domingo, outubro 31, 2010

Náufragos Dão à Costa


Com o mau tempo no canal, o Estuário do Tejo transforma-se num oceano e surgem
muitos "náufragos" nas praias do Ginjal...
Foi assim, de manhã, nas praias das Lavadeiras e da Fonte da Pipa.

quinta-feira, outubro 28, 2010

Mais Vestígios...

Enquanto as coisas não caem de velhas, no Ginjal, ainda é possível fazer registos de placas e de velhas informações.

Neste caso particular, o "28", não é autocarro que eu apanhava para Belém, no começo da década de oitenta, é a entrada da "copenave", uma cooperativa que abastecia os bacalhoeiros de tudo o que era necessário, para as suas viagens pelos mares da "Terra Nova", durante seis longos meses...

quarta-feira, outubro 27, 2010

Vestígios da SNAPB no Ginjal

Esta fotografia oferece-nos um bom exemplo dos vestígios industriais que ainda encontramos no Ginjal.
Este era um dos cais de embarque e desembarque da Sociedade Nacional de Armadores da Pesca do Bacalhau (SNAPB), que ocupou uma parte significativa do Ginjal, do final dos anos trinta até à década de setenta do século passado.

quinta-feira, outubro 21, 2010

"O Efeito Saramago"

Quem disse que os homens não falam de amor?

O último "post" deu que falar e de que maneira, ao ponto de ter vindo para a mesa, o agora chamado, "efeito saramago".

Afinal parece que todas as idades são boas para as pessoas se apaixonarem, mesmo depois dos cinquenta ou sessenta.

Os homens então são óptimos a "apaixonarem-se" por mulheres com metade da idade. E elas também, a apaixonarem-se por alguém com o dobro da idade. As mulheres dizem sempre que gostam da maturidade, do charme dos cabelos brancos. Nunca falam da flacidez do corpo nem da "carteira cheia", que é sempre o principal conforto para se viver "apaixonadamente" a tal vida quase de sonho, onde não pode faltar um casarão, um bom carro e um cartão de crédito quase ilimitado...

É mesmo assim, o "luxo" de casar de novo com uma "menina", com idade para ser nossa filha, tem o seu preço...

O mais curioso, foi quase todos sentirmos (mesmo que fosse a brincar...) alguma inveja de quem pode explorar ao máximo o tal "efeito saramago" e experimentar o "amor" com alguém com a "juventude" que já era...
O óleo é de Sally Storch.

quarta-feira, outubro 20, 2010

Definições Indefinidas...

«Ela é tudo aquilo que eu nunca quis.»

Desabafo de um amigo que explica em parte a inquietude, a surpresa, a incompreensão e a diferença que nos é oferecida pelo "amor-paixão".

Por muitas voltas que demos, a realidade é sempre diferente do sonho...
Na foto Sophie Marceau.

quarta-feira, outubro 13, 2010

Encontro no Cacilheiro

Encontrei no cacilheiro o mestre Eduardo Gageiro, que em boa hora veio até junto ao Tejo, à procura de inspiração para os seus "bonecos".

Conversámos um pouco, antes de ele aproveitar a viagem para cirandar de janela em janela, no interior da barca. Ainda me disse que há muito tempo que não atravessava o rio, e que andava em busca de imagens para um segundo volume do seu excelente trabalho, "Lisboa no Cais da Memória", desta vez com fotografias de 1975 a 2010.

Além das saudades do Tejo, das gaivotas e dos cacilheiros, disse-me que também queria saber quem eram as pessoas que hoje atravessam o rio.

Pois, olhando para o seu trabalho, percebe-se que o Eduardo Gageiro, gosta imenso de explorar a componente humana nas suas fotografias...

domingo, outubro 10, 2010

Intensamente

Se há algo difícil de explicar, é a poesia, toda, inclusive a da vida.

Sensibilidades, gostos, leituras e olhares diferentes, fazem toda a diferença...

Na quinta-feira foi lançado um caderninho de poemas da autoria de Anyana e Alberto Afonso, do qual escolhi uma parte de um poema de Alberto Afonso, que fala disso:

[...]

Como explicar a quem não o sinta,
A quem não o veja com o nosso olhar...
E possa sentir
O cheiro da maresia ou
A alegria das crianças esbracejando
Nas águas límpidas do rio,
Que nos transporta à nossa infância,
A lugares já desaparecidos
Que fervilhavam de humanidade e labuta,
Que só em sonho se conseguem vislumbrar!

[...]

Pois, há coisas que não se explicam, sentem-se...

terça-feira, outubro 05, 2010

Afonso Costa em Cacilhas

É provavelmente a personagem da 1ª República mais odiada, principalmente pelos sectores mais conservadores da nossa sociedade, mas não deixa de ser a que considero mais importante.
Claro que Afonso Costa cometeu vários erros, o principal terá sido a perseguição que fez à igreja, tendo sido o principal obreiro da "Lei da Separação do Estado e das Igrejas", na nova constituição de 1911. Também é criticado pela entrada de Portugal na Grande Guerra, mas esta foi uma posição inevitável, se não o tivéssemos feito, teríamos ficado com as colónias à mercê dos alemães, sem a protecção dos aliados.
Antes da implantação da República foi um dos deputados que mais se bateu contra os gastos da Casa Real, que recebia "adiantamentos" avultados, que não se coadunavam com as dificuldades económicas que o país atravessava. Este "atrevimento" valeu-lhe inclusive a "expulsão" do parlamento.
Excelente advogado e professor universitário (doutorou-se com a tese, "A Igreja e a Questão Social, em 1895), tinha ideias demasiado avançadas para o seu tempo.
Foi ministro da Justiça, presidente do Ministério e ministro das Finanças, onde realizou um bom trabalho, que só não resistiu à crise europeia provocada pela Grande Guerra, que fragilizou o velho continente, com maior incidência nos países mais fracos, como era o nosso caso (tal como sucede nos nossos dias...).
Anti-salazarista, Afonso Costa acabou por falecer em 1937, no exílio, em Paris.
Na imagem podemos ver Afonso Costa a chegar a Cacilhas em 1911, onde veio agradecer o apoio popular dos almadenses ao ideário Republicano.

segunda-feira, outubro 04, 2010

Vivas à República em Almada


Almada faz jus à sua situação geográfica, na Margem Esquerda do Tejo e sempre que pode antecipa-se às revoluções, foi assim a 23 de Junho de 1833 e também a 4 de Outubro de 1910. E se recuarmos mais algum tempo, em 1580 também vendeu cara a derrota aos espanhóis...

Voltando ao 4 de Outubro, de há exactamente cem anos, a presença de dois dirigentes republicanos e a acção dos agentes políticos locais, com realce para Bartolomeu Constantino, sapateiro de profissão e ainda mais revolucionário que os próprios republicanos, graças ao seu ideário, próximo do socialismo e do anarquismo, fizeram com que Almada se tornasse republicana, antes do tempo.

Bartolomeu Constantino tinha qualidade oratórias invulgares e foram as suas palavras, junto das fábricas, que conseguiram trazer para a rua cerca de oito mil operários, que percorreram as principais artérias de Almada, com vivas à República, e claro, com outros "mimos" muito menos agradáveis, em relação ao Rei, à Monarquia e à própria Igreja.

O cortejo revolucionário só parou em frente aos Paços do Concelho, ocupados pacificamente e onde se ergueu a Bandeira do Centro Republicano Capitão Leitão e se fizeram discursos inflamados pelas principais figuras da revolta.

O Castelo de Almada também foi ocupado, com a cumplicidade da guarnição, que viu ser içada a Bandeira do Centro Republicano Elias Garcia.

E mais uma vez se fez história em Almada, antes do tempo...

A ilustração mostra-nos Bartolomeu Constantino, que Romeu Correia apelidou de "Idealista sem Mácula" e cujo falecimento em 1916 foi um acontecimento nacional, com a presença de mais de vinte mil pessoas, tendo sido erguidas no Cemitério dos Prazeres oito tribunas para que usassem da palavra todos os oradores inscritos para lhe prestarem homenagem. O cortejo fúnebre contou ainda com a presença de três bandas filarmónicas: a Academia Verdi, de Lisboa e a S.F.U.A. Piedense e a Academia Almadense, de Almada.

sábado, outubro 02, 2010

Biografia de Oliveira Feijão

Hoje, às 16 horas, vou apresentar o livro, "Oliveira Feijão, Cacilhense Ilustre", da autoria do escritor almadense, Victor Aparício.

O lançamento será feito no Centro Municipal de Turismo, em Cacilhas.

Estou a falar da biografia de um dos médicos e professores mais importantes do final do século XIX, tendo inclusive sido deputado às cortes, no princípio do século XX.

Oliveira Feijão além de todo este seu percurso, tem a particularidade de ter nascido na Margueira, em Cacilhas.

A obra é editada pela Junta de Freguesia Local, com o apoio da SCALA.