Não foi por nos terem vingado, ao derrotarem a Alemanha, que fiquei feliz, por ver a Espanha sagrar-se campeã europeia. Foi sim, por serem a selecção que jogou melhor futebol durante o europeu (só a Holanda conseguiu rivalizar com os espanhóis...).
Continuo a pensar que o futebol não é essa coisa científica, que alguns "palradores" espalham pela televisão, é sim um desporto de muita intuição, e sobretudo de inteligência técnica, onde devia estar na primeira linha o aproveitamento exaustivo das características e do talento dos jogadores.
Não tenho dúvidas que se Scolari fosse um treinador inteligente tinha explorado um sistema de jogo próximo do de Aragonés, com a bola jogada rente à relva, com trocas de passes da defesa ao ataque, até ao remate à baliza, sem os habituais balões, que vão direito aos guarda-redes ou aos defesas adversários, quase sempre gigantes.
Claro que o treino deste sistema dá mais trabalho que treinar o "mata-mata"...
A selecção espanhola provou que os jogadores não se medem aos palmos, até os seus dois centrais, Puyol e Marchena, eram de estatura mediana, e nunca causaram grandes calafrios a Casillas...
Na final de ontem, os "gigantes" alemães, foram metidos no bolso. No período mais quente do jogo, ainda tentaram inventar, e até influenciar o árbitro, mas Inesta, Xavi, Torres e companhia, só queriam ser campeões europeus de futebol e não de confusões...
É muito importante percebermos no decorrer dos jogos, que os jogadores jogam nas posições onde dão mais rendimento. Coisa que nunca sucedeu com Cristiano Ronaldo, o caso mais gritante de sub-rendimento da nossa selecção, sistematicamente "asfixiado" e "preso" pelo sistema de jogo, extremamente conservador, de Scolari.
Por tudo isto, e pelo amor ao bom futebol, viva Espanha!
16 comentários:
uma vitóri indubitavelmente justa, luís, eu não vi, mas ouvi o jogo na tsf, quando regressava a casa em viagem, e fiquei muito contente com o resultado. de qualquer forma, o seleccionador alemão também está de parabéns pelo que conseguiu até ao jogo de ontem. um grande beijinho.
Não sei se pergunte se responda...
Luis, que bom ler isto, quando muita gente, no nosso país, se prende a questões atávicas feitas de História que encaram com patente parolismo mental - o provérbio de Espanha nem bom vento nem bom casamento, ainda é a coisa mais simpática que vão dizendo! A tua opinião é a minha também. Em tudo o que disseste.
Abraço
Que grande lição.
De futebol, de querer, de simplicidade.
Luis Aragonez, contestado em várias situações, como a não convocação de Raul, foi alegremente teimoso.
E levou a bom porto a esquadra espanhola.
Apetece-me fazer uma brincadeira. Trocar de seleccionadores. Aragonez vem para cá, por troca com o sargentão.
A selecção espanhola vai perder um técnico excelente.
Aragonez vai treinar o Canadá. Já este ano.
Viva!
Beijos.
E Viva a Espanha!!! Fiz questão de ver e torcer. Torci 2 vezes: uma a favor da Espanha (queria mesmo que ganhassem) e outra contra a Alemanha (por motivos óbvios).
E falaste uma coisa interessante com relação ao estilo de Portugal - os balões - e o técnico ser o Felipão; pois é, me fizeste pensar nisso justamente porque ele foi técnico de nossa seleção, e me lembro que os brasileiros mantinham o "toque de bola" diferentemente dos balões - que é típico do futebol europeu (me corrija se estiver enganada), ou seja, levantaste uma questão que me encafifou já que é o mesmo técnico. De qualquer forma, foi merecidíssimo, e mesmo depois do Torres sair, a Espanha não perdeu o "rebolado". Foi um jogaço, Luís! :)
Beijinhos
limito-me a assinar por baixo...que bela análise que fizeste!
beijos
o que nem sempre acontece, Alice, ganharem os que jogam melhor...
bem vinda ao Casario, Rita.
pergunte e responda...
os espanhóis podem ter muitos defeitos, mas têm nos dado grandes lições em muitas áreas. sabem o que querem e lutam até ao fim, Lúcia.
exactamente, Observador...
trocas? querias...
viva, M. Maria Maio.
um jogaço, Cris!
Viva Espanha!!!
Excelente análise...
Vamos ver o que nos reserva o futuro sem Scolari...
Beijitos
obrigado, Carla.
um futuro melhor, se for escolhido um treinador melhor e português, como por exemplo Carlos Queirós, Manuel José ou Humberto Coelho, Anoris.
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