quarta-feira, setembro 16, 2009

Comerciantes de Almada na Rua

Soube hoje, numa loja de Almada, que está agendada para amanhã uma manifestação dos comerciantes, em frente aos Paços do Concelho.

Sinceramente, penso que é a altura ideal para este tipo de manifestações. É a altura ideal para a população confrontar todos os governantes sem espírito de "pagadores de promessas". Porque as eleições estão à porta...
A CDU local queixa-se que há aproveitamentos da oposição em relação a este descontentamento. E queixa-se bem. Só se a oposição fosse composta por "anjinhos" é que não aproveitava todo este mau estar que reina no comércio citadino.
A realidade é esta: as alterações do trânsito roubaram ainda mais gente à cidade. Infelizmente, as pessoas são cada vez mais "reféns" do automóvel, e como não têm lugar para estacionar no centro de Almada, fogem e fazem as compras no "Almada Fórum".
Não devemos, nem pudemos, continuar a "esconder o sol pela peneira". A Cidade está cada vez mais vazia de pessoas. A maior parte dos habitantes da cidade têm mais de sessenta anos. A cidade tem de se abrir aos jovens, tem de criar condições para a sua fixação, só assim terá futuro.
A não ser que os governantes queiram ser "donos" de uma "cidade fantasma"...
Adenda: A manifestação é na Avenida Nuno Álvares Pereira, junto aos edifícios do Município, às 10 horas da manhã.

4 comentários:

Rosa dos Ventos disse...

Isto está a acontecer em muitas cidades!
Os poucos estacionamentos são caros,enchem tudo de betão, enquanto as "catedrais do consumo", que nascem como cogumelos, têm parqueamento gratuito.

Abraço

PreDatado disse...

Oh Luís desculpe eu discordar de si na questão do estacionamento. Se o parque de estacionamento que existe no Largo S. João Baptista que tem o 2º piso diariamente às moscas não é centro de Almada e se o estacionamento do parque do Largo do Tribunal não é centro de Almada então o que é centro? O estacionamento que existia e se perdeu no troço que agora é considerado pedonal, entre o Lg S. João Baptista e a esquina do Nevada e metade da Luís de Queirós era mínimo. Só por razões obviamente políticas é que os comerciantes fazem esta algazarra. Ou você acha que o Venâncio perdeu clientes por causa da mobilidade? Eu já fui, durante muitos anos cliente do Venâncio e de outras alfaiatarias de Almada, algumas já "falecidas". Mas se compro um fato no forum por metade do preço que vantagens tenho em ir ao Venâncio? Voltando ao estacionamento pode dizer-me, sim senhor, há estacionamento mas é pago. No forum é grátis! E em Almada também o pode ser. Há algumas lojas que pagam pelo menos uma hora de parque aos seus clientes. Mas sabe, em Portugal há empresários e há patrões. E você sabe disso. E não é por eu estar contra esta posição dos comerciantes em relação à mobilidade (veja por exemplo o Martinho da Arcada a encerrar pela razão diametralmente oposta à reivindicada pelos comerciantes de Almada) que apoio a MES. Aliás está bem claro no meu blog (e nos comentários do meu post de hoje) que nunca votaria em MES. Só que eu não misturo as coisas nem faço política de contraponto. Ainda hoje eu vi uma análise justa feita ao debate na TVI24, escrita pela Minda Toscano e bem li o aproveitamento feito pelos comentadores para recomendarem o voto no P.Pedroso. Mas se em causa estiver apenas e só a abertura daquele pedacinho "sem" trânsito então eu sou, virtualmente, um contra-manifestante!

Luis Eme disse...

é a evolução deste mundo em que vivemos, Rosa...

Luis Eme disse...

caro Predatado,

as opiniões são livres, felizmente.

embora não tenha saudades da cidade com carros em cima dos passeios, em que para circularmos com os nossos filhos, muitas vezes tinhamos de nos deslocar nas estradas, tenho consciência que este corte no trânsito foi radical. e afastou mesmo as pessoas da cidade.

eu não tomei posição em relação à razão ou não da manifestação, apenas disse que esta é a altura ideal para se fazerem manifestações, porque é o tempo das promessas e da caça ao voto.

mas sei que se não se fizer nada, a cidade vai ficar com cada vez menos pessoas, menos lojas e menos vida...

é uma questão social, que não tem apenas a ver com o comércio, mas sim com a vida da cidade.