sexta-feira, julho 09, 2010

O Ginjal, os Putos e os Golfinhos

O Ginjal sempre foi um lugar especial para os jovens almadenses entregues aos cuidados da rua. Procuravam refúgio para as suas brincadeiras rente ao Tejo, ao mesmo tempo que assistiam à faina diária dos carregadores de tóneis de vinho, fardos de cortiça ou de outra coisa qualquer que fosse preciso embarcar nos barcos de médio e longo curso.


Quando o tempo aquecia refrescavam-se nas suas águas, povoadas de peixes e moluscos.
Nesse tempo ainda era possível ver os golfinhos em cardumes, divertidos com os seus mergulhos nas águas. Havia ainda outro atractivo, não menos importante, desta espécie marinha: alimentavam-se dos chocos do rio mas só lhes comiam à cabeça, o resto ficava a boiar e vinha dar à praia.
Alguns putos mais afoitos, nem sequer os deixavam chegar à praia, nadavam e deixavam-nos fora da disputa habitual no areal, levando-os, com a certeza de ter jantar lá em casa.
(Escrevi este texto a partir da leitura de um trabalho, ainda inédito, de José Luís Tavares, sobre a sua juventude...)

4 comentários:

Rosa dos Ventos disse...

Bons tempos, apesar de tudo...

Abraço

Cristina Caetano disse...

Bons tempos... lembrei da minha infância aqui quando meu pai me levava a passear numa barca que faz o trajeto Rio-Niterói na Baía de Guanabara, via sempre golfinhos. Não passeio mais nas barcas mas eles (outros) ainda andam por lá.

Beijos, Luis

Luis Eme disse...

sem dúvida, Rosa.

Luis Eme disse...

gostoso, passear de barco, com a companhia dos golfinhos, Cris.