Fui contratado para ler um texto do Eça de Queirós, em que já dizia há 140 anos: "Estamos perdidos há muito tempo…"
Depois dizia aquelas coisas todas que hoje são repetidas pelos “Medinas” do regime, que fingem que não são de cá e nunca foram governantes, deputados ou gestores públicos, vieram só fazer um número trágico-cómico para a televisão, ver o Benfica e assistir ao café-concerto da Incrível.
Se Eça escrevia nos salões de Paris ou Londres, os “Medinas” têm a lata de preparar a oratória ao espelho, enquanto saboreiam um “coktail” exótico, que devia ser de Merda com gelo.
Apesar de vaidosos não passam de actores medíocres, com a lenga lenga do costume: «gasta-se mais do que o se tem, não se produz, desperdiça-se dinheiro na saúde e educação, etc.
Acham-se tão geniais que até sentem que as suas reformas milionárias, que chegam a ser 50 vezes superiores às reformas mínimas dos portugueses, são mais que merecidas.
Foi por tudo isto que rasguei o contrato e não estou a ler o texto do Eça, que também era genial.
Pior que os “Medinas” só os palermas que são capazes de culpar o Afonso Henriques, e até o Camões da nossa desgovernação, mas têm medo de apontar o dedo aos ministros, que nos andaram a enganar e a roubar nos últimos 25 anos, deixando o país neste lindo estado, sem que nenhum deles tenha ficado a perder com o negócio. Os ministros de Cavaco então são dos maiores especialistas portugueses em vigarice. Por isso é que continuam a ser muito requisitados.
Mas a palermice não se fica por aqui, são capazes de fazer vénias aquele senhor francês, pencudo, que usa sapatos de tacão alto, porque ainda não lhe disseram que não é isso que faz os Homens Grandes. E à senhora loura, alemã, que só aqui para a gente, que ninguém nos ouve, deve ter o desgosto de não ter nascido com uma pilinha. Em suma, adoram fazer reverências aos nossos falsos amigos, que não passam de cobradores de fraque, com malas de marca FMI.
O Eça acabava o texto assim:
«Diz-se por toda a parte, que o país está perdido.» Perdidos estão eles, que ainda perceberam que só temos uma saída para a crise, sermos criativos, ou pelo menos tentar. É essa também a razão deste café concerto Incrível
Tão Incrível que até me puseram aqui a falar.
OBRIGADO.»
(Este foi o texto que escrevi e li no Café-concerto da Incrível Almadense, "Essa Não!")
O óleo é de Gonzalo Goytisolo Gil.
6 comentários:
Excelente, Luis.
Se eu lá estivesse aplaudia-te de pé!
Já não aguento Medinas, Silvas Lopes, Freitas e afins!
Quanto ao PR pode aplicar-se-lhe o ditado "Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és!"
Abraço
Excelente, Luis! Gostei.
grato, Observador.
nem eu, Rosa.
cansam as suas "cassetes".
grato, Catarina.
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