segunda-feira, fevereiro 11, 2008

O Povo de Timor

Nunca estive em Timor e sempre evitei tecer grandes comentários sobre este pequeno país, que fez parte do nosso império colonial, porque um amigo que esteve por lá, durante seis meses, nos tempos de transição, no começo do século XXI, em que havia um força multinacional que governava a Ilha (com militares portugueses) ofereceu-me um retrato pouco positivo do povo timorense.

Durante esses tempos já era visível a luta de interesses entre as principais potências da região. O povo, esse, balançava ao sabor dos "doces" que lhe acenavam, tal como grande parte dos políticos timorenses, divididos em cada vez mais partidos...
Eu nessa época desculpei o povo timorense, pela pobreza e exploração de que sempre fora vitima, quer durante a nossa ocupação, quer com a ocupação indonésia. Pobreza que também chegava ao espírito...
Quando duas figuras cimeiras da luta pela independência, como Xanana Gusmão e Ramos Horta, que ocupam os principais cargos governamentais da Ilha, são alvo de atentados (dos quais o primeiro escapou ileso e o segundo ficou ferido com alguma gravidade), tenho de dar razão ao meu amigo João, há realmente muito volubilidade, muita intoxicação e também muita falta de memória do povo timorense.
Infelizmente, talvez nunca consigam ser completamente independentes, como todos nós gostávamos...

12 comentários:

Maria disse...

... e há o petróleo, e os interesses do capital a quererem "comer" Timor-Leste, há as más consciências, há os interesses individuais de alguns....
... e o povo é que sofre, e nós continuamos a gritar Ai Timor.....

Obrigada por este post, Luís.
Beijinho

Anónimo disse...

não há palavras que suprimam a dor que cada um destes homens passou e ainda passa depois desta macabra experiência! que possam recuperar ou então na morte encontrem a paz e a liberdade que não alcançaram!

Rosa dos Ventos disse...

Aprendi a amar essa ilha e esse povo através do meu companheiro de muitos anos que lá cumpriu o serviço militar.
A par de grandes qualidades os timorenses têm certas especificidades que, acompanhadas por outras "especificidades" do território e da vizinhança, não ajudam nada na sua pacificação e capacidade de se auto-governarem.
E o resultado foi, é e talvez continue a ser trágico, infelizmente.

Abraço

Anónimo disse...

E com vizinhos daqueles ...

Isabel Victor disse...

"Em casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão"

O Povo sabe ...

Grata pelas visitas, Luís Éme

Vou passando ...
Sempre

iv*

Luis Eme disse...

Demasiados interesses, demasiadas ambições, Maria...

Luis Eme disse...

Era bom que estes incidentes servissem para alguma coisa, Alice...

mas não sei...

Luis Eme disse...

Todos estes anos como "dominados" fazem com que tenham muita falta de amor próprio e de consciência de pátria, Rosa (digo eu, claro)...

Luis Eme disse...

É aí que está o principal problema Observador...

Luis Eme disse...

Mas já devia haver pão...

deve haver é muita má distribuição, Isabel...

Cristina Caetano disse...

A tua última frase diz tudo, meu amigo. Sempre partilhei dessa idéia, mesmo vivendo numa democracia. Impossível ser ingênuo, nos dias de hoje, tão globalizado e cheio de informações. Independentemente do que os políticos costumam dizer - em palavras repletas de emoção nada sinceras - à respeito da liberdade da democracia, sabemos que não é bem assim. Não quer dizer com isso que sou contra ela, nunca! Viva a liberdade sempre.

E apesar dos pesares, ainda estou como tu, desculpando o povo timorense, que oprimido durante anos, não tem "bagagem" cultural e política para se defender dos interesses dos outros. Eu daqui, continuo torcendo por melhores dias.

Abraços

Luis Eme disse...

Timor tem uma história especial e depois tambémestá engavetado num lugar pouco recomendável, Cris, e claro, parece que "fede" a petróleo...