terça-feira, junho 17, 2025

Ficamos sempre mais pobres, mesmo sem nos apercebermos...


Embora Almada seja uma cidade grande, é quase uma "aldeia" no campo cultural.

É por isso que quando nos deixam duas pessoas num curto espaço de tempo (uma semana...), ligadas ao mundo dos livros, perguntamos, por onde andámos, que nunca tivemos "tempo" para ter uma simples conversa (ao telefone não conta...) com elas...

Falo de Armindo Reis e Teresa Rita Lopes, professores, escritores e poetas... O homem esguio que gostava de escrever para crianças e a mulher de olhos cor de mar, que viveu sempre apaixonada por Pessoa.

Se com a Teresa Rita só falei, uma vez, ao telefone, com o Armindo, começámo-nos a cumprimentar há menos de um ano, de uma forma simpática, por almoçarmos às segundas no mesmo restaurante e termos um ou outro amigo em comum...

Não foi por nos deixarem que passaram a ser boas pessoas ou melhores escritores. Até porque nos deixaram os seus livros para os revisitarmos... Mas não deixa de ser estranho, que tenhamos vivido na mesma cidade e tenhamos passado a vida a percorrer ruas diferentes...

Nota: texto publicado inicialmente no "Largo da Memória".

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


sexta-feira, junho 13, 2025

Depois do abandono veio a arte (quase do disfarce...)


Apesar da "criatividade" de alguém (um bom "idiota" diga-se de passagem...), que quis transformar as piscinas municipais de São Paulo numa "galeria de arte", no final de mais um mandato socialista, não me parece suficiente para esconder o abandono de mais de uma década da única piscina da Cidade...

Aliás, a degradação das instalações é tal, que parece que as piscinas são muito mais velhas, em idade e em abandono... 

Sim, durante oito anos, o PS e o seu companheiro de coligação (PSD) fizeram de conta que não existiam as duas piscinas, tal como fizeram com tantas outras coisas. 

Mas não há nada como a "inovação", especialmente quando se aproximam eleições, para transformar um antigo espaço de desporto e lazer, numa singular galeria de arte...

Vinha para casa a pensar, se só eu é que achava aquela ideia ligeiramente, estapafúrdia, apesar do ar "pós-moderno" da operação de "transformismo"... E não é que, ao passar pela Rua Capitão Leitão, descubro um sinal (bem visível, diga-se de passagem) de protesto, no Centro de Trabalho do PCP.

É a oposição a acordar de um sono de quase quatro anos...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


quinta-feira, junho 12, 2025

A Piscina "artística" de Almada...


Soube da "transformação" das antigas piscinas da Academia Almadense em galeria de arte, pelos jornais.

Fiquei surpreendido pelas notícias que fui lendo e quis ver o que realmente se passava lá para os lados do São Paulo de Almada. 

Foi por isso que esta tarde passei por lá.

Afinal, as piscinas continuam a ser piscinas (muito degradadas, diga-se de passagem...), sem água e com as paredes ocupadas pela obra gráfica de um artista angolano (cartazes simbólicos), sobre as guerras de Angola, com a companhia de música também das áfricas.


Tenho mais coisas a dizer sobre esta temática, com menos arte, diga-se de passagem. 

Fica para amanhã...

(Fotografias de Luís Eme - Almada)


domingo, maio 25, 2025

Uma Exposição de Abril Extraordinária


Hoje de manhã, ao som dos motores que aceleravam nas velhas instalações da Lisnave, olhava com olhos de ver para a exposição de fotografia, "Venham Mais Cinco", que é nada mais nada menos que o olhar de vários fotógrafos estrangeiros (dos bons) sobre a Revolução de Abril e os dias quentes que se seguiram. 

Esta mostra de fotografia está patente num dos espaços das instalações do "Arco Ribeirinho do Sul" (ao lado da Escola Profissional da Lisnave...) e não no interior da Lisnave.


Posso dizer, desde já, que é  uma das melhores exposições sobre a Revolução de Abril e o PREC que tenho visto (e já vi muitas....). A variedade e qualidade dos olhares dos fotógrafos conseguiu captar algumas imagens com uma beleza muito singular, graças aos sorrisos e poses espontâneas de muitos dos "actores" retratados e também aos acontecimentos que retrata.

É uma exposição a não perder, por todos aqueles que se identificam e gostam de Abril. E está à nossa espera até ao dia 24 de Agosto...

(Fotografias de Luís Eme - Margueira)


domingo, maio 18, 2025

O Ginjal hoje já é uma coisa diferente


Com as terraplanagens que se estão a fazer nos velhos armazéns ao longo do Cais do Ginjal, notam-se as mudanças, já é uma coisa diferente.

Há a esperança de que se avance, que depois de se destruir, se construa, que se dê uma nova vida e um novo rumo, a um dos lugares mais aprazíveis da "Outra Banda" (tem mais significado histórico que "Margem Esquerda"), graças ao Tejo...

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)


sábado, maio 10, 2025

"Diferentes de Todas as Outras"


Não fui à inauguração, no fim da tarde de quinta feira. E fiz bem.

Foi muito melhor visitar o Convento dos Capuchos na sexta feira de manhã e ter todo aquele espaço só para mim (pode parecer egoísta, mas adoro visitar exposições das quais sou o único visitante...) e ver se esta mostra de arte era mesmo: "Diferentes de Todas as Outras" (o título estranha-se mais depois "entranha-se"...).


Embora esperasse uma exposição maior, com mais obras, gostei sobretudo da homenagem que é feita ao grande Manuel Cargaleiro (o principal responsável pelas exposições de artes plásticas que se realizaram no Convento dos Capuchos entre 1955 e 1961), que por questões políticas, não teve o tratamento que merecia em Almada, nos tempos da governação da CDU (isso explica que não exista um único espaço museológico no Concelho onde sempre viveu e sim no Seixal e em Castelo Branco...).

(Fotografias de Luís Eme - Monte de Caparica)

Nota: texto publicado inicialmente no "Largo da Memória".


quarta-feira, abril 30, 2025

Homenagem a Mário Araújo


Mário Araújo, uma das grandes figuras do Movimento Associativismo e da História da Resistência de Almada, vai ser homenageado na tarde de 4 de Maio (domingo), na Academia Almadense (cinema velho).

Quem já privou com o Mário, sabe o quanto ele preza a solidariedade, a igualdade e a fraternidade. Está sempre disponível para os outros, imbuído num espírito colectivo cada vez mais raro, que pede meças a este tempo estranho, onde o "eu" quer ser quem mais ordena.


domingo, abril 27, 2025

A Incrível continua a fazer a diferença em Almada


É um orgulho sentir, que mesmo nestes tempos, difíceis e complexos, para todas as coisas que tenham como forma de expressão, o colectivismo, a Incrível Almadense, continua a querer, e a ser, diferente, mantendo-se fiel às suas raízes de resistência popular e democrática.

Apesar de não sermos muitos, todos os que participámos na "Tertúlia de Abril", que se realizou ontem na sede social da "Catedral do Associativismo Almadense", saímos de lá mais ricos, porque surge sempre algo de novo nos testemunhos da Gente de Abril que viveu intensamente o antes e o depois da Revolução.

Voltei a ter dificuldades em moderar, porque as palavras ditas eram demasiado importantes para serem "cortadas" a meio. Sabia que qualquer um dos convidados, poderia estar a tarde toda a contar os episódios que viveu, como agente activo ou como simples observador.

E é por isso que foi um prazer imenso passar a tarde de ontem na companhia de Mário Araújo, Joaquim Judas, Luísa Ramos,  José Manuel Maia, António Matos, e também, de uma plateia interessada pela história recente do nosso país, na nossa Incrível.


quinta-feira, abril 24, 2025

Tertúlia de Abril na Incrível


Na tarde de 26 de Abril a Incrível Almadense quer ouvir contar histórias de Abril, através do testemunho das "Gentes de Abril" da nossa Cidade, num ambiente tertuliano.

Nestas conversas, com e em Abril, há sempre alguma coisa de novo que fica, sobre a história do nosso país, da nossa cidade e das nossas gentes...

Se puderem apareçam. 


segunda-feira, abril 21, 2025

As Portas que Fecham o Ginjal...


O Ginjal está "interdito".


Estas são as "portas" e as "paredes" que fecham o Cais a todos aqueles que gostam de caminhar e conversar com o Tejo...

Pelo habitual ritmo das obras oficiais na Margem Sul, esta "proibição" promete ser por muito tempo.

(Fotografias de Luís Eme - Ginjal)


sábado, abril 19, 2025

"Hoje foi dia do Ginjal ser notícia de televisão e de jornal"


Quem como eu conhece o Ginjal há quase quarenta anos, sabe que todos os problemas de degradação do cais e dos velhos armazéns, não se resolvem apenas com a colocação de placas de xis em xis metros de "perigo de derrocada", como foi feito, pelo menos nos últimos 15 anos, pelo Município.

Também é mentira que existam pessoas que vivem no Ginjal há trinta anos, como disseram na televisão. Lembro-me de quando saíram os últimos moradores, em que havia a expectativa do começo da obras (andaram por lá máquinas a terraplanarem alguns dos armazéns em pior estado, mais próximos da arriba...). Foi há já mais de dez anos.

Sei que entretanto foram passando várias "tribos" pelo Ginjal, desde os romenos, profissionais da mendicidade, em toda a área metropolitana de Lisboa, que depois se mudaram para o Caramujo, até aos migrantes africanos (muito deles devem estar em situação ilegal....) que foram ocupando o "prédio azul" e também as antigas instalações do Clube Náutico de Almada, que transformaram quase em "área comercial" , durante e depois da pandemia...

O curioso, é que neste espaço de tempo, não houve qualquer tentativa de expulsar estas pessoas, que viviam em condições de habitabilidade precárias e a espreitar o perigo, diariamente.

Até que chegou o dia de hoje...

E agora, à boa maneira portuguesa, existe um corrupio de "moradores", que dizem viver ali "desde sempre", e que para variar, querem que a Autarquia lhes dê uma casa.

E o Cais do Ginjal vai ficar uns tempos (certamente longos, pelo andar das obras em Almada) "fechado para obras", porque começa a ficar intransitável...

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)

Nota: Texto publicado inicialmente no "Largo da Memória" (10 de Abril).


quinta-feira, abril 10, 2025

"Misturas" - cores e olhares

 


Esta é uma exposição de fotografia, quase antológica. Deve ter sido por isso que escrevi estas palavras:

«Sei que cada vez tenho mais dificuldade em escolher fotografias para exposições.
Talvez tire fotografias a mais… E depois fique meio perdido com a diversidade do mundo que nos cerca. Também podem ser as cores. Ou então, é apenas a inconstância do meu olhar…
Esta é capaz de ser a melhor explicação para estas MISTURAS, que são isso mesmo, quase que podiam ser três exposições dentro de uma.
Sei também que podiam ser muitas outras coisas, podiam ficar presas a um tema.
Mas para quê?»

É inaugurada no sábado, em Almada.


quinta-feira, março 20, 2025

Coincidências quase felizes...


Claro que pode, e deve, ter se tratado apenas de uma coincidência quase feliz (este quase tem a ver com a forma atabalhuada como se resolveu o problema, enchendo o buraco com cimento...).

Mesmo que eu saiba que o "Casario" é lido, mesmo que de relance, pelos poderes e pelas oposições (às vezes ficam com as "orelhas a arder")...

Mas o que é certo é que o "buraco" de uma das passadeiras da Praça Gil Vicente, já foi tapado e ficou menos perigoso para todos. Ponto final.

(Fotografia de Luís Eme - Almada)