Com a polémica dos contentores na frente ribeirinha, em Alcântara, percebi que nem todos os olhares que se debruçam para o Tejo, refletem sentimentos de serenidade, amor ou alegria.
Além do sentimento de indiferença - há quem atravesse o rio, como se estivesse numa auto-estrada, apenas preocupado com os dez minutos que demora a travessia -, também há alguma desconfiança. Há quem nunca tenha achado muita piada a rios largos e a mares, muito menos a ondas eriçadas pelo vento, que fazem os cacilheiros dançar um pouco.
Para estes passageiros o Outono e o Inverno são um suplício, principalmente quando está mau tempo no canal...
É por isso que mal o cacilheiro parte, lançam o olhar num jornal ou num livro e só olham para a Margem, quando já estão a atracar no cais...
14 comentários:
o hábito constroi a indiferença?!...
talvez.
a mim não.
obrigado por me dares a mão até aqui.
e mais um beijo Luís.
Eu amo o mar, mas tenho medo de ondas balançando uma embarcação. ;)
Mas acho que já te contei que esse tipo de embarcação de que usualmente falas, traz-me sempre boas lembranças da infância, quando em passeios na companhia do meu pai, achava que estava indo para outro país.
Acho impossível ficar indiferente ao mar ou a um rio durante uma travessia.
Beijinhos, Luís
Para atravessar o rio, só uns auscultadores com música baixinho...
Mas também eu não o atravesso todos os dias.
Para quem o faz, o rio deve ter-se transformado já numa rotina a que não se liga.
Daí, aproveitar-se o tempo para passar os olhos pelo jornal...
Abraço
O rio é sempre diferente...
Mas acredito que a rotina até faça esquecer o que é tão belo...
Beijinho, Luís
muitas vezes, Maré...
o cansaço diário rouba a poesia do quotidiano, mesmo a do Tejo...
parece ser difícil, mas não é, para os milhares que o atravessam diariamente, Cris...
sim, uma rotina diária, chata quando há "mau tempo no canal", Ana...
pois faz, por isso é que é rotina, Maria...
Lindo voltar aqui, entre duas respirações...
olha a menina com nome (desconhecido)...
espero que o sol apareça em Berlim.
Quem atravessa o rio, cansada de um dia de trabalho, quer é chegar a casa. Nem dá pelo rio. Então de Inverno é quase sempre assim, Luís.
sim, é de noite, que se regressa a casa, no Inverno, Alice...
É a vida, Luís - que também faz baixar os olhos à beleza. É a vida!
Beijinhos
é a vidinha, como dizia o O'Neill, Lúcia...
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