quarta-feira, maio 21, 2008

Conversas de Café (9)

- Irritei-me logo de manhã. Um dos meus vizinhos fechou-me a porta do prédio na cara, como se não morasse ali.

- Disseste alguma coisa?

- Não. Mas devia, chamar-lhe no mínimo besta. Mas isso era dar confiança a mais a estes animais que não sabem viver em comunidade.

- Também tenho disso no meu prédio. Todos devemos ter. É uma marca deste tempo, gente que mora ao nosso lado e baixa a cabeça quando se cruza connosco. Só que, de vez enquanto saem-lhe as contas trocadas...

- Então?

- Por exemplo, a gaja mais antipática do prédio, teve de me atender numa grande superfície comercial, e digo-te, foi de uma simpatia, que me deixou de boca aberta.

- Ganhaste uma amiga...

- O tanas. Ainda pensei que depois daquela situação, levantava os "corninhos" e passava a dizer bom dia e boa tarde. Tudo igual.

- Pelo menos é uma boa profissional...

- Achas? Ela sabe é que se não tratar os clientes como deve ser, vai "pastar couves".

23 comentários:

Lúcia disse...

Este post cabia, inteirinho, numa análise nas aulas de sociologia ou nas sessões modulares de desenvolvimento pessoal e social.
(A saber: interacção; grupos sociais e tipologias, papéis sociais; tipos de comportamento. E isto é só o que tiro neste instante)
A ver vamos se não lho peço!:))

pikenatonta disse...

Gosto sempre de ler as tuas conversas de café! ;)

Um Certo Olhar disse...

Infelizmente, tornou-se regra e não excepção.
Gostas de poesia?
Então, visita-me.

Beijos

Rui Caetano disse...

São mesmo conversas de café... muito interessante.

Rosa dos Ventos disse...

De facto, é um facto...ou talvez um fato...
Vou ter alguma dificuldade com o Acordo, mas concordo com esta conversa de café.
Anda por aí muita gente que não bebeu chá em criança! ;-))

Abraço

Maria P. disse...

Tento não me irritar de manhã, o primeiro café deixa-me sempre bem disposta!:)

Beijos*

Paúl dos Patudos disse...

Temos muitos casos destes por aí, não é?
Abraço
Ana Paula

samuel disse...

Moro num sítio em que infelizmente muitos habitantes têm o detestável costume de olhar quem passa, fixamente, como bois...
Estou constantemente a cair na esparrela. Quando passo por esses "fixadores", cumprimento e invariávelmente é como se tivesse falado para uma bosta no chão.
Sem resposta, também invariavelmente, lá sigo durante uns bons metros, chamando nomes do pior... a mim mesmo.

Abraço

Oris disse...

Infelizmente há gente dessa por todo o lado.

Onde moro nem é bem assim, mais ou menos todos nos conhecemos e nos cumprimentamos.
Agora, detesto ir a um lugar público, cumprimentar e ficarem a olhar para mim como se fosse uma extraterrestre.
Fico com a sensação que a mal-educada sou eu.

Beijitos

Luis Eme disse...

estás à vontade, Lúcia...

tens autorização do autor.

Luis Eme disse...

que bom "pikena"...

Luis Eme disse...

há demasiadas regras ao contrário, "outro olhar"...

Luis Eme disse...

aliás "Certo Olhar"...

Luis Eme disse...

pois são, Rui...

Luis Eme disse...

chá em criança... é uma hipótese, Rosa...

Luis Eme disse...

se temos Ana Paula...

Luis Eme disse...

essa é outra gira, Samuel...

querem filmar tudo, mas são fitas mudas...

Luis Eme disse...

vives quase numa aldeia, Anoris...

Luis Eme disse...

e viva o primeiro café da manhã, M. Maria Maio...

Anónimo disse...

A minha vizinha do 2º anda rmanda-me toda a trampa par ao quintal, estende roupa a escorrer água - diz que tem que ser se não dá mto trabalho a passar a ferro - sacode tapetes, manda alpista emais nãos ei quantas coisas. De tal forma que o cão já nem quer esta rno quintal pois apanha sempre com alguma merda, nem que seja os brinquedos das netinhas.
Um dia passei-me e quebrei todo o meu verniz, chamei-lhe tudo; consegi surpreender-me amim própria. No outro dia passou por mim e baixou os olhos. Sabe so que fiz? dei-lhe um grande bom dia e desejei-lhe um dia feliz, ia com a sbisnetas e convidei-as a ver os gatos e o cão. As miúda sadoram os bichos e ela não s eatreve a deixar de me falar. Deixou de sr porca? não. mas melhorou...
Vidas citadinas...

Luis Eme disse...

sei da várias histórias do género, "jasmim"...

um dos meus amigos, certa vez, cortou mesmo os lençóis à vizinha de cima, que lhe tapava a janela com os ditos, sempre que os lavava. ele avisou-a, ela insistiu, foi preciso a tesoura para ela perceber...

o respeito pelos outros começa a ser um oásis, o que nos leva por vezes a situações extremas, para as pessoas perceberem, que há mais mundo além do seu...

Cristina Caetano disse...

E porquê as pessoas são assim tão mau educadas? Não há coisa que me irrite mais do que entrar no elevador, dizer "bom dia" e nao me responderem.

Beijinhos

Luis Eme disse...

mas cada vez é mais frequente, Cris...

é isso e não nos olharem nos olhos, acho isso tão estranho...