Este ano tem sido um ano muito proveitoso para mim, especialmente por ter ficado a conhecer algumas partes ocultas de pessoas que me eram relativamente próximas.
Percebi que somos realmente um povo dorido (e nem estou a falar dos frequentadores crónicos dos Centros de Saúde do nosso país...), que sofre muito, da maneira mais parva e estúpida...
Além das dores nas costas, das dores de cabeça e de dentes... sofrem especialmente de dor de Corno e de dor de Cotovelo...
Este "povinho dorido" consegue transformar a sua pobre vidinha numa encruzilhada, refém da inveja, da hipocrísia, do cinismo e do despeito, em relação aos outros.
Uma das frases mais secas e brilhantes, que li, sobre este tipo de gente, foi dita por José Miguel Júdice, numa entrevista ao extinto e brilhante "DNA", de Pedro Rolo Duarte, de 22 de Abril de 2005. Ele dizia assim:
«Nós gostamos de dizer mal pelas costas e bem pela frente. Nós gostamos de ser amigos de toda a gente e de não gostar de ninguém. Nós gostamos de ser manhosos e, passe a palavra, gostamos de ser merdosos. E eu não gosto disso. É um lado da alma portuguesa que me irrita profundamente.»
A mim também me irrita profundamente, José Miguel Júdice, mas temos de levar com eles...
Este texto está ilustrado com o "Segredo", uma bonita escultura do mestre Lagoa Henriques.
8 comentários:
Somos um pouco o país do mal dizer e do choramingas!
Mas que grande desilusão...não foi amigo Luís?
Pelo menos as tuas palavras ecoam como um grito de revolta.
Pois é...somos uns fingidores...como dizia o poeta.
Boa semana...
Somos um pouco de tudo isso MFC. às vezes fico com a sensação de que uma grande parte dos portugueses, preocupam-se mais com a vida dos outros, que com a deles próprios...
Não sei se lhe chame desilusão, se constatação...
Há uma altura que deixamos de desculpar os outros, especialmente pelo seu egoísmo e hipocrísia, porque não somos tão parvos como nos querem fazer parecer...
Quando se quer estar bem com Deus e com o Diabo ficamos com duas caras (como o tal do feijão frade, que por sinal até gosto bastante... do feijão entada-se, não dos ditos mascarados!).
E, infelizmente, há por aí muito "boa gente" (boa apenas na aparência) que prefere mentir a assumir, com frontalidade, as suas posições... não passam de uns cobardes que, muitas vezes, se movem apenas por interesses e invejas.
Como te compreendo Luís. Mas não deixes nunca que esse desabafo te angustie os dias, e, sobretudo, nunca deixes de fazer aquilo em que acreditas só porque alguns estão com dores no cotovelo ou na língua... manda-os para o médico e que se curem!
Um bom início de semana.**
Coloquei este "post" sem qualquer angústia pessoal, Minda. Apeteceu-me falar do facto, de ter crescido um palmo no último ano, por ter percebido a verdadeira face de algumas pessoas, pequeninas,
que não fazem nada pelos outros, mas estão sempre à espera de uma oportunidade para soltarem o seu "veneno", e destruir o trabalho e a boa vontade dos outros.
Embora seja uma frase comum, mas não deixa de intrigar como é que Camões pôde acabar os Lusíadas com a palavra Inveja...
Somos um país pequeno nas ambições e preocupamo-nos muito com o sucesso alheio.
http://oladocerto.blogspot.com
Nem mais nem menos, Papoila...
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