sexta-feira, agosto 04, 2006

A Passagem para a Outra Margem


A travessia do rio por cacilheiro é das viagens mais rápidas e menos chatas que conheço.
Por vezes basta olharmos para as janelas, e de repente, quando "acordamos", já estamos a aproximarmo-nos da outra margem.
A caminho de Lisboa podemos descobrir os seus vários ângulos e as suas colinas, quase de Belém ao Cabo Ruivo. Na viagem de regresso, podemos olhar o Ginjal, o que resta da Lisnave, ou ainda tentar vislumbrar o Seixal, o Barreiro ou o Montijo.
Escolhi este óleo de Alfredo Keil, que retrata um dos vapores que operavam no Tejo em 1890, pela sua simbologia.
Eram outros tempos, talvez menos seguros e rápidos... mas de uma coisa, não tenho dúvidas, atravessar o rio num "vapor" devia ter o seu quê de pitoresco...

4 comentários:

Minda disse...

Atravesso o Tejo, diariamente, desde 1983, já lá vão 23 longos anos. E, podem crer, continuo a achar, sobretudo no Outono e na Primavera, quando consigo observar o nascer e o por do sol nas calmas águas deste belo rio nas minhas idas e vindas do trabalho... esta é uma travessia curta (raramente sujeita a sustos - embora já tivesse apanhado algumas águas agitadas) mas que tem momentos muito belos. Basta saber aproveitá-los!

Luis Eme disse...

Há quem ache o Sena maravilhoso, apesar de ser um rio curto e de águas escuras... Deviam conhecer o Tejo, mais largo e verde, e claro mais livre...
Nestes teus 23 anos de travessias, Minda, imagino quantas histórias e pensamentos, partilhaste com o Tejo, de tantas cores, desde o azul marinho ao cinzento invernoso...

Anónimo disse...

É pena não existir nenhum barco a vapor no Tejo. Podia ser um pouco poluente mas dava outra graça ao nosso rio.
Nunca tinha pensado nisso, mas já levo quase vinte anos de travessias, quase diárias, de cacilheiro. É uma vida!

Luis Eme disse...

Concordo com a Alice, o Tejo não perdia nada se tivesse um "Vapor".
Embora de uma forma irregular, também já atravesso o rio há vinte e alguns anos...