terça-feira, janeiro 31, 2023

Um Trinta e um de Janeiro ainda bem vivo em Almada...


As principais artérias de Almada ainda cheiram à "Primeira República" e ao "31 de Janeiro" (de 1891).

E tudo começa em Cacilhas, na Rua Cândido dos Reis... algumas centenas de metros à frente podemos subir pela Rua Elias Garcia, que nos leva até ao coração de Almada, à Rua Capitão Leitão (um dos heróis do 31 de Janeiro...), que apesar do passar dos anos, continua a ser a via mais emblemática da Cidade.

Mas não nos ficamos por aqui. Na chamada "Almada Velha" (em redor da rua Capitão Leitão), encontramos também a rua e a travessa Henriques Nogueira (o ideólogo republicano), mas também as ruas Heliodoro Salgado, Latino Coelho, José Fontana ou Rodrigues de Freitas.

São todas ruas centenárias, que continuam a honrar a República e os Republicanos.

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


sexta-feira, janeiro 20, 2023

"A Avenida Central e Histórica da Nossa Terra"


Poucas pessoas conseguiram expressar o seu amor por Almada e pelo Associativismo Popular, através de palavras, como o Orlando Laranjeiro. Tem poemas muito bonitos e sentidos, mas também muita prosa. A sua "Rua Direita" (Rua Capitão Leitão), está sempre presente, como neste pequeno texto onde recorda a importância do Associativismo na vida dos Almadenses:

«Embora já, com grande dificuldade, ainda me consigo deslocar até à minha velha Rua Direita, que foi a Avenida central e histórica da nossa Terra, onde passearam e viveram muitos dos grandes vultos Almadenses.
Avenida onde funcionaram e ainda funcionam, embora de maneira mais lenta, as suas velhas “Universidades,” reconhecidas como Colectividades de Cultura e Recreio. Quanto a mim, as mais importantes. Mas também por lá nasceram, moraram e ainda moram, outras agremiações, tais como: Associação de Socorros Mútuos, Almada Atlético Clube, Clube campismo de Almada, e Associação Amigos da Cidade de Almada, que também contribuíram e têm contribuído de maneira empenhada, para o nível Associativo, cultural e cívico, que constituiu, e de certo modo, ainda constitui, o ADN de 
grande parte dos Almadenses.»


(Fotografia de Luís Eme - Almada)


quarta-feira, janeiro 18, 2023

Mais um Grande Amigo que nos Deixa...


Não quero transformar o "Casario" num obituário, mas não posso deixar de prestar aqui, a minha homenagem a um dos meus grandes Amigos e um excelente Mestre da história e das histórias de Almada, que nos deixou hoje.

Falo de Orlando Laranjeiro, que foi um dos grandes associativistas do concelho de Almada do século vinte (fez um trabalho notável na Incrível Almadense), um desportista de grande valor (atleta internacional de andebol e treinador vice-campeão nacional com as cores do seu Almada), mas sobretudo, um homem de grande carácter e dignidade.

E como ele gostava de estar com os amigos... Foi por isso que ajudou a criar várias tertúlias e jornadas de convívio, que também serviram para homenagear grandes figuras de Almada.

Embora não gostasse de ser tratado como poeta ou escritor, também nos deixa uma obra de grande valia no contexto local, com três livros ("Almada, Terra Coragem"; "Deixem-me ser Quem Sou!" e "Almada nas Asas do Sonho") que dizem muito sobre a personalidade deste homem solidário, amante da verdade e extremamente sensível, em relação à história da sua Terra e também às questões sociais que nos rodeiam. 

Não era por acaso que, algumas das coisas que mais o incomodavam nos seus últimos tempos era o crescimento do egoísmo, do individualismo e do populismo (que trazia quase colada a extrema-direita...).

A melhor maneira de fechar este pequeno texto, é recorrer à parte final do prefácio que escrevi do seu terceiro livro: "Nunca é demais agradecer-te, Orlando, por seres um gigante no Amor, na Amizade e na Solidariedade!"

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


domingo, janeiro 08, 2023

O Adeus de Carlos Guilherme (1941-2023)


Carlos Guilherme Sanches de Almeida, além de ter sido um dos "Capitães de Abril", foi um grande associativista almadense, fazendo jus à herança familiar deixada pelo seu pai, António Henriques, o grande historiador da Incrível Almadense.

Foi também a Incrível que nos aproximou e fez com que, além de nos tornarmos amigos, fossemos também os "pais" de várias iniciativas culturais, inclusive  a co-autoria de dois livros ("A Incrível e a Poesia Através dos Tempos, 1884-2012)" e "António Henriques, O Associativista e o Historiador de Almada e das suas Colectividades, 1915-2015").

Além dos habituais convívios com os seus antigas camaradas de armas na "Associação 25 de Abril", ajudou a fundar a "Tertúlia do bacalhau com grão" no restaurante Olivença (com o Chico, o Orlando e comigo), em Almada, onde durante alguns anos nos reunimos, semanalmente. Nesta tertúlia de amizade, aberta a outros bons amigos - que chegaram  a ser uma dúzia -, falávamos de tudo o que nos apetecia, com a Incrível e a História de Almada sempre presentes (e falamos...), o Carlos, com alguma ironia, gostava de afirmar que "nunca se dizia mal de ninguém".

Infelizmente, devido a problemas de saúde foi forçado a deixar este nosso convívio.

E hoje recebemos a triste notícia do seu adeus...

Sobra a saudade e a memória, capaz de "manter vivos" tantos momentos inesquecíveis, passados na companhia do Carlos e de outros amigos...

(Fotografia de João Miguel - Almada)