sábado, agosto 12, 2006

O Ginjal no Olhar das Crianças


Sei que não estou a dar nenhuma novidade a ninguém, ao dizer que o Ginjal, segundo o olhar das crianças, possui qualidades, que nós adultos não conseguimos descobrir.
A nossa visão demasiado realista não se consegue afastar muito das ruinas e do abandono a que este lugar maravilhoso, cheio de potencialidades, está votado há demasiados anos.
Só o olhar simples e sonhador das crianças consegue descobrir um misto de magia e mistério, nas portas entreabertas, nas pedras caídas, nas gruas ferrugentas, nas janelas com vidros partidos e nos caminhos cheios de lixo e ervas daninhas. Todo aquele espaço é sinónimo de aventura e de descoberta para eles. Se lhes perguntarmos o que é que podem encontrar por aqueles lados, há uma palavras mágica que surge sempre: «Um tesouro».
Com a simplicidade própria da idade, dizem a verdade. O Ginjal é um "grande tesouro", que esconde outras "riquezas", um pouco por todo o lado.
O que será que os responsáveis da Autarquia e os proprietários, pensarão, da opinião das crianças?

4 comentários:

Anónimo disse...

Os responsáveis da Autarquia, dizem:
- Coitadinhas, são crianças!

Luis Eme disse...

Talvez fossem mais longe e batessem palmas às crianças, achando-as bastante engenhosas e criativas.
E provavelmente acham que nós também deviamos brincar aos "tesouros", em vez de os criticarmos...

Minda disse...

Achei o teu post muito interessante. Porque olhar o cais do Ginjal através dos olhos das crianças pode trazer-nos uma outra forma de pensar aquele espaço. É que, na sua simplicidade, elas não se deixam subjugar por escusos interesses económicos!! Quanto à posição da autarquia só posso acrescentar que: a ganância e intransigência dos proprietários privados é uma bela desculpa para a inércia, falta de empenho e fraca imaginação dos responsáveis políticos.

Luis Eme disse...

Pois é Minda, é sempre mais prático virarmos as costas aos problemas... ou então esquecermo-nos que existem, pelo menos até um ano antes das eleições.
Nessa altura há-de aparecer alguém a jeito, para arcar com as culpas...
a isto chama-se "política à portuguesa".