quarta-feira, agosto 16, 2006

O Ginjal Um Dia Destes Vem Abaixo


Ao percorrer o paredão do Ginjal descobri várias placas colocadas pelo Município, em que se avisam os visitantes, do risco de desmoronamento de várias fachadas.
Embora reconheça que algumas edificações estão realmente num estado lastimoso, não sei a que propósito foram colocadas estas placas. Acho um exagero, que pode ou não afugentar os turistas de dentro e de fora, que querem sentir o vento da Margem Esquerda ou saborear as refeições servidas nos dois restaurantes que se encontram alguns metros mais à frente.
A situação é a mesma de há, pelo menos, dez anos atrás. Pelo que acho a colocação de placas, uma medida de prevenção quase nula.
Quem visita com alguma assuidade este local, só pode sorrir...
A não ser que a Autarquia tenha tido conhecimento antecipado de algum dilúvio que venha por aí e leve todas aquelas casas em ruinas pelos ares...
Claro que a simples colocação de placas (quase sem custos nenhuns) não deixa de ser uma medida inteligente. Se acontecer alguma tragédia no Ginjal, os responsáveis pelo Município, podem dizer: «Nós bem avisámos as pessoas, mas elas não nos quiseram ouvir.»
Como todos nós sabemos, há mil e uma maneiras de sacudir a água do capote...

6 comentários:

Anónimo disse...

Criticar é a coisa mais fácil do mundo.
Sei que não descobri a pólvora, com esta frase, mas é uma constatação cada vez mais presente, pelo menos em Almada.
Julgo que não o conheço, mas isso é irrelevante.
Sei apenas que o que a CMA fez no Ginjal, está muito bem feito.
É preciso que as pessoas saibam que a responsabilidade daquilo que se passa no Ginjal não é da Câmara, mas sim dos donos daqueles edifícios em ruinas.
Alertar, é apenas uma das muitas medidas de prevenção.
Pergunto: havia outra ao alcance do Município?

Luis Eme disse...

Senhor Pancho devo dizer-lhe que recebo novos visitantes sempre com agrado.
Concordo com algumas coisas que diz. Todos nós sabemos que criticar é mais fácil que fazer, mas também é através do olhar critico que se podem e devem melhorar as coisas.
Não esteja a retirar as responsabilidades da Câmara, porque o paredão do Ginjal é um local público.
Em relação á sua pergunta, claro que havia muitas outras medidas a serem realizadas pelo Município. A expropriação é uma delas. Sei que é uma medida extrema mas para casos extremos, medidas extremas.

Anónimo disse...

Se a Câmara não pussesse placas, qualquer dia, aparecia por aí, a gentinha do costume, a exigir medidas de prevenção. Se calhar até falavam das placas. É a velha história do "Velho, do Rapaz e do Burro".

Luis Eme disse...

Viva a gentinha do Costume! Viva a história do velho, do rapaz e do burro! Viva, acima de tudo, a Liberdade!

Minda disse...

Dizes que a situação é a mesma desde há 10 anos. 10 anos apenas? Não, meu amigo. Há 40 anos que conheço o Ginjal e ele já estava degradado. Não tanto como hoje, é bem verdade, mas já haviam ruínas por ali. Há cerca de 20 anos comecei a ouvir falar em projectos de reconstrução, e neste já longo período vários estudos académicos foram feitos, apareceram propostas de grupos económicos privados, a autarquia analisou planos e reuniu com responsáveis, alguns cidadãos esqueceram-se do civismo em casa e os proprietários tiraram a ganância da gaveta... houve, sobretudo, muita especulação, um imenso emaranhado de teias legais que permite a sobreposição de várias entidades a mandar no mesmo pedaço de chão e o tempo foi passando, passando, até se chegar à situação actual. Lamentavelmente prevejo que assim fique por muitos mais anos. E não são, de facto, aquelas placas que resolvem a situação... (aliás, concordo inteiramente contigo no que a elas se refere e à posição da CMA no meio disto tudo - quisessem eles intervir mesmo que haveria, com certeza, muito que fazer!!). E vou parar por aqui que a conversa já vai longa demais e o meu intervalo para almoço já acabou e tenho que ir trabalhar. Um último recado: Luís, não desistas nunca de denunciar aquilo que se vai passando pelo casario do ginjal... que eu saiba estamois num país com liberdade de expressão, ou não?

Luis Eme disse...

Claro que não vou desistir Minda. Já estou habituado aos "arautos da liberdade", que tentam condicionar a liberdade dos outros e que estão sempre prontos a defender o indefensável.