quinta-feira, novembro 30, 2006

O Fascínio da Pesca


Não tenho dúvida que os pescadores são os melhores companheiros do Ginjal, pelo menos nestes tempos de abandono e de placas intimidatórias...
Nem sequer sei se existe muito peixe na nossa margem do Tejo. Existe sim o prazer em "dar banho à minhoca" (adoro esta expressão), dos pescadores de todas as idades, e às vezes algumas mulheres, também de diferentes idades, entretidos na pescaria e na contemplação das águas do rio que banha o Ginjal.
Houve uma altura que pensei em experimentar esta actividade, por a achar poética. Claro que se o fizesse, teria de levar um caderno ou bloco, misturado com os apetrechos de pesca, para registar aquelas coisas que surgem, de momento. Acabei por não experimentar...
Por falar em pesca e pescadores, lembrei-me de um cacilhense, que não passava sem as suas pescarias no Tejo, mas como não gostava de peixe, oferecia todo o seu pescado aos companheiros de pescaria ou à vizinhança. Falo de Jaime Feio, uma grande figura da cultura almadense, do século XX.

9 comentários:

Flôr disse...

Concerteza que terias imenso jeito para a pesca... se calhar é um talento nunca explorado....
Bom fim de semana.
Beijinho

Luis Eme disse...

Provavelmente, Ana...
Bom fim de semana também para ti e para todos as visitas...

mfc disse...

Sou um viciado na pesca.
É a forma de uma forma agradável conseguir ordenar as minhas ideias!

Maria disse...

Luís,
Eu perco horas a ver pescar. Todo aquele ritual de pôr a minhoca no anzol só para lhe dar banho... he he he...
Falando sério, eu até vou à pesca, mas é à lula e na Berlenga, ao fim da tarde... e é bem giro, ou temos cuidado, ou levamos com a tinta na cara...
Bom fim de semana

Luis Eme disse...

Acredito que sim, MFC. O facto da pesca ser uma actividade realizada em contacto com a natureza (rio ou mar), de certeza que nos ajuda a ordenar e até a estimular as ideias...

Luis Eme disse...

Também já passei algum tempo a ver pescar, especialmento no mar... mas ficava mais encantado com os movimentos irregulares das ondas que com os lançamentos e a espera dos pescadores, Maria...

Maria disse...

É, Luís, o movimento das ondas é o que na verdade nos encanta...

Minda disse...

Pela possibilidade de meditar enquanto o peixe não morde o anzol, a pesca sempre me fascinou. Todavia, e apesar de o meu pai ter sido um pescador à linha quase compulsivo, não me conseguiu transmitir esse entusiasmo... acho que a coisa falhou num ponto: a solidão dos sítios para onde ele gostava de ir! entre a atracção da quietude dos locais escolhidos e o silêncio envolvente (que convidavam à inspiração quase mágica) ficava um vazio que sempre me assustou, o medo de não encontrar o caminho de volta e ninguém saber onde me encontrava. Por isso nunca tentei e desisti de o acompanhar logo no início, a não ser quando ia paraos esporões da Costa da Caparica e eu ficava na praia a brincar com os meus irmãos.
Aqui no Ginjal seria, decerto, diferente! Mas não foi...

Luis Eme disse...

Essa parte, em que o peixe não sabe se há-de morder o anzol, dá-nos tempo para tudo... mas isso é quando não temos o vicio da pesca. Se tivermos o vicio, deve ser frustrante não conseguir "iludir" nenhum pexito, Minda...