Este governo está povoado de malta danada para a brincadeira. De tal forma que quase que fazem o contraponto com o respectivo presidente do conselho, filósofo de nome, engenheiro de diploma, político de profissão e tristonho de semblante.
Mário Lino, Manuel Pinho e Correia de Campos, então, devem passar o tempo a contar anedotas, com e sem picante. É por isso que, por vezes, se distraem e dizem umas graçolas em público. Só que em vez de conseguirem fazer rebolar plateias, deixam a assistência de boca aberta.
A última das boas foi contada pelo ministro das obras públicas. Cansado de argumentar a favor de Ota, resolveu falar dos desertos do Sul, terras de gente inculta, sem comércio, turismo, indústria, hospitais, escolas, etc.
Mário Lino deve-se ter lembrado dos tempos em que era comunista e percorria o Alentejo em caravana, e fartava-se de comer pó e passar sede, enfiado nos desertos do sul... só que agora já há o Alqueva, o golfe, as coutadas de caça e as praias de luxo do litoral alentejano, senhor ministro.
Claro que não estou nada escandalizado. Já percebi que esta gente do governo acha que pode dizer o que quiser, especialmente depois do almoço, para alegrar o pagode. O senhor ministro nem tem a culpa que lhe tenham servido vinho "estragado" no almoço com os economistas. Se calhar é da mesma colheita que o levou a dizer no Congresso do Oeste (novamente por causa da Ota...), que era engenheiro e que estava inscrito na ordem...
20 comentários:
O senhor ministro pode pensar o que quiser. O senhor ministro pode ter saltado de um partido para outro (há vários casos de relevo) tirando disso o melhor partido (não político).
O senhor ministro até tem o direito de ser patético.
Não tem é o direito de fazer dos portugueses estúpidos e os ofender como de coisas se tratassem.
Esse ministro estava, dizem, na lista da reorganização ministerial.
Estamos mesmo muito mal servidos de mandantes inteligentes.
Convém, contudo, não esquecer que quem pagou o almoço foi gente da alta finança. Ouvi dizer...
Para além do vinho lhe ter sabido bem ao almoço, houve mais alguém que também deve ter almoçado bem nesse dia. Almeida Santos veio a público defender a Ota em deterimento da Margem Sul, porque na outra banda há a necessidade de passar a ponte e isso não facilita a ligação à capital, por mais que se construa outra travessia sobre o Tejo.
Aliás, ele reforça a ideia com um excelente argumento: Que toda a gente sabe que, se os terroristas quiserem molestar o país, atacam as pontes.. Será que eu ouvi bem, Sr. Almeida Santos?
Dê-lhes ideias...
Esse senhor é um "chico-esperto", para não lhe chamar outra coisa. E era bom que não brincasse com coisas sérias.
Informo o senhor Luis Milheiro que no tempo que esse senhor era Comunista, o Alentejo era mais verde e menos deserto que hoje em dia. Os campos estavam cultivados e não abandonados como actualmente.
Teve muito mau gosto na escolha da fotografia, o que até nem costuma acontecer.
Se calhar ele para agradecer o tal almoço (tudo indica que foi bem comido e bem regado), achou por bem fazer um número cómico, Repórter.
Normalmente estas gracinhas dão direito a demissão... mas os tempos são outros. É a sorte dele e do Pinho.
O Almeida Santos já deve estar gá-gá. É a única explicação que encontro para as suas palavras completamente fora do contexto, Vili.
Infelizmente não é só ele que é chico-esperto.
Não achei piada à sua manobra de diversão no "Infinit'os".
Ora vamos lá por partes...
Mas vocês ainda ligam ao que esta gente diz? Refiro-me, obviamente, ao sr. Mário Lino. Claro que um Ministro não devia proferir asneiras destas, mas... quantas outros já não disseram? E da boca da oposição saem tantas, também!
Não o estou a desculpar. Até porque sou uma nascida e residente no tal "deserto da margem sul" (concelho de Almada, mais propriamente) e não gostei nada do que ouvi, ainda para mais dito num tom pedante e de desculpa rasca de quem não encontrou outros argumentos para justificar uma opção do governo. Não havia necessidade... todavia, não façamos deste triste deslize uma questão nacional porque existe coisas muito mais graves para resolver neste país.
Quanto ao sr. Luís Manuel e à sua suposta "manobra de diversão" por mim ontem detectada após o teu alerta, só tenho a dizer que:
quem se julga muito esperto
sem do seu rasto cuidar
acaba tristemente descoberto
e ainda se vai envergonhar.
ufano de si, vã glória goza
pensa que a todos está a enganar
no abismo da mentira acaba por cair
com os outros de si a rir.
Um abraço e bom fim-de-semana.
Qual ordem?
É uma desordem total!
Mas alguém ainda liga ao que diz/faz o senhor Almeida Santos, sempre a espreitar os buracos do PS para se pôr em bicos de pés?
Quem não o conhecer que o compre.
ele estava a pedi-las, ah pois é :)
Ó Luís, deixa-me só discordar contigo num ponto: parece que, por enquanto, o Alqueva ainda não mudou grande coisa no Alentejo.
Pelo menos, em Moura, ainda não vi ninguém dizer que aquela zona ficou a ganhar assim tanto quanto foi prometido. (Regadio? Turismo?)
E Moura, por acaso, até é a cidade mais próxima do Alqueva. (Para lá chegar até passamos por cima da barragem e tudo!)
Cumprimentos.
Vitorino
Valha-nos a capacidade criativa do povo português, que apesar de todos os desgovernos ainda consegue rir, e fazer rir, com toda a bonecada que já circula por aqui à pala dos desertos do sul...
ah, e ainda o convite para uma volta de jipe a esse tal deserto, cheio de dunas...
Bom fim-de-semana, Luís
Beijinhos
Tens toda a razão. Esta gente não merece grande crédito.
Eu que nem sequer tinha qualquer posição sobre a matéria, começo a desconfiar, pela forma "rasteira" como estão a defender Ota (com as unhas os dentes e os pés...), que há muita gente a colocar os interesses pessoais à frente dos do país.
Tenho a certeza que se morasse no Poceirão, queria os aviões bem longe...
Com gente desta, não há razões para grandes orgulhos, Rosa. è mesmo uma desordem...
Realmente, para dizer coisas destas, o senhor bem podia estar calado e sossegado em casa, Repórter.
Mas os Almeidas deste país, não conseguem, a vontade de aparecerem a opinar é mais forte que tudo.
Estava mesmo a pedi-las, Vague.
Como é costume, tentou dar o dito por não dito, dizendo que nós é que percebemos mal...
Só faltou dizer que o que se vê e ouve na televisão é uma montagem. Não há dúvida, a política está cheia de candidatos a actores.
Só vai mudar quando os espanhóis começarem a explorar toda aquela zona, Vitorino.
Os agricultores portugueses preferem viver da caça ao subsídio.
Somos muito criativos, sim senhor.
É o que nos vale Maria. Se não fossemos assim, não sei como seria...
Acho que estes fait-divers são propositados, para que se esqueçamos que o desemprego continua a subir e o socialismo já nem sequer está na gaveta, foi parar ao lixo.
E não vai haver retorno, Luís. Eu por exemplo, aqui no meu serviço, agora só tenho uma colega. Antes éramos seis. E o trabalho é praticamente o mesmo. Com este emagrecimento de postos de trabalho, visando maximizar os lucros, só nos prejudica a todos. Aqueles que ficam sem emprego e os outros que têm de trabalhar quase como escravos.
Tens toda a razão Alice. O socialismo foi mesmo para o lixo...
Todas as crises só servem para tornar os ricos mais ricos e os pobres mais pobres. E é como dizes, se não nos pusermos a pau, vem por aí, devagar e em silêncio, o tempo de escravidão.
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