o ano, e o mandato, ganho.

Podemos fingir que a culpa é de alguns dos espelhos onde eles se olham diariamente. Mas a questão é muito mais profunda, além de não fazerem "autocrítica" há muito tempo, tornaram-se "lapas" e fingem-se insubstituíveis nas listas dos seus "mais que tudo", por que não conseguem sobreviver sem aquele poder, por mais insignificante que seja, de vereador do lixo da câmara a vogal dos mercados da junta...

(Óleo de Ralph Hedley)

quarta-feira, agosto 23, 2017

Uma Janela com Quase Tudo...

Neste Verão de temperaturas acima dos trinta graus, uma janela como esta, pintada pela Karen Hollingsworth, tem quase tudo...

Um mar com ondas, um vento que faz dançar as cortinas, um livro aberto, onde se pode partir e chegar a qualquer lugar...

domingo, agosto 13, 2017

Não há Pés para Tantos Tiros...

A oposição em Almada usa "armas" que só parecem ser usadas por quem não conhece a cidade.

Esta série de cartazes foi capaz de dizer coisas, daquelas que até fazem pensar: «será que eles querem mesmo dizer isto?» Ou pior ainda: «eles não têm mais nada para nos dizer?»

Será que eles querem chamar às pessoas "lixo"? É que há bastante tempo que não notava as ruas de Almada tão limpas. Nem mesmo os contentores tem sido transformados em lixeiras a céu aberto como noutros tempos de má memória...

Será que a oposição só sabe falar aos almadenses de coisas pequeninas, ignorando os verdadeiros problemas da cidade?

(Fotografia de Luís Eme)

terça-feira, agosto 08, 2017

A Ilusão da Igualdade e os "Maluquinhos" de Almada...


Fiz algumas contas de cabeça e descobri que já vivo há trinta anos e alguns meses em Almada.

Embora nos primeiros anos esta cidade tenha sido essencialmente um "dormitório". Os amigos, os filmes e os amores moravam no lado de lá do rio...

Só no final de 1990 é que se dá uma pequena aproximação à Almada e à sua história (graças a Romeu Correia...).

Mas antes já tinha reparado em alguns pormenores que faziam de Almada uma cidade diferente de outras que conhecia (como a Cidade onde cresci e vivi toda a adolescência...). As pessoas eram mais iguais que noutros lados e não procuravam esconder as suas "feridas". Foi por isso que nos primeiros tempos tive a sensação que havia mais "maluquinhos" em Almada que noutras terras. Mais tarde percebi que o que acontecia era que uma boa parte dos seus habitantes não fechavam em casa os seus familiares com deficiências. Aceitavam-nos e passeavam com eles, e outros já crescidos, calmos e com mais autonomia, até andavam pelas ruas sozinhos...

Trinta anos depois já não noto todas essas diferenças nem descubro tantos "maluquinhos" nas ruas. Às vezes penso que as pessoas se aburguesaram e copiaram os hábitos sociais de outras terras, deixando esta Cidade mais desigual. 

Mas talvez sejam apenas os meus olhos. Podem estar a ficar mais baços e  já não conseguem ver a "cidade nua" à janela...

(Óleo de David Mcclure)

segunda-feira, agosto 07, 2017

"A Minha Rua Direita" de Orlando Laranjeiro


Uma prenda especial, para uma pessoa especial, num dia especial.

É apenas uma das muitas coisas bonitas que o Orlando escreveu sobre a sua Almada e que eu organizei com todo o gosto...

domingo, agosto 06, 2017

O "Repuxo" de Cara Lavada

Nem todos os empresários percebem que é preciso de vez em quando mudar qualquer coisa, para refrescar os olhares dos frequentadores habituais e principalmente dos outros, que é preciso conquistar...

Os donos do café que frequento perceberam isso e vai de "lavar a cara", dar um outro ar, para dar descanso aos olhos de quem por ali passa.

Ontem entrei e sentei-me à espera do café. Estava um pouco receoso. O Chave de Ouro, o Delta e o Nicola são os meus cafés favoritos. Agora era tempo do Sical, que nem sempre me sabe bem...

Mas depois de saborear a bica que o Manel me trouxe, disse-lhe que me soube bem, mas estava apreensivo. Ele sorriu, mas agora quem mais ordena é esta marca, que deve ter contribuído de uma forma generosa nesta mudança...

(Fotografia de Luís Eme)

sexta-feira, agosto 04, 2017

Uma Parede Apetecida


Na praça Gil Vicente há uma parede quase anexa à Escola Cacilhas-Tejo, propriedade da Junta de Freguesia de Cacilhas (e companhia...), que já vai na sua terceira pintura de "arte de rua".


Desta vez apanhei os artistas em flagrante (na segunda-feira). Gostei do que vi, apesar da temática ser algo sinistra, com cores escuras e um ar fantasmagórico.

(Fotografias de Luís Eme)