Hoje comemora-se o Dia Internacional Contra a Violência Doméstica.
A Kalinka lançou-me o desafio de colocar um "post" sobre este tema, que nos devia envergonhar a todos, cidadãos do século XXI.
Os números divulgados pela UMAR são elucidativos e mostram-nos mais uma "realidade quase escondida" neste nosso país, com tantas bestas humanas: 20.595 casos denunciados; 39 casos que acabaram em homicídio e 43 em tentativas goradas.
É preciso dizer, alto e a bom som, «Basta!», que ninguém é propriedade de ninguém, todos nós temos os mesmos direitos, independentemente do sexo, da raça ou da idade.
O óleo é de Edward Hopper...
14 comentários:
Completamente de acordo contigo, Luís. Acrescento só "credo político e religião"....
... porque nestas coisas de religião ainda é tão complicado...
Bom resto de Domingo
Abraço
Basta....
Mas cada vez há mais casos e não se compreende porquê.
Boa semana.
Beijitos
É um tema do qual me é difícil falar, por tantas coisas...
Fica bem
Ana Paula
Já agora aproveito para te dizer que as pessoas de Alpiarça são realmente alpiarcenses.
Bem lembrada a data, Luís.
Muitas vezes, aquilo que nos é externo, faz-nos achar que não existe.
Outras, refugiamo-nos em clichés estilo “entre marido e mulher não se mete a colher” ou “é assim, mas não é má pessoa”... e o resultado está à vista: os números de agressão no seio doméstico são dramáticos.
Que não nos esqueçamos que silenciar violência torna-nos cúmplices – hoje a violência doméstica já é um crime público, pelo que cabe-nos, enquanto cidadãos, alertar as autoridades para os casos que possamos presenciar.
Importa ainda realçar que temos muitas vezes o preconceito de que este tipo de violência ocorre nos lares mais desfavorecidos e, consequentemente, mais retrógradas. Acontece que se antes assim se podia generalizar, hoje é impensável, uma vez que - garante-me quem lida com estas problemáticas - se verificam cada vez mais casos na classe média-alta.
Mas o que é, afinal "violência doméstica"?
E o que tem a dizer sobre este assunto uma organização que se chama Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV)?.
Quais são os critérios da APAV para a avaliar? E, já agora, o que faz a APAV quando alguém se queixa?
Eu já lá fui, à APAV, porque também fui vítima de muito tipo de violência, por parte da minha família, em casa (ou expulsando-me de casa...).
Isso é ou não "violência doméstica"?
Expliquei o caso, e concederam-me uma conversa (longa, é verdade) com uma psicóloga. Ora, eu não preciso de "falar": preciso sim de justiça.
A APAV não fez nada. Se têm juristas, eu não os vi. Aconselharam-me a ir apresentar queixa no tribunal.
Ora bolas! Isso já eu sei! O que queria era aconselhamento jurídico. Que não me foi dado!
Será que precisava de aparecer lá com nódoas negras? Ou a sangrar? Ou (como já me aconteceu) sem um sítio para passar a noite? (Mas nesse caso, também não tinha dinheiro para ir a Lisboa, porque uso transportes públicos...).
Como é?
(Desculpa, Luís, ter-me desviado do assunto do teu "post"; mas, se não falasse nisto, ainda me dava uma coisinha má...)
Vitorino
Antes de mais nada, te agradeço muito pelo post.
É um flagelo! No Brasil, pelo menos no Rio temos um número de telefone, o 180, que é a Central de Atendimento à Mulher. Temos ainda, a Lei nº11.340, que ficou conhecida pelo nome de uma de suas vítimas (Lei Maria da Penha) e através dela (da lei), ficou estabelecido como uma violação de direitos humanos. Também temos as Delegacias das Mulheres, porque nem sempre os policiais homens tinham a sensibilidade de lidar bem com o assunto. Muito bem! Só que falta muito ainda. Casas de apoio às vítimas, etc.
Há vários fatores que levam um homem a ter esse tipo de comportamento e que está relacionado com a sua própria infância e há também uma mentalidade cultural por parte das mulheres ainda destorcida quanto ao seu próprio papel num relacionamento, e que independe de seu nível intelectual, social e cultural. Enfim...precisamos continuar falando e pensando no assunto para que no futuro, isso não mais aconteça.
Beijo
deixo-te um beijo. Estou contigo. contra qualquer tipo de violência.
Estou de acordo contigo, Maria.
Essa é a questão mais pertinente, Ana.
Deviamos evoluir de todas as formas, mas parece que não, há por aí muitas bestas na sombra...
É difícil para todos, pela sua complexidade, e ainda mais para as vitimas, Ana Paula.
Por isso é que só denunciam a violência em casos extremos...
O pior que se pode fazer é silenciar estes casos, como muito bem dizes, Dulce.
E a generalização também não é compreensível...
Fizeste bem pessoalizar o teu caso, Vitorino.
Por duas razões: porque a violência doméstica não tem como alvo apenas as mulheres, e também porque há organizações e instituições que não cumprem o seu papel no terreno. Por isso é que existem tantos casos de violência nos lares portugueses...
Tens toda a razão, Cris, ainda há mulheres que aceitam ser propriedade de homens e tratadas como objectos.
As mentalidades têm de mudar.
Estamos todos, Sophia-Mar.
E o mundo só tinha a ganhar...
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