sexta-feira, fevereiro 01, 2008

A Filha de Alfredo Costa Viveu em Cacilhas


Hoje todos os jornais (e certamente muitos blogues...) falam do regicídio, com algum saudosismo, à boa maneira portuguesa.
Como não partilho desse sentimento, prefiro falar de alguns descendentes dos responsáveis directos pela morte do Rei D. Carlos e do Príncipe Luís Filipe, aqui no "Casario" e também nas "Viagens".
Na primeira metade do século vinte, Ermelinda Costa, filha de Alfredo Costa, um dos autores materiais dos assassínios dos dois elementos da casa real, que ocorreram no Terreiro do Paço, vivia em Cacilhas. Era dona de uma Chapelaria na rua Cândido dos Reis.
Apesar de vivermos num regime republicano, os familiares de Costa e Buiça, não tiveram uma vida fácil, até ao 25 de Abril de 1974. Apesar de tentarem manter o anonimato, não deixavam se ser apontados a dedo e vitimas de alguma perseguição política, pelo regicidio e também pela ligação umbilical a movimentos extremistas, como a Carbonária, o braço armado da Maçonaria.
Este postal do primeiro quartel do século vinte, mostra-nos a rua Cândido dos Reis, próximo do local onde existiu a Chapelaria de Ermelinda Costa.

11 comentários:

Maria P. disse...

Mais um pedaço de história que aqui deixas, sempre oportuno...

Beijinho, bom fim-de-semana Luís Eme.

Anónimo disse...

será que no primeiro quartel do séc. xxii olharemos com esta nostalgia para as fotografias do primeiro quartel do séc. xxi que agora atravessamos? beijinhos.

Debaixo do Bulcão disse...

Uma coisa é evocar acontecimentos históricos, outra bem diferente é aproveitá-los pra fazer propaganda.
O que se tem passado é uma tentativa de "branquear" a Monarquia que, apesar de um rei progressista como D. Carlos, estava já muito desacreditada, enquanto instituição. E que (é bom lembrar, já agora) em 1910 caiu quase sem resistência.

Mudando de assunto: já tens exemplares do Debaixo do Bulcão?
Se precisares de alguns, avisa.

(E o teu poema está guardado para entrar no blog em ocasião oportuna).

Saudações republicanas

Vitorino

Rosa dos Ventos disse...

Eu sou republicana!
Vamos andar mais de um mês a aturar esta história do regicídio...
Claro que é sempre de lamentar a morte de alguém e ainda por cima de forma vilolenta mas era um risco que o rei conhecia.
Viva a República!

Teresa David disse...

Muito interessante. Gostei de saber esta história, pois tenho a impressão que sei qual é a loja onde era a chapelaria e apesar de viver deste lado há 29 anos não sabia deste pedaço histórico.
Bjs e bom Domingo
TD

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Luis Eme disse...

Tudo é história, Maria P.

bom carnaval, com ou sem máscaras.

abraço

Luis Eme disse...

Se ainda existir, nostalgia, Alice...

Luis Eme disse...

O regicídio dá para tudo. Para branquear, para inventar e para vender livros, Vitorino.

(Já tenho um exemplar do DB)

Luis Eme disse...

Eu também lamento a morte do rei, mas aquilo que assistimos é mero "folclore".

Lamento é a deturpação que alguns históriadores fazem da história, mas isso são contas de outros rosários, Rosa...

Luis Eme disse...

Há tanta coisa que não sabemos, Teresa...

Estou sempre a aprender coisas novas sobre a nossa banda.