Zeca Afonso despediu-se de nós há vinte anos...
Felizmente os seus poemas e a sua música continuam bem vivos, ao lado da nossa história recente.
Quando apareceu a colecção "Index Poesis" em Cacilhas, fiquei maravilhado. Foi por essa razão que aceitei o desafio da Ermelinda e decidi escrever uma dúzia de poemas, de homenagem aos meus poetas. O Zeca, também estava lá...
Zeca,
A madrugada começa
com a tua voz que ilumina toda a casa
Abraço as tuas palavras,
uma a uma,
tão belas, corajosas,
sofridas e acusatórias
de mil e uma atrocidades
cometidas um pouco por todo o lado
pelos «vampiros»,
sem rosto ou idades
Elas clamam por um mundo novo,
onde a paz e liberdade
não sejam constantemente
esquecidas no campo e na cidade
E o melhor de tudo
é descobrir a razão
do teu canto continuar a ser
uma das mais belas
«armas da revolução».
A madrugada começa
com a tua voz que ilumina toda a casa
Abraço as tuas palavras,
uma a uma,
tão belas, corajosas,
sofridas e acusatórias
de mil e uma atrocidades
cometidas um pouco por todo o lado
pelos «vampiros»,
sem rosto ou idades
Elas clamam por um mundo novo,
onde a paz e liberdade
não sejam constantemente
esquecidas no campo e na cidade
E o melhor de tudo
é descobrir a razão
do teu canto continuar a ser
uma das mais belas
«armas da revolução».
14 comentários:
Luís também trago na memória o saudoso Zeca para toda a vida
Leo
E eu, que sou um malandro, "roubei" este teu poema para o publicar no blog do Debaixo do Bulcão!...
António Vitorino
Vinta anos... não é tempo suficiente para esquecer...
Que saudades do Zeca e das suas Canções...
Ana Patudos
Ele vai permanecer.
Nunca partirá!
O Zeca é único.
Como muito bem dizia o meu pai, ele nunca se vendeu a cabrão nenhum, Leonor.
Ai roubaste meu malandro?...
Vê lá se ao menos tens cuidado com a "bófia"...
Eles estão com saudades do tempo do "arrear" e querem voltar...
Claro que não Repórter.
Uma Quadra para ti:
Glória ao Primeiro de Maio
E aos mais que estão para vir
E aos capitães que fizeram
o 25 de Abril
Ana toma lá outra quadra:
Eram mulheres e crianças
Cada um com o seu tijolo
Isto aqui é uma orquestra
Quem diz o contrário é tolo
Rosa também escolhi uma quadra do Zeca para ti:
Estou falando em honradez
Que não é um conceito novo
Só é bom português
Quem vive ao lado do Povo
Luis
Tudo o que se escrever sobre o Zeca, hoje, na blogosfera, é muito pouco para o recordar.
Mais que um cantor, ele era um Poeta
Mais que um amigo, ele era um Camarada
Mais que um símbolo, ele era um Homem!
Porque raio é que a rtp1 passou um programa sobre ele, que incluiu o último concerto no Coliseu de Lisboa, depois da uma da manhã, que acabou às 3?
Quem é que o viu?
Desculpa, mas apetece-me Gritar!
Obrigado!
Só pode ser por uma razão "compreensível", Maria.
O espectáculo deve ter qualquer coisa de "pornográfico" (na visão destes novos censores, claro) e acharam que a essa hora não provocava disabores à gente deste país...
É no mínimo revoltante...
Vivi 10 anos em Portugal e estou no Brasil há pouco mais de 3. Descobri - embora conhecesse uma ou outra música - Zeca Afonso neste tempo vivido aí e sempre me surpreendeu (pk vivo num país "sem memória") a presença permanente, viva, dos ideais deste cantor e compositor. Acho uma forma bem lúcida da demonstração do povo português pelo ideal de democracia e que essa assim se perpetue e que a luta por ela jamais seja esquecida. Tenho vários motivos, sinceros, de ter orgulho de ser também portuguesa.
Enviar um comentário