sexta-feira, junho 23, 2006

Ginjal



Eram anónimos que vinham em toda a pleinitude.
Endomingados, carregados de euforias na aventura da
burricada, às vezes maltratados, mas vinham.
Aquela zona, ribeirinha, enfabulada pela característica
lusitana do pão e do vinho, trazia-os.
Era a estratégia da localização, o horizonte marítimo,
a excelência da culinária, os fadunchos, que faziam
encher as tascas.
Ginjal de outrora sem degradação, sem fábricas vazias,
sem onde comer mal...
A nossa recordação está contigo, como um aliciante local,
poiso de gente viva, que queria viver.


Fernando Barão

9 comentários:

Anónimo disse...

Estava a ver que não aparecia aqui nada do Fernando Barão, esse supra-sumo das burricadas e de outras burrices.

Luis Eme disse...

Já vi que vem sempre por bem ao "Casario do Ginjal". Como não falou do poema, presumo que tenha gostado...

Anónimo disse...

Será que o "Rouxinol faduncho" também alegrava as tascas do Ginjal? Pela voz, tudo indica que sim...

Luis Eme disse...

Nunca consegui perceber a razão deste abandono. O Ginjal tem tudo para ser um lugar de eleição, principalmente pela sua localização mesmo em cima do rio, onde se pode sentir o Tejo, com toda a sua plenitude.
A Autarquia deculpa-se com os proprietários, estes remetem-se ao silêncio... e o Ginjal continua a ser este "mar de ruínas"...
É uma pena Almada continuar de costas voltadas para este lugar especial.

Luis Eme disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

Almada (a Autarquia) está de costas voltadas para o Tejo como está de costas voltadas para as pessoas, apesar da "Eterna CDU" fingir que escuta as pessoas nas suas sessões públicas sobre isto ou aquilo. É penoso viver com gente desta, cinica e hipócrita, capaz de mentir com os dentes todos.

Minda disse...

Não sou do tempo deste Ginjal que o Fernando Barão retrata com mestria. Mas tenho pena... (não de ter já a provecta idade do FB mas de não ter memórias deste espaço ainda sem a degradação de hoje). Também considero incompreensível que este espaço previligiado em termos turísticos acabe por ser a porta para o inferno da miséria do quotidiano que por lá se vive, perante a passividade de uns (autarquias - municípo e freguesia) e a indiferença de outros (proprietários) que estão à espera que tudo cia para, depois construir?.

Minda disse...

cia, saiu sem querer, queria dizer caia... mas talvez me tenha fugido, inadvertida mas certeiramente, a escrita para a verdade. CIA - cambada de incomptentes autarcas!!! (é forte, mas é o que apetece dizer, perante tanta inércia e desculpas arrastadas de uns para outros...). E para os adeptos da teoria da conspiração, talvez a CIA americana não esteja assim tão afastada do problema.

Luis Eme disse...

Enquanto a CIA não deixar de andar em bicos de pés, num ballet de pés tortos, que nos troca muito mais que as voltas, estamos feitos ao "bife". A outra CIA está do outro lado, mas de vez enquanto passa por estes lados, com uns aviões-fantasmas, sem teorias de conspiração. Minda.