domingo, julho 02, 2006

As Marchas Populares e o Tejo


Embora não seja fácil, vou tentar falar das Marchas Populares de Almada de uma forma positiva. Vou pensar unicamente nas instituições e nas pessoas de múltiplas gerações, que se apresentam em público nas Festas Sãojoaninas, cujo brilho nos olhos e ar sorridente com que se exibem, são os melhores exemplos da sua felicidade.
Vou esquecer que esta iniciativa nem sequer faz parte das tradições almadenses (foi copiada da Capital...), assim como todo o aproveitamento político que está por detrás desta festa, onde por vezes se fica com a ideia que também existe um "campeonato" entre as muitas freguesias do concelho. E pior ainda, que está vedada à maioria dos almadenses, já que o habitual circuito dos marchantes está cada vez mais reduzido e estes dançam apenas junto ao habitual palanque presidencial, um exemplo mais próximo do populismo que do comunismo...
Só quem tem a possibilidade de conseguir um lugar com boa visão ou de se deslocar ao Pavilhão dos Desportos (foi o meu caso), pode apreciar a qualidade deste espectáculo, onde os marchantes aparecem, ano após ano, mais bem vestidos e ensaiados, quase sempre inspirados em temas ligados à história de cada uma das freguesias presentes.
Para terminar, vou dar um destaque especial à presença do Sport Almada e Figueirinhas, uma colectividade popular cacilhense, que se estreou pela primeira vez neste concurso. Foi uma boa estreia, pois além de se apresentarem muito bem, utilizaram os cacilheiros e o velho Farol verde, que "piscou o olho" ao Tejo e aos pescadores, durante muitos anos, como tema principal dos seus arcos.

2 comentários:

Minda disse...

Não sou grande apreciadora de marchas populares. E destas almadenses, muito menos. Mas, confesso, que o que me desmotiva é a politiquice por detrás do espectáculo e não as coreografias em si. Aqui em Almada a situação chega a ser ridícula, como bem descreves. E está tudo dito.

Luis Eme disse...

Embora seja quase uma das muitas frases feitas atribuídas a La Palisse, não existem dúvidas que a manutenção das mesmas pessoas no poder, faz com que percam a noção do ridiculo e que se olhem vezes demais para o espelho.
Não tenho dúvidas que a limitação de mandatos nas Autarquias é uma grande vitória contra o "caciquismo".