No passado domingo, 6 de Agosto, a Ponte Salazar festejou o quadragésimo aniversário da sua inauguração. Não houve nenhuma festa especial. A única nota de relevo foi a transmissão de um excelente documentário na RTP1, depois do Telejornal, da autoria de Anabela Saint-Maurice.
Quando eu digo que foi a Ponte Salazar que comemorou os seus quarenta anos, e não a Ponte 25 de Abril, é porque foi isso mesmo que aconteceu. Como todos nós sabemos a primeira ponte sobre o Tejo só mudou de nome, depois da Revolução dos Cravos, em 1974.
Esta obra imponente - a obra mais arrojada do Estado Novo - teve inicio em Novembro de 1962 e foi concluída poucos dias antes da sua inauguração, em 6 de Agosto de 1966. Custou 2,5 milhões de contos, o maior investimento feito até então numa obra pública (António Oliveira Salazar, um grande unhas de fome e anti-progressista, foi o único membro do governo a votar contra a sua construção, na reunião do Conselho de Ministros que teve lugar no inicio de 1959, onde se aprovou o projecto).
Esta construção, que colocou Portugal no "Livro dos Recordes" por ter a viga contínua mais comprida do mundo (2277m), a fundação mais profunda (80m abaixo do nível do mar e as torres mais altas do mundo (190m), deu um grande safanão no progresso da Margem Sul.
O concelho de Almada cresceu de uma forma notória, dando lugar a novos espaços urbanos e ao inicio da especulação imobiliária, um pouco por todo o lado. As praias da Costa de Caparica e da Fonte da Telha passaram a ter muito mais visitantes, especialmente na época balnear.
Na reportagem foi referido que a inauguração da Ponte teve influência no "desaparecimento" do Ginjal como importante polo industrial e comercial.
Poderá ter alguma, mas não foi decisiva. O problema principal da decadência das fábricas que laboravam no Ginjal foi não se terem modernizado, deixando-se ultrapassar pelo próprio tempo, assim como os seus próprios donos.
O que é penoso verificar, é que a agonia continua, em pleno século XXI...
6 comentários:
Desculpa lá Luís, mas estás a fazer-me sentir velha. É que se a ponte fez 50 anos e "nasceu" depois de mim, há aqui qualquer coisa que não joga, porque eu só tenho 46. Quanto ao resto, concordo inteiramente contigo, nomeadamente no que se refere oa Ginjal.
Passa por lá. Estamos à espera da tua colaboração.
Minda obrigado pela chamada de atenção... deixei-me levar pela onda do seis e fiz mal as contas acrecentando-lhe 10 anos. Vou rectificar o título e texto. Peço deculpa a todos os leitores...
"PA" foi uma surpresa agradável. Podia ser muiy´ta coisa, inclusive um blogue sobre os poetas almadenses e o seu primeiro encontro.
Vamos em frente!
Olá Luis, vim fazer uma visita a este blog impulsionada pelos coments da Minda e pelo teu envolvimento no encontro dos poetas Almadenses. Como fui morar para Almada em 1971, sou mais Almadense que Lisboeta, e eternamente apaixonada pela margem sul, mas por ironias do destino resido atualmente no Rio de Janeiro, Bairro lindo de Copacabana... Fiquei encantada com este espaço,notícias belíssimas... Estive a lê-lo com muito carinho e até me emocionei bastante com algumas matérias: sobre o querido e sempre bem humorado Carlos Pinhão, que eu bem conheci na década de 70, quando trabalhei em rádio/teatro, nos Parodiantes de Lisboa, com histórias hilárias e um grande ser humano. Outro saudoso o Romeu Correia, que eu conheci no "Repuxo", na década de 80, amigo que era do meu ex-marido, e de quem tenho um livro "O Tritão", e outros que li, "Sábado sem Sol", "Trapo Azul" e a peça de teatro "Vagabundo das mãos de Ouro"... Nascido em 17 de Novembro de 1917 Romeu Henrique Correia, foi "manga de alpaca"(como ele dizia), trabalhou no Banco e era atleta, apaixonadíssimo que era pela costureira/doméstica e depois campeã de lançamento do peso e de salto em altura Almerinda Rosa Dias(Correia), uma história de amor linda e com vidas sofridas ambos, que renderam vários romances e pequenos contos.
Parabéns Luis por escrever sobre esse homem que faz parte do universo de Cacilhas/Almada e que felizmente ainda lhe deram algum crédito em vida, pois normalmente, só após a morte é que a maioria dos escritores e dos poetas são "acreditados"...
A recordação da noite maravilhosa que foi a de 6 de Agosto de 1966, com os Cacilheiros todos engalanados no Tejo, por baixo da ponte, com festas lindíssimas, a bordo, o fogo de artificio, que eu, adolescente, mas já namorando, tomei parte, e agora com um resto de saudade e ternura por ter vivenciado.
Parabéns por este espaço.
Daqui lhe faço um convite, se quiser conhecer um pouco do meu trabalho, a visitar os meus blogs aqui do blogspot: "floreselvagens" e "recolhendofarpas" e no Recanto das letras, onde tenho mais variado material.
www.recantodasletras.com.br/autor.php?id=6246
Vou voltar a este espaço tão bem elaborado, é a minha sincera opinião. Vi outras opiniões de pessoas que se escondem como anônimas ou outros pseudônimos para dizer mal... mas em democracia é assim, no entanto: "Os cães ladram e a caravana passa"...
O meu sincero abraço.
Anna
Obrigado Anna, por ter gostado do "Casario" e por se identificar e conhecer algumas pessoas sobre quem falei.
Logo que possa vou visitar os seus espaços.
Apareça sempre.
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