Fidel disse finalmente adeus ao poder, alegando razões de saúde.
Podia ter abdicado há pelo menos vinte anos, invocando outras doenças graves da qual também sofre, como o "autismo", as "cataratas", a "limitação de movimentos" e, essencialmente, o medo da democracia, esse "monstro", etc.
Quase em simultâneo, Putin vai deixar de ser presidente da república da Rússia, mas mais jovem e dado a malabarismos, está a preparar o terreno para se manter no poder como primeiro-ministro, praticamente com os mesmos poderes (até já arranjou um "corta-fitas", como o Tomás, para o suceder...).
Por cá, alguns autarcas, que já conseguiram fintar alguns limites aos mandatos, se puderem, ficam no poder muito mais tempo que Salazar (36 miseros anos...).
Pois, o poder sempre foi uma coisa estranha, demasiado atractiva e perigosa. Parece que vicia como qualquer jogo, mas acaba por ser pior, já que as principais vitimas são os outros, e não o "jogador". Ainda não percebi qual é a coisa mais saborosa do poder, se a série de mordomias e atenções, os palcos de intervenção ou o poder decisório, que os vai transformando em pequenos e grandes tiranetes (aumentando ao mesmo tempo as contas bancárias...). Mas acredito que seja o todo da "refeição"...
A foto é de Burt Glinn, com Fidel num dos seus discursos vitoriosos, no longínquo ano de 1959...
13 comentários:
Figuras assim, mesmo quando se retiram de cena, continuam a receber aplausos ou apupos...
Esta é uma frase de Fidel:
"Podem me condenar. Não importa. A história me absolverá"
E assim vão vivendo...
Um abraço*
apetece-me dizer uma coisa que não tem muito a ver com o tema, luís. já entrei em cuba de barco, através do porto de havana. é um cenário portentoso, com o capitólio e o hotel emblemático nacional de cuba a distinguirem-se austeros na paisagem. recomendo *
beijinhos
Excelente trabalho, Luís.
Nada a acrescentar, a não ser que assinaria o texto por baixo, sem a mínima dúvida.
Nota de rodapé: Atenção aos Fidéis perto de nós...
Não são fidels sr observador. São fieis.
Um texto excelente, como sempre. A atracção do poder faz com que muitos indivíduos " reinem" até à morte confundindo república com monarquia, com tirania...
Finalmente o adeus.
Beijinhos
E não é que me enganei mesmo?
Acontece. Do lapso me penitencio.
Agradeço ao Nabisk, homem que desconhece o termo erro...
(sorrindo)
Não sei se a história o absolvirá, Maria Maio...
Mas tem alguma vantagem moral, em relação a outros lideres, não será reconhecido como corrupto, por exemplo.
Não conheço Cuba, mas deve ser uma ilha gira, até pelos contrastes, Alice...
Obrigado, Observador.
Acontece, "nabisk"...
Podes crer, Sophiamar, a confusão que o poder faz a certa gente...
Genial, concisoe preciso este texto. Devias publicá-lo em papel. Se é que já não o fizeste. Milimetricamente perfeito. Ou será o meu olhar "biased" como diriam os americanos?
Beijos
Não iria tão longe, Ida (és uma critica querida e tendenciosa)...
é bom voltar a ter esperança, embora possa acontecer o que aconteceu por cá com o Marcelo quando substituiu Salazar. Mudaram-se alguns nomes, abriram-se portas, que rapidamente se fecharam, não fosse a democracia ter mesmo a ousadia de entrar...
beijos
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