Hoje armei-me em aventureiro e visitei pela primeira vez a Torre Velha, edificação do século XVI, que fica no alto do Porto Brandão, praticamente ao lado do velho asilo "28 de Maio", da Casa Pia (também chamado "Lazareto Novo", construido no começo da segunda metade do século XIX), que depois da revolução de Abril deu guarida a centenas de famílias, que viviam em condições bastante perigosas e degradantes, devido ao mau estado do conjunto de edifícios, daí terem sido realojados noutros lugares, tendo o edificio sido "selado" com tijolos.
Foi uma aventura um pouco arriscada, já que depois de ter ultrapassado várias redes (algumas com arame farpado), tive de ir saltando muros do antigo asilo (quase todos com a certeza que dificilmente os subiria no regresso...) até chegar á Torre Velha, que foi usada até ao século XIX como fortificação de defesa marítima no Tejo.
Foram quase três horas de aventura, ainda por cima a solo.
Curiosamente, apenas me cruzei com animais: ovelhas, cabras e um cão (além de um corvo, uma perdiz e vários pombos, que nunca se afastaram da sua "casa"), que me ladrou preso e que depois percebi que estava à solta no interior do asilo e que acabou por se aproximar de mim, sem ares de animosidade e em silêncio, embora eu estivesse em cima de um dos muros.
Acabei por "regressar a casa" por outro caminho, sem ter de voltar para trás...
Nunca pensei que a Torre Velha fosse tão grande (em área), nem que fosse tão complicado visitá-la, mas fiquei bastante agradado, com o monumento e com as vistas.
9 comentários:
Tu és incrível! :-))
Olha que correste sérios perigos...
A tua mãe nunca te disse que não devemos entrar em sítios destes sozinhos?
E não é o que tu dizes aos teus filhotes? (desculpa de já não me lembrar se além da menina há um irmão ou irmã da menina...)
Mas valeu a pena, não é?!
Abraço
Boa tarde!
Antes de mais, parabens pelo blog que venho acompanhando há já algum tempo. Este tema da Torre Velha/Asilo 28 de Maio interessa-me bastante e é um lugar (mais concretamente, o asilo) que gostaria de visitar e para o qual tento encontrar um caminha há já algum tempo. Seria possível obter o seu e-mail para que me pudesse dar umas pistas do percurso que efectuou?
Obrigado desde já,
Luis
Viraste um menino num instante e deu-te um prazer danado... diz lá se não foi... ;)
Voltei... agora voltei mesmo!
Beijinhos
E pensar que foi na Torre Velha que D. Francisco Manuel de Melo, um dos grandes mestres da cultura barroca peninsular, compôs algumas das suas páginas mais emblemáticas A «Carta de Guia de Casados» é só uma delas...
e corri mesmo, Rosa.
só de pensar por onde subi e desci, sem rede.
embora fosse bastante cuidadoso para não me magoar, é sempre um risco andar a "saltar de galho em galho", sozinho.
e não estou a pensar em encontros inesperados. por norma não tenho medo nem sou negativo.
claro Luís.
(luismilhas arroba gmail ponto com)
mas não é fácil...
deu mesmo Cris.
fui andando e saltando, de descoberta em descoberta.
houve uma altura em que tive de saltar um muro mais alto (fiquei suspenso numa barra de ferro, antes de me atirar para o solo) e percebi que por ali não havia retorno, mas segui em frente, sempre com o pensamento positivo, de que havia de haver uma forma de sair dali, por outro caminho. e houve...
é um sitio deslumbrante, Artur.
pensava que era uma coisa pequena mas não. merece a visita. pena ser tão "inacessível" (embora isso a tenha protegido dos destruidores natos...).
era bem recuperado, pela sua localização privilegiada.
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