Hoje fui surpreendido de uma forma feliz pelo professor Alexandre Castanheira, que quase no final da sua intervenção do Ciclo "Escritores - Memórias Vivas de Almada", brindou a assistência com a declamação de dois poemas da autoria dos seus amigos Fernando Barão e Luís Milheiro, o mais velho e o mais novo dos Escritores Memórias Vivas de Almada (as palavras foram dele...).
Além de me ter soado muito bem (Alexandre Castanheira é um excelente declamador de poesia), já não me recordava deste poema que foi publicado no poezine "Debaixo do Bulcão" dirigido por António Vitorino:
Excelentíssimos
Estupores
A
sanha do poder torna-os sedutores
Além
das gravatas de todas as cores,
Distribuem
rebuçados de vários sabores
Canetas
beijos e sorrisos encantadores,
Porque
no final querem sair vencedores.
A
vitória floresce a troca de favores
Quase
que parecem mercadores
Nos
muitos jogos de bastidores
Em
que são autênticos doutores
No
seu notável papel de impostores.
Denunciados
pelos comentadores
Fixam
o sorriso amarelo nos televisores
Agarram
a cartilha dos ditadores
E
deixam cair a máscara de fingidores
Os
excelentíssimos estupores.
Luís Milheiro
(Fotografia de Luís Eme)
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