Num editorial do "Público" de 4 de Setembro, assinado por Manuel Carvalho, este fala das consequências de se enfrentar o poder. Claro que a frase que vou transcrever de seguida tem um destinatário, Sócrates.
«Falar contra o governo é dolo que leva a avisos e pisar o risco da reverência faz com que alguns ministros proíbam a publicidade de organismos públicos nos jornais que o ousam.»
Eu sei bem do que o Manuel fala, já vivi situações parecidas na imprensa regional. Estou à vontade para dizer que esta prática é seguida por praticamente toda a gente que se senta nas "cadeiras" do poder. Talvez atinja o ponto máximo na Madeira, onde o Alberto João até tem um jornal para oferecer notícias felizes aos madeirenses. Na maior parte das Autarquias, existem os boletins camarários, onde se publicita a obra feita e onde se finge que corre tudo às mil maravilhas. Ou seja, esta prática é nacional, e é praticada por todas as cores políticas que exercem o poder. E Almada não é excepção.
A imprensa regional devido à sua dependência e fragilidade, acaba por ser a maior vitima desta "batalha", sendo muitas vezes subserviente ao poder local, por uma questão de sobrevivência...
Infelizmente a generalidade dos nossos políticos olham para a imprensa livre e pluralista, com temor e desconfiança.
Como a sabedoria popular nos diz, que quem não deve não teme, isso explica tudo...
4 comentários:
Tens toda a razão, Luís!
Quem critica hoje, já o fez ontem quando ocupou a cadeira do poder.
E então a nível local é só olhar, como dizes, para o boletim municipal e contar as fotografias do Senhor Presidente sozinho e ou acompanhado sempre com figuras escolhidas a dedo.
O penúltimo boletim do meu município trazia 17 fotografias, o último "só" trazia 12...:-))
Abraço
é uma questão intemporal, Rosa, esta mania de controlar a informação, de só querer notícias felizes...
Ó Luís, este post foi premonitório!
Beijinhos
pois foi, Lúcia...
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